domingo, 14 de maio de 2017

Resenha:O Gamo Rei de Marion Zimmer Bradley


Título:O Gamo-Rei
Título original:The Mists of Avalon
Autor:Marion Zimmber Bradley
Editora:Imago Editora
Publicado em:1982
Ano de publicação no Brasil:2008 (nessa editora)
Número de páginas:212
Preço:R$ 47,00 (cada livro)
Paguei:R$ 24,90 pelo kit com os 4 livros
Nota:4/5



Esse livro é a continuação de A Grande Rainha,contém spoilers sobre os dois livros anteriores da série.Resenha do livro um,A Senhora da Magia / Resenha do livro dois,A Grande Rainha


Começamos o livro com um cenário um pouco diferente.A rainha Morgause com rapaz em sua cama(até aí nada de diferente,não é mesmo?),e logo depois,Gwydion(e sim,Gwydion também é o nome galês de Arthur/Artur) vindo conversar com sua mãe de criação.Gwydion é um rapaz especial para Morgause e sempre consegue o que quer de sua mãe de criação,portanto,pede à ela que coloque roupas e jóias bonitas,e pede aos servos do castelo que preparem comidas gostosas.


Após alguns acontecimentos,Morgause recebe uma visita.Viviane e o Merlim,vieram trazer notícias da côrte de Arthur,mas acima de tudo,vieram conversar com Morgause sobre Gwydion.O menino tem a visão,e precisa ser treinado para que algum dia possa subir ao trono e refazer as pazes da Bretanha com Avalon.Merlim conta ao menino quem são seus pais,e a grande missão que ele tem.


Morgana continua em Camelot,apesar de tudo que já aconteceu com ela e Gwen ali.A festa de Pentecostes está para acontecer,Morgana obviamente não está feliz com isso,mas não pode fazer nada para mudar a situação.


No meio da comemoração entra um homem,que se diz ser irmão de Gwen e diz ter direito ao lugar onde Gwen seria a rainha.Como Gwen se casou com Arthur,e portanto,é rainha da Bretanha,não pode também ser rainha de seu antigo povo.Não há provas de que aquele homem seja irmão de Gwen e Arthur pede que ele se retire.Ele sai,furioso,deixando seu machado para trás.


"Deus é Deus,qualquer que seja o nome pelo qual é chamado,e é sempre bom." _ Página 109


No dia de Pentecostes Arthur sempre ouve os pedidos de seus súditos,e um desses pedidos veio de Viviane.Ela estava ali para cobrar de Arthur a fidelidade à Avalon que ele prometeu quando subiu ao trono.Mas Balim,irmão de criação de Balam,filho de Viviane,culpa Viviane pela morte de Priscila,sua mãe.Em meio às emoções e nervoso por ver Viviane,uma feiticeira, perto do rei,Balim pega o machado e...


As comemorações param.Arthur pede à todos que comam e vão embora,pois não há motivo nenhum para continuar a comemoração.Morgana chora,e assim como Merlim,passa mal diante da cena.Viviane foi enterrada de uma maneira que Morgana não aceita,de uma maneira mal vista aos olhos das sacerdotisas,mas aos olhos do Merlim,não há nada de errado com o funeral.Morgana jura cumprir seu dever como sacerdotisa,voltar à deusa.



Apesar de ter gostado bastante desse livro,pra mim,foi o mais fraco até agora.Não que seja ruim,mas não tem toda aquela emoção dos outros dois livros anteriores.Eu não senti muita coisa,entendem?Não consegui me apegar aos motivos que Morgana dizia ter para fazer certas coisas,e ao mesmo tempo também não consegui me apegar aos motivos do Merlim para querer impedir Morgana.


Pra mim,vários trechos do livros mais pareceram um romance com intrigas,uma novela mexicana onde as personagens não se gostam,querem que a outra morra,mas não faz muita coisa.Não me senti lendo a história de Arthur,assim como não me senti lendo a história de uma sacerdotisa.


Enfim,o fato de eu não ter sentido as coisas,não significa que o livro seja ruim,mas apenas não me pegou como os outros me pegaram.Achei interessante o modo como os homens tratavam as mulheres naquela época,e principalmente como Elaine e Gwen são tratadas num certo momento,mostra que não progredimos muito.Sim,o feminismo nos ajudou muito,mas continuamos sendo tratadas da mesma forma que éramos tratadas na idade média,só que agora o modo como fazem isso nos dá a falsa ideia de que tudo está bem,que está mudando.


"Em Avalon jejua-se por vezes,para que o corpo aprenda a fazer o que queremos,sem criar exigências cuja satisfação é inconveniente." _ Página 193


Gostei bastante das passagens que falavam ou se passavam em Avalon,já que é meu lugar preferido do universo criado pela Marion.Acho Avalon mágica e encantadora,e como esse livro tem poucos momentos lá,talvez esse seja um dos motivos que me fez gostar menos dele.


O momento em que Morgana é despertada novamente para as coisas de Avalon é sem dúvida muito bonito.Acho que não importa onde estamos,se você encontra alguém que gosta das mesmas coisas que você,seja música,livros,peças de teatro ou até mesmo a religião,você acaba se dando bem com essa pessoa,e pode nascer uma amizade,ou laço bem forte.Achei incrivelmente lindo e delicado o momento em que Morgana se sente a deusa pela primeira vez em anos.


Agora falando da parte física do livro.Continua sendo edição econômica,ou seja,letras minúsculas e páginas brancas,o que incomoda caso você goste de ler durante a noite.Se a sua lâmpada for branca,a luz branca vai refletir na página branca e ir direto pros teus olhos,é como se você estivesse olhando para a própria lâmpada.Claro,é numa intensidade bem menor do que olhar pra própria lâmpada,mas nossos olhos acabam absorvendo luz demais e isso cansa nossos olhos em poucos minutos de leitura.Se a sua luz for amarela o efeito diminui,fica mais suave,por isso sempre prefiro páginas amarelas,apesar de que tem vezes que não dá pra fugir delas,né?


O fato de as letras serem bem pequenas faz com que a gente leia mil palavras e só tenha lido 2 páginas.Mas como o livro é pequeno,não creio que isso vai incomodar muitas pessoas.É um livro que recomendo não somente por ele,mas pela série.Espero sim que o próximo seja melhor.É uma série incrível de fantasia e lendas,e quem é feminista,tem alguma religião diferente do cristianismo e gosta das lendas do Rei Arthur,vai amar.

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