domingo, 31 de dezembro de 2017

Leitura todo dia #36

O projeto foi criado pela Nine com o objetivo de fazer com que os participantes leiam todos os dias, mesmo que sejam poucas páginas por dia, mas que a leitura vire um hábito.



Nos dias vinte e cinco e vinte e seis eu não li nada. Eu poderia dizer que foi por que eu estava em clima festivo, e minha família ainda estava na minha casa, mas na verdade foi por que a depressão bateu forte e apesar de ter sido produtiva em outras áreas, não tive ânimo para ler.



No dia vinte e sete eu li 30 páginas (cinco capítulos) de Quando o Mal Tem um Nome da Glau Kemp e estou amando o livro. Está ficando mais e mais assustador. Ah, é um livro de terror, caso não tenha ficado muito claro apenas pelo nome.

Voltei à ler fanfics. Estou relendo a fanfic Brilhante Cinderella, uma fanfic de SHINee, focada no couple JongKey. Consegui ler o que é equivalente a 10 páginas (quatro capítulos). Essa foi a primeira fanfic que eu li, e foi o que me incentivou a escrever, está sendo ótimo relê-la.



No dia vinte e oito eu li 36 páginas (sete capítulos) de Quando o Mal Tem um Nome e agora sim o livro está num nível assustador master. Fico feliz por ter lido esses capítulos quando estava no carro esperando minha mãe chegar, eu estava com meu pai. Se eu tivesse lido isso em casa, sozinha, com toda certeza ficaria paranoica. Agora o livro realmente ficou bem pesado de uma forma que eu não esperava e estou amando.

Continuei lendo Brilhante Cinderella. Li o equivalente a 23 páginas (seis capítulos). É bom ler essa fanfic por que é bom ler algo em que o Jonghyun seja um dos personagens principais, dá a sensação de que ele ainda está aqui.



No dia vinte e nove eu li 32 páginas (seis capítulos) de Quando o Mal Tem um Nome e concluí a leitura do livro. Que livro! Foi uma ótima escolha de livro para encerrar o ano e fico feliz por ser uma parceria, por ter conseguido uma parceria tão boa assim.

Li também cerca de 25 páginas (cinco capítulos) de Brilhante Cinderella. Estou sentindo uma nostalgia enorme relendo essa fanfic, é bom reler as primeiras coisas que eu li. Antes de me apaixonar por livros, eu lia muitas fanfics, e essa, por ser a primeira, foi a minha entrada para esse maravilhoso mundo de palavras.



No dia trinta não teve leitura. No dia trinta e um eu li apenas 15 páginas (um capítulo) de O Prisioneiro da Árvore, quarto e último livro da série As Brumas de Avalon. Queria pelo menos começar a lê-lo antes do ano acabar, e apesar de ter lido pouco, pelo menos li, né?



Bom, a última semana de 2017 terminou com 194 páginas lidas, o que dá uma média de 27,7 páginas lidas por dia. Uma média baixa, mas fico feliz por pelo menos ter conseguido mais de 150 páginas, já que fiquei 3 dias sem nenhuma leitura.


Que 2018 seja incrível e que possamos ler bastante!

Do mês / December 2017



Frase do mês
"Sem a raiz não existe o topo." _ Poetas no Topo 3.2. Essa frase me lembra de que para chegar no topo eu preciso começar. Em 2017 meu trabalho aqui no blog começou a ser reconhecido por autores e por editoras, eu não precisei ir atrás de nenhuma das parcerias que consegui, elas apenas vieram. Há 3 anos eu ficava super triste e chegava a chorar quando tentava parceria com alguma editora e não conseguia, eu me sentia fraca. Agora eu entendo que aquilo era o começo, era a raiz, e convenhamos, poucos dão atenção à raiz, eles só parar para observar quando o árvore está grande e forte. Hoje, pelo menos aqui no blog, eu sou essa árvore grande e forte e estou sendo vista, o que é ótimo. Essa frase também me fez perceber que eu estava me cobrando demais em certas coisas da vida, cobrando que eu começasse acertando e fazendo tudo certo, mas creio que as sementes que plantei vão ser árvores grandes e fortes, e que essa é a fase de regar e tratar com carinho, para que em 2018 e adiante eu possa colher os frutos.


Música do mês
Symptoms, SHINee.
"Você é uma doença tão profunda
Que me deixa fraco
Mas você é a unica cura
Se eu não puder ter você
Eu vou morrer, vou enloquecer
Não se o que acontecerá comigo, você é a minha unica cura
Não irei conseguir viver se eu não tiver você"


Anime do mês
Vou indicar para vocês o anime Inuyashiki, que é com certeza o anime mais estranho e intrigante que você vai ver. É de uma estranheza enorme que no primeiro episódio eu só consegui pensar "o que está acontecendo???". Mas recomendo, vale a pena.


Canal do mês
Cadê a Chave? Provavelmente o canal do ano. Com toda certeza foi o canal que mais acompanhei certinho os vídeos. Quando eu comecei a acompanhá-los, eles estavam entre os episódios 840 e 850, e agora eles já estavam em 1100! Com toda certeza os geeks e nerds vão adorar o canal da Nilce, e com toda certeza também vão adorar o canal do Leon, Coisa de Nerd, que é realmente mais focado em jogos.


Livro do mês
Qual o Mal Tem um Nome da Glau Kemp.


Look do mês
Usei esse vestido duas vezes esse mês. Ele vai até um pouco acima do joelho, e tem bolsos.


























Acessório do mês
Fiz uma promessa e vou usá-los por pelo menos um ano, leiam esse texto para entender melhor.

























Unhas do mês
Escrevi Bling nas duas unhas dos dedos anelares, ou seja "Bling Bling", entendam mais sobre isso no final do post.

























Comida do mês
Não tenho fotos, por que eu não tirei, mas a comida da ceia de natal foi incrível! Foi a primeira vez que fizemos realmente uma ceia, geralmente fazemos apenas um jantar, churrasco, mas dessa vez foi tudo bonitinho e fiquei muito feliz por isso!


Foto do mês
É uma fanart do Jonghyun. Leiam o texto abaixo para entender.



























Inspiração do mês
Sabe, esse mês eu perdi uma pessoa muito importante. Kim JongHyun. Cantor, compositor, ótimo dançarino e uma pessoa incrível. Acompanhei o Jonghyun por 5 anos e nove meses, fiquei muito feliz por todos os dias em que ele fez parte da minha vida, agradeço à Deus por esses últimos anos em que ver o sorriso dele me fez ficar feliz. Kim Jonghyun sempre será uma pessoa especial, e agora vai ser meu anjinho. Mais um que perco para a depressão. Suicídio não é egoismo, fraqueza ou drama, é algo muito sério. E não foi apenas ele quem morreu, ao redor do mundo, várias pessoas se suicidaram no dia 18 de dezembro, e isso é bem triste. Eu prometi à mim e à ele que eu seria diferente, que mesmo com a depressão eu seguiria em frente, que eu sorriria por ele, que viveria por que ele não pôde viver. Vou deixar aqui alguns vídeos que eu acho que vocês deveriam ver, caso não conheçam Kim JongHyun.






sábado, 30 de dezembro de 2017

Resenha: Quando o Mal Tem um Nome de Glau Kemp




Título: Quando o Mal Tem um Nome
Autor: Glau Kemp
Ano de publicação: 2017
Número de páginas: 208
Onde encontrá-lo: Amazon 1,99 / 0,00 no Kindle Unlimited
Nota:5/5


Glau Kemp é uma autora parceira do blog, o que não influencia em nada minhas opiniões sobre o livro. Resenha 100% sincera, elogio é para os que merecem.


A história se passa em Aparecida, interior de São Paulo, na décadas de 70 e 80. Marta é casada com João e tem dois filhos, Pedro e Roberto, está grávida novamente e quer que seja uma menina. Ela quer alguém a quem ensinar a cozinhar, a costurar, e acima de tudo, alguém que possa ser sua amiga. Marta, como devota de Nossa Senhora Aparecida, pede à Santa que lhe dê uma menina, pois é tudo que ela mais quer. Um dia ela vê no jornal que em São Paulo há um exame que fará com que ela saiba o sexo da criança, a ultrassonografia.

"Essas conclusões não ajudavam em nada, e como quase todos os seres humanos, a menina desejava coisas pequenas ao longo da vida." _ Página 93

Ela não tem o dinheiro para o exame, mas usa o dinheiro que usaria para comprar o enxoval. É um menino. Ela fica com raiva, de si e principalmente da Santa, por não ter atendido seu pedido. Fica sabendo que em um certo lugar uma mulher consegue fazer com que aquela criança vire uma menina, recebe um papel com um número escrito apesar de não achar que seu problema possa ser resolvido, ela tenta ligar. João, seu marido, a encontra daquela forma, no orelhão, chorando, sozinha, então ela tem a desculpa perfeita: diz que foi assaltada e levaram todo o dinheiro.

Alguns dias depois ela procura a mulher que pode fazer com que aquilo dentro dela seja uma menina. Ela vai precisar passar por um ritual, onde os ingredientes são macabros e ela mesma é quem precisa levá-los, é um pouco do preço que ela irá pagar por participar de rituais apenas por vaidade, por não aceitar que está esperando um menino.

O ritual é bem macabro, desde a preparação até o final, tudo muito estranho, muitos demônios e muitas pessoas participando para que tudo dê certo. Antes de começar o ritual, é dito à Marta que como o bebê já está bem grande, vai ser difícil encontrar algum demônio que queira mudar o sexo do bebê, mas ela tenta, são muitos, algum vai aceitar. Marta entra esperando um filho e sai com uma menina no ventre.

"O homem que vai até a casa do diabo, partilha da sua comida, bebe da sua bebida, mas não teme sua ira. É mais perigoso que o próprio diabo, pois somente quando o aprendiz supera mestre ele deixa de temê-lo." _ Página 74

Ela achava que o preço a ser pago seria pequeno, que ela sairia dali apenas com uma filha, mas sai com uma maldição, com a filha do demônio no ventre e com a certeza de que libertou algo muito ruim e que vai viver a vida pagando pelo que fez: ela se deitou com o demônio e libertou o mal no mundo. E esse mal tem um nome.





Esse foi um dos melhores livros que li em 2017 e fico feliz por ser a resenha que vai fechar o ano. Quando eu baixei o livro, pensei que não seria tudo isso, não é muito fácil um livro me assustar, mas assumo que quando fico assustada, com medo, eu vivo tudo aquilo, e esse foi meu erro. Viver a história. O livro já começa com o que eu achei a coisa mais assustadora do mundo, notas da autora dizendo como o nome do mal chegou até ela. Isso me deixou preparada para o que viria a seguir, de certa forma, mas não esperava que o mal se alastrasse da forma como aconteceu. Pensei que o mal estava em uma pessoa durante boa parte do livro, e depois descobri que o mal não estava em alguém, ele era alguém.

É um livro que te faz querer continuar lendo, por que intercala momentos de tranquilidade com puro horror, e na maioria das vezes não conseguimos ver o mal chegando, estamos lendo uma cena aparentemente tranquila e de repente você percebe que aquilo está te perturbando, de verdade, como se o mal estivesse ao seu lado durante a leitura, como se ele se divertisse com a sua reação enquanto lê.

"Você escreveu por cima de sua história quando fez o ritual. Tente fazer isso de novo e o papel do destino vai se rasgas em suas mãos." _ Página 73.

Recomendo que leiam o livro com bastante atenção, pois cada detalhe é importante. Marta não tinha noção do mal que havia liberado no mundo, assim como sua filha não tinha noção do que ela era, ou do que ela se tornaria após os 15 anos. Marta só descobriu a gravidade do que fez quando sua filha nasceu e o mal começou a tomar forma em sua vida, quando as coisas saíram totalmente do controle e ela temia a própria filha, uma criança que todos achavam tão inocente. Ninguém percebe quando o mal está vindo, só conseguimos perceber quando ele chega, quando está tão perto que não conseguimos mais fugir dele, e com Marta foi exatamente assim. Ela participou de um ritual de magia negra, mesmo sendo católica devota da Santa, ela fez isso. Fez por capricho, por vaidade, por querer alguém com quem conversar, mas assim que a criança nasceu ela percebeu que não seria assim. Ela estava criando a filha do demônio, sua filha. Nunca seria uma amiga, sempre seria algo a ser temido.

É impossível ler esse livro inteiro e não ficar com medo do mal depois. O nome fica gravado na mente. Eu li o último capítulo todo arrepiada, e sabe o que é pior? Termina com o nome dele. Eu fiquei com o nome na cabeça desde as notas que autora escreveu no início, ou seja, antes mesmo do mal aparecer, ele já estava na minha cabeça, seu nome já estava gravado. O pior? Eu fiquei ansiosa, eu queria ver o mal, queria saber o que ele iria fazer, e sinceramente não sei se foi bom ou ruim.

É um livro incrível, e estou muito feliz por tê-lo lido, mas também sei que vai ficar na minha cabeça por muito tempo, e que durante a noite vai ser ainda mais assustador ouvir algum barulho. Adicione à isso o fato de eu morar numa casa onde uma mulher chamada espíritos e de no fundo da casa ter um cômodo muito estranho e de que meus cachorros latiam para esse cômodo quando nos mudamos para essa casa.

Eu recomendo muito que os amantes de terror leiam esse livro. Não sei se vai mudar a sua vida, mas com certeza vai te acrescentar coisas. O livro não é apenas um livro de terror, é o retrato de uma época, onde as pessoas eram realmente devotas aos santos, onde as pessoas subiam escadarias e ruas das igrejas para cumprir promessas, onde as mulheres eram tratadas como incubadoras e empregadas, onde para se ter uma amiga de verdade era preciso parir essa amiga e ainda ficar na incerteza de que aquela criança seria algo bom. É o retrato de uma época, de um povo e de um cultura onde qualquer ritual que não fosse cristão era considerado algo ruim, mesmo que ninguém houvesse se machucado no processo. Onde o papel do marido era apenas trazer o dinheiro para dentro de casa e muitas vezes nem se davam o trabalho de saber como os filhos estavam.

"- Por que um demônio iria querer vir até a casa de Deus, minha jovem?
- Padre, por que o criador iria até a casa do demônio?
- Para levar a luz até ele.
- O demônio também veio trazer alguma coisa..." _ Página 164

É um retrato de uma cidade do interior que leva o nome de uma das Santas mais importantes para o catolicismo, uma cidade que é ponto turístico dos religiosos, onde pessoas aparecem, de todos os cantos do país, para pagarem suas promessas. Também é o retrato das pessoas, de como as pessoas eram vistas segundo o que tinham, seja bens materiais ou família, tudo o que você tinha era algo que faria melhorar ou piorar o modo como as pessoas te tratavam. Não estou dizendo que isso não acontece mais, mas sabemos que antigamente todas essas coisas eram bem mais sérias. Homem e mulher tinham seus papéis definidos pelo machismo, e todos tinham seus sonhos definidos pela quantidade de dinheiro que possuíam.

Apesar de ter amado a história do livro e recomendar fortemente aos que tem coragem suficiente de lê-lo, devo avisar-lhes que existem erros no livro. De gramática e alguns de ortografia, ou seja, se o livro chegou a ser revisado, a revisão deixou passar muitas coisas que poderiam e devem ser evitadas. Sou o tipo de leitora que fica incomodada quando encontro erros, por que, na minha visão, se você escreve com a intenção de viver disso, você tem que no mínimo saber escrever corretamente. Sei que é impossível escrever um livro com tantas páginas e não errar nem uma vez, mas é para isso que os revisores existem.

O livro é um conto, apesar de ser grande. O que caracteriza ele como um conto estendido é o fato de que ele tem um único foco que é explicar de onde veio o mal e qual foi seu destino, com começo, meio e fim. Apesar de ser um retrato de várias coisas, só vamos ter contato com coisas que estão envolvidas ou que foram afetadas pelo mal, não há explicações profundas sobre as vidas dos personagens, pois como conto, o objetivo é contar o que aconteceu. O livro é bem barato, não sei se esse preço vai ser mantido por muito tempo, então recomendo que vocês comprem o livro por agora, e que leiam, se tiverem a coragem de ler.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Dear My Family



Hoje, dia 29 de dezembro de 2018, a SM publicou um vídeo dos artistas cantando Dear My Family. Eu disse em alguma carta anterior que eu estava esperando, muito, que a SM fizesse um EP com as músicas que você havia gravado em dezembro e que só seriam lançadas no meio de 2018. Eu quero muito ouvir sua voz em algo inédito, mas ver esse vídeo da SM me vez perceber o quanto eu vou sentir falta da sua presença no palco, me fez perceber o quão mal eu ainda estou, me fez perceber que apesar de estar bem melhor do que na semana passada, eu ainda estou muito frágil e que as crises de choro podem voltar a qualquer momento.

Sinto sua falta. Muito. Estou chorando enquanto escrevo isso, e não sei se você iria gostar, mas não são lágrimas apenas de tristeza, mas lágrimas de saudade, simplesmente saudade, por saber que infelizmente não vou ver coisas inéditas sendo lançadas, não vou poder ir à um show teu, e isso não me faz ficar realmente triste, mas me faz ter saudades dessas coisas que nem sequer aconteceram. Choro por que vou sentir sua falta, apesar de saber que você está melhor agora.

Estou aprendendo a cantar Symptoms. Apesar de ser minha música preferida do grupo desde o lançamento, eu nunca quis aprender por que sempre preferi ouvir ao invés de cantar, mas acho que preciso saber ela, para cantar para mim mesma nos momentos difíceis em que eu não tiver meu celular, ou que não puder pegar o celular. Mesmo que seja para cantá-la mentalmente, eu quero saber a letra.

Também decidi que vou começar a estudar coreano. Nunca quis saber a língua, de verdade, mas agora resolvi começar a estudar, e junto com o coreano, eu vou voltar a estudar o japonês desde o início, para que as duas línguas fiquem gravadas na cabeça. Eu espero que dê certo, e que no final de 2018 eu possa voltar aqui e dizer que já consigo entender os vídeos sem precisar de legenda.

Na verdade eu já entendo algumas coisas em coreano sem precisar de legenda e entendo bastante coisa em japonês, mas quero entender um vídeo inteiro, não apenas algumas frases. Você está sendo a minha inspiração para estudar esses dois idiomas, pois eu quero ver as entrevistas e entender tudo, e claro, quero poder ouvir as músicas, e sem precisar buscar a tradução, entender tudo o que cada palavra quer dizer.

Percebe que mesmo depois de partir você continua fazendo coisas boas e incríveis? Por que você é incrível, sempre brilhante, sempre, sempre. Eu espero que outras pessoas também estejam sendo inspiradas por você, e que sua memória fique sempre nos nossos corações.

Sabe, ainda te sinto aqui. Já falei isso, mas hoje eu senti de uma maneira diferente, como se você estivesse no meu quarto. Senti como se você ainda estivesse vivo, e aquele vídeo da SM fosse apenas um vídeo normal de comemoração, não um vídeo de comemoração dedicado à sua memória. Eu te amo Kim JongHyun, e enquanto eu viver, você permanecerá aqui, seu brilho vai estar sempre no meu coração, e isso não tem preço. Espero que aí de cima você possa estar vendo tudo isso e que sinta orgulho pelas novas decisões tomadas. E espero que eu possa te encontrar quando chegar a minha ora. Vou amar te ver cantando junto com os outros anjos.

Para o meu brilhantíssimo anjo,
Bella.



Promessas azuis



Ontem, dia 28 de dezembro de 2017, eu fiz uma promessa. Vou explicar tudo desde o início. Eu vi em seu instagram que você publicou uma foto com alguns acessórios, e nessa foto havia uma pulseira azul. Eu tenho uma pulseira azul, com bolinhas azuis escuras e dados azuis claros. A sua pulseira é feita somente de bolinhas azuis claras, mas acho que é uma boa representação, afinal, azul é a cor oficial das Blingers e é a minha cor favorita desde os 5 anos.

Eu também comecei a usar uma aliança que na verdade eu já usava antes, por que gosto dela, mas agora comecei a usar pela promessa. Qual foi ela? Prometi que enquanto você estiver aqui comigo, eu vou dar o meu melhor e me esforçar para ser feliz. Eu não quero momentos de alegria. Não sei se a felicidade realmente existe, mas eu sei que quero mais do que apenas alguns poucos momentos de alegria durante o dia, eu quero poder sorrir verdadeiramente... quero procurar a felicidade, mesmo que ela não exista, quero ter a esperança de que vou ser feliz.

E para me lembrar sempre dessa promessa, eu coloquei a pulseira azul no pulso. Não vou mentir, não sou acostumada a usar pulseira dentro de casa e me sinto incomodada às vezes, não por ser ruim, é simplesmente falta de costume, mas logo isso passa. E para me lembrar da promessa que eu havia feio anteriormente, de que sempre sorriria enquanto você continuasse brilhando, coloquei o anel no dedo anelar da mão direita, que é onde os namorados colocam.

Não estou dizendo que estou me achando sua namorada, isso seria assustador, me considerar namorada de uma pessoa que infelizmente não está mais no mesmo plano que eu, mas eu coloquei a aliança nesse dedo como sinal de compromisso, que é o real significado dela, mas compromisso com a promessa, compromisso com você.

Sei que as duas promessas parecem bem parecidas, e que eu poderia usar apenas o anel ou apenas a pulseira, mas elas são diferentes para mim. A primeira, sobre continuar sorrindo enquanto você estiver brilhando, me lembra de ser forte e superar os obstáculos, me lembra que apesar de tudo, você agora está brilhando, muito, no céu, e acima de tudo é uma promessa que diz que eu vou continuar vivendo, não somente por você, mas por tudo de bom que eu aprendi com você. Seria desperdício me matar se eu nunca mais puder ouvir sua voz, e apesar de saber que só vou ouvi-la nos discos já gravados, pelo menos tenho o consolo de que eles estão eternizados.

A segunda promessa, a da pulseira, é para me fazer lembrar que apesar da saudade*, apesar da dor e do sofrimento, você continua presente na minha vida, sempre vai ser assim. É para que eu me lembre todos os dias que eu sou forte, e sortuda por ter te acompanhado, em tempo real, e ter te amado tanto. A pulseira vai me fazer lembrar, nos momentos difíceis, que vai ficar tudo bem, e que seja lá o que Deus quiser, vai ser o melhor.

Não acho que sua morte foi algo que Deus quis, mas sei que Ele permitiu. Deus sabe a dor que você estava passando, e talvez ele tenha permitido que tudo isso acontecesse para que você pudesse estar livre disso tudo, livre dessa dor tão grande. Eu sei que agora você está leve, flutuando e que está bem melhor. E agora nada de ruim pode te machucar.

Espero que eu consiga cumprir as promessas, que eu esteja sempre sorrindo, para que a alegria se torne verdadeira. Quero continuar conversando com você olhando para a Lua, quero continuar olhando para o desenho que fiz de você e conversando com ele como se você realmente estivesse aqui. Podem me chamar de louca. Não acho que o desenho ou a Lua tenham algum espírito ou algo parecido, mas me sinto melhor assim, conversando com você tendo um ponto fixo para o qual posso olhar.

~Preciso falar sobre um post do grupo SHINee Brasil. Uma moça publicou "Jonghyun passou a chave de líder para o Onew", e estamos, mais de 100 pessoas, tentando entender o que essa moça quis dizer. Não sei se ela não te conhece direito, se entrou no fandom agora, mas é estranho de qualquer forma.

E sobre pessoas entrando no fandom depois da sua partida. Não sei bem o que pensar. Parte de mim quer ser legal e abraçar as novatas e dar boas vindas e jogar pétalas de rosas quando elas entrarem, mas parte de mim quer te proteger das pessoas que estão vindo simplesmente por que você morreu e logo logo vão te esquecer como se você não tivesse sido nada. Eu sei que vão vir pessoas assim, sempre vêm, e isso me deixa bem triste, por que não tem como impedi-las de chegarem. Sei que parece bobo eu querer te proteger de pessoas que daqui a pouco não vão poder fazer mal algum simplesmente por que vão te esquecer, mas parece tão cruel entrar no fandom só pela sua partida, e depois esquecer tudo como se nunca tivesse importado.

Bom, acho que é isso. Estou postando isso na madrugada, sei que eu deveria estar me preparando para dormir, mas eu queria escrever isso primeiro, e ainda vou fazer mais algumas coisas. Jong-ah, espero que você esteja orgulhoso de mim.


Com muito amor para o meu protetor,
Bella.


quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

10 dias




Hoje, dia 27 de dezembro de 2018 completam exatamente 10 dias. Nesses dez dias eu chorei, muito, passei mal muitas vezes. A tristeza não cabia no peito, precisava sair em forma de lágrimas. Nesses dez dias eu também consegui transformar parte da dor em arte, assim como você sempre fez. Fiz alguns poemas e textos sobre e para você, e também fiz um desenho que nesse exato momento está na minha parede. É com certeza o desenho do qual mais me orgulho. Não sei se ele é realmente o mais bonito, mas todas as vezes que olho para ele, sinto que ele é perfeito, além de com certeza ser o mais importante. Fiz 60 desenhos em 2017, e você conseguiu jogar no lixo a importância de todos os outros.

Quero falar um pouco sobre como estão sendo esses dias sem você. Além das crises de choro, confesso que eu pensei em morrer, não necessariamente em me matar, mas em morrer. Uma pessoa da minha família, que veio passar a semana do natal aqui em casa, me disse coisas horríveis e essas coisas me fizeram ficar cada vez pior. Tive que aguentar isso tudo por uma semana e foi difícil. Eu estava tão triste, não queria fazer nada. Mesmo assim eu continuei me levantando da cama todos os dias, continuei escrevendo aqui no blog, continuei desenhando e continuei vivendo da melhor maneira que consegui. Prometi à você que enquanto você continuasse brilhando, eu continuaria sorrindo, vivendo e estando feliz por estar viva, e vou cumprir essa promessa.

No dia 19 e no dia 24 eu fiquei lá fora por alguns minutos durante a noite. Havia uma luz bonita no céu, que não era a lua, e também não era uma estrela grande. Eu não sei o que era, mas de verdade, gosto de acreditar que era você, olhando para todos nós que estamos aqui em baixo.

Não vou mentir e dizer que não está mais doendo, sempre vai doer. Está doendo saber que não vou ver mais nenhum comeback do SHINee com você, está doendo saber que quando eu quiser ouvir sua voz eu vou ter que encontrar refúgio nas músicas já gravadas. Sei que antes de morrer você havia gravado cerca de 3 músicas do album novo, e tenho a esperança de que a SM lance essas músicas em um EP, eu quero e preciso ouvi-las, preciso ouvir o que você estava sentindo nos últimos dias. Mas não vai ser a mesma coisa. Agora eu sei que não vou, nunca, te ver em um show, cantando com os meninos, sei que não vão sair photoshoots novos com você no meio, sei que suas composições, tão lindas e sensíveis, não serão mais feitas. Isso tudo dói muito e está sendo difícil conviver com isso.

Eu não perdi só você, perdi tudo que você poderia vir a produzir um dia. Você me fez e está fazendo com que eu tenha saudade de algo que nunca ouvi, nunca li, nunca vi. Eu perdi todas as brincadeiras que você viria a fazer se tivesse continuado aqui, perdi as músicas que nunca virão, perdi as ideias que nunca serão postas em prática. Não estou dizendo isso para te culpar, e não quero que você sinta que estou te culpando. Você não tem culpa. Sei que você estava mal, e fico feliz por que agora tenho a certeza de que você está bem. Mas saber que você está bem não muda o fato de que vou sentir saudade.

Quero te agradecer, novamente, por todos os momentos bons. Por todas as vezes em que ver seu sorriso alegrou meu dia, por todas as vezes em que ouvir a sua voz me acalmou até eu dormir, por todas as vezes em que de alguma forma você me fez ter a esperança de que dias melhores virão. E quero te agradecer, muito, por ter nos mandado tantos sinais de que você está bem aí em cima.

Todos os dias eu oro por você, para que você fique sempre bem aí no céu. E sempre oro pelos meninos, pela sua família e pelas famílias deles. E claro, pelos fãs. Há tantas pessoas sofrendo com isso, eu espero que daí você esteja conseguindo sentir todo o amor que estamos mandando. Você fez bem, Jonghyun. De verdade. Você é um artista incrível, que vai ser lembrado por séculos e séculos por tudo que fez, e infelizmente, por tudo que sofreu.

Eu ainda sinto que tudo isso é um pesadelo. Que amanhã eu vou acordar e ver a notícia de que tudo está bem, de que eu estava em coma e meu cérebro me fez imaginar isso. Não penso isso por que não quero aceitar sua partida, na verdade até já aceitei, quando vi as imagens do funeral foi impossível não aceitar que simplesmente acabou, mas penso isso por que parece irreal. Por que é difícil viver num mundo onde Kim Jonghyun não existe, onde sua voz não será ouvida numa nova canção, é tudo muito difícil.

Ainda te sinto no mundo, de alguma forma eu sinto que você está aqui. Não exatamente ao meu lado, mas sinto que você ainda está aqui, cuidando das pessoas que te amam tanto. Nunca acreditei que quando morremos nós viramos anjos, por que se formos seguir essa lógica, as pessoas más viram demônios e acho isso assustador demais para ser verdade, mas creio sim que algumas pessoas conseguem visitar esse plano algumas vezes e saber o que está acontecendo, e de forma indireta cuidar das pessoas que amou.

Apesar de tudo, você é meu anjo agora. Você está cuidando de mim, mesmo que não esteja aqui presente, exatamente do meu lado, sua existência me faz seguir em frente, me faz ter forças e apesar de tudo o que aconteceu nos últimos dias, me faz perceber que eu preciso viver, eu preciso fazer com que as pessoas parem de achar que é drama, que é carência, que é só para chamar a atenção. Sei que sozinha eu não vou mudar o mundo, mas sinto que o grupo de pessoas que vão mudar o mundo precisa de mim, e eu estou pronta para isso. Estou pronta para sempre te proteger, proteger os meninos, proteger a sua existência, e a de todas as outras pessoas que sofreram e sofrem com a depressão.

Eu te amo Kim Jonghyun. Obrigada pelos últimos 5 anos e nove meses em que você foi minha luz, o motivo do meu sorriso e das minhas lágrimas. O motivo de eu ter começado a ler fanfics e o motivo de ter começado a escrever. Sabe, é estranho, porém gratificante pensar que tu só comecei a fazer o que eu mais amo, escrever, por que você existe. Você foi uma inspiração para mim de tantas formas, e te agradeço muito por isso.

Há 10 dias uma luz bem forte brilha no céu, tão, ou mais forte, quanto brilhou na terra. Não é à toa que seu apelido é bling bling e você faz parte do SHINee. E devo dizer que vou sempre continuar me referindo à você usando os verbos no presente. Você continua brilhando, sempre brilhará, e usar os verbos no passado é como dizer que você não é mais importante, e acredite, você sempre será.


Com todo amor para meu anjinho brilhante,
Bella.

Letters to Jonghyun


Aqui se inicia mais um projeto. A intenção é, durante um ano, escrever cartas para Kim JongHyun, e no dia 18 de dezembro de 2018 relê-las e ver se meus sentimentos mudaram de alguma forma, como estou lidando com tudo isso. As cartas não terão dias programados, podem surgir à qualquer momento, em qualquer dia, desde que eu realmente tenha algo à dizer. As cartas serão todas escritas como se fossem para ele. Vão ser todas cartas bem pessoais, e dependendo do conteúdo eu vou marcá-las como parte do diário da depressão.

Aqui, nesse post, estarão listadas todas as cartas feitas a partir do dia 18 de dezembro de 2017 e a data de publicação à frente.


Jonghyun. - 18/12/2017



terça-feira, 26 de dezembro de 2017

7 dias de escolha - Resultado

Inspirada no vídeo da Nátaly Néri, resolvi fazer uma experiência e mudar 7 hábitos meus por 7 dias. É uma experiência, pode dar certo, pode dar errado, e pode dar muito certo em algo e muito errado em outra coisa. Para saber mais sobre o que eu quero mudar exatamente, clique aqui para ver o post explicando isso. Já aviso que esse post aqui vai ser grande, já que vou descrever os hábitos ao longo da semana.



Acordei às 7h da manhã, ou seja, uma hora e meia antes do que eu queria, mas fiquei feliz por ter conseguido acordar bem cedo. Meu primo chegou aqui nesse dia, inclusive acordei por que ele chegou, então passei boa parte do dia conversando com ele. Na verdade me arrependo um pouco disso, além de perder tempo, ele começou a zoar a morte do Jonghyun e odeio isso. Perdi tempo e paciência. 

Depois fui desenhar. Fiz dois desenhos, um do Jonghyun e outro de uma menina cacheada com uma coroa de flores na cabeça. Foi difícil fazer o desenho do Jonghyun, bem mais do que eu pensei que seria, chorei bastante. Não colori nem pintei nenhum dos dois, apenas desenhei. Mas eu passei cerca de 3 horas fazendo os desenhos, demorou bastante.

Depois li alguns capítulos de um livro. Li um ponto durante a tarde e um pouco durante a noite, totalizando 42 páginas lidas, que ficou bem perto da minha meta de 55, o que me deixou bem feliz.

Fiz algumas outras coisas que me tomaram tempo, como fazer as unhas e lavar e fazer fitagem no cabelo. Depois, durante a noite, escrevi um poema sobre o Jonghyun. Eu achei o poema lindo, cheio de sentimentos e é exatamente como eu me sinto sobre isso. Se você ainda não leu o poema, clique aqui para ler.

Eu fui dormir às 00h:30m, ou seja, meia hora depois do horário que eu queria, mas fiquei feliz também por que eu estava indo dormir às 3h da manhã todos os dias, e consegui ir dormir bem mais cedo. Considero que deu certo, afinal, consegui mudar esse hábito.

Orei antes de dormir, pelo Jonghyun, pela alma dele, e pela família e amigos que ele deixou. E claro, pelos fãs. Muitas pessoas se suicidaram quando souberam da morte dele, e essa corrente de morte precisa parar, precisamos orar e ajudar as pessoas que têm depressão, isso não é brincadeira.

A única coisa que não consegui fazer foi escrever mais do conto que eu disse que queria escrever 200 palavras por dia, mas vou acumular a quantidade de palavras para o dia seguinte.


















No segundo dia eu acordei às 9h da manhã, o que é meia hora mais tarde do que eu pretendia, mas é o horário em que eu me programei para sair da cama, então acordei e já me levantei. Fiquei na internet por algumas horas, e sei que isso não ajudou muito por que perdi tempo desnecessariamente, mas de verdade, eu não estou bem com a morte do Jonghyun, e não vou me forçar a ficar bem. Preciso viver meu luto de verdade, com força, deixar tudo ir embora de uma vez pra não continuar sofrendo.

Desenhei o cabelo da menina cacheada, por que no dia anterior eu havia feito apenas 7 cachos, pra marcar até onde os cabelos iriam. Isso demorou cerca de uma hora e meia. Desenhar cachos demora muito, e se você for colorir de lápis demora mais ainda, então é preciso ter paciência.

Saí para tomar sorvete com alguns amigos e isso também me custou 3 horas. Saí porque eu precisava ficar alegre por algumas horas. Passei esse dia inteiro chorando e queria conseguir rir pelo menos por algum tempo.

Li 54 páginas, então considero que li a minha meta, já que ficou faltando apenas uma única página. Estou lendo um livro chamado Para Sempre Com Você, e não vou falar o motivo, por que seria spoiler, mas está sendo um bom conforto para mim. Está sendo bom ler esse livro no momento, está fazendo parte da minha cura.

Bom, aconteceu uma coisa bem triste. Perto da meia-noite, horário em que eu iria dormir, eu vi um vídeo. O vídeo mostrava o caixão do Jonghyun saindo do local do velório. Os amigos deles foram quem levaram o caixão, e é claro, conheço eles e os amo, muito. Foi demais pra mim. Eu orei enquanto via o vídeo, por que mostrou os meninos chorando muito, e foi ótimo orar, mas eu não consegui parar de chorar. Fui dormir às 2h da manhã, não por que eu quis, mas eu simplesmente não conseguia dormir, estava chorando muito.

Sobre a escrita, eu só escrevi coisas aqui no blog, posts que ainda vão ser publicados, mas não escrevi o conto nem nenhum poema. Mesmo assim fico feliz por ter conseguido ter feito o que eu fiz. Eu realmente não estava em condições para fazer nada, e só por ter levantado da cama, me senti vitoriosa.








No terceiro dia, como eu fui dormir bem tarde no "dia anterior", eu acordei às 11h da manhã. Na realidade, eu acordei várias vezes, mas não queria ter que sair da cama. 

Terminei o desenho da menina cacheada. Optei por pintá-lo, e apesar de ter gostado bastante do resultado, confesso que quase desisti assim que comecei. Eu uso guache escolar, aquela com 6 cores, e foi um parto fazer uma cor de pele real, e acabei em conseguindo. A pele da moça ficou bem alaranjada, mas depois de pronto, com o cabelo e as flores pintadas, até que ficou bonito. De qualquer forma, tenho orgulho desse desenho e pretendo comprar mais guache para ir treinando até dar certo. Não desistam apenas por que o primeiro não ficou como vocês esperavam!

Li um pouco durante a tarde e também li um pouco antes de dormir. Foram leituras ótimas e fico feliz por tê-las feito. Li dois livros diferentes, e somando as páginas lidas dos dois, deu 46 páginas, o que é menos do que eu queria, mas é bastante.

Escrevi bastante. Como eu acumulei as palavras dos dias anteriores, tentei escrever um pouco mais, a meta era de 600 palavras do conto e consegui escrever 843 palavras! Também escrevi algumas coisas no blog, que não vão entrar na contagem por que não estão na meta.

Eu saí, fui à festa de aniversário da minha prima, então não fiquei em casa durante a noite. Isso fez com que eu não conseguisse escrever um poema que eu queria ter escrito e não tive tempo de orar antes do dia acabar. Quero deixar claro que oro todos os dias, mas geralmente eu oro apenas quando acordo, antes das refeições e quando estou indo dormir, e eu quero ter um momento separado para isso. Como eu estava em uma festa, também fui dormir bem tarde, perto das quatro da manhã. Cheguei em casa cedo, perto de meia-noite, mas como eu estava agitada, não consegui dormir cedo.





Bom, aconteceram coisas ruins na noite anterior, e por causa delas, eu não quis me levantar. A primeira coisa que a depressão te tira é a vontade de fazer coisas normais, e sim, há dias em que eu nem saio da cama, por isso coloquei o horário de me levantar como uma meta. Acordei às 11h da manhã , mas se formos levar em conta que eu fui dormir às 4hs da manhã, foi um bom tempo de sono.

Comecei a colorir o desenho do Jonghyun e até agora estou bem feliz com o resultado. Está ficando tão lindo e espero que o resultado final continue bonito.

Escrevi algo que não é bem um poema, é uma carta, mas vou considerar essa parte do desafio cumprido por que foi uma carta poética. Muito. Bem emocional. Para o Jjong, novamente. Estou transformando toda a minha dor em arte, e escrever é sempre algo que me liberta, então vou escrever sobre ele até que não haja mais nada a ser dito.

Reservei meia hora para oração e foi ótimo. Ouvi as músicas Filho Pródigo do Ministério Zoe e Deus do Secreto do Ministério Sarando a Terra Ferida. Sou chorona, e dada as circunstâncias de que estou fragilizada, obviamente eu chorei bastante. Foi bom deixar tudo sair.

Li apenas 17 páginas, por que estava cansada, psicologicamente falando, e não consigo ler quando não estou bem. Na verdade depende, se eu não estiver bem por algo que pode ser resolvido, eu consigo ler, mas morte não é algo que possa ser resolvido, então eu acabo não conseguindo ler muito.

Não consegui escrever mais do conto que estou escrevendo há meses. Fui dormir relativamente cedo, às 1h da manhã, e apesar de ter sido mais tarde do que eu queria, estou feliz por ter conseguido dormir cedo.




Acordei bem cedo, às 7h da manhã, o que foi ótimo por que o dia rendeu bastante. A primeira coisa que fiz foi continuar colorindo o desenho do Jonghyun. Por três horas, eu colori a pele dele e foi com certeza a pele mais bonita que já fiz na vida, por que fiz com bastante cuidado, usando a técnica de colorir em círculos, para não ficar marcado.

Depois eu fui fazendo algumas coisas aqui em casa, preparando a casa para o natal. Tenho dois cachorros, e nessa época do ano eles soltam muito pelo, então a casa acaba ficando suja o tempo todo, mas não custa nada tentar arrumar, né?

Escrevi mais do conto, consegui escrever 325 palavras, o que é ótimo por que é mais do que eu coloquei na meta diária. Não escrevi nenhum poema, na verdade nem tentei. Todos os poemas/textos que escrevi nos últimos dias foram sobre ou para o Jonghyun, e não quero mais ficar postando essas coisas cheias de tristeza aqui no blog.

Li 37 páginas, o que ainda é pouco, mas é mais do que eu li no dia anterior, então fico feliz por isso. E foram páginas boas, de livros ótimos, o que me deixa mais feliz ainda.

Orei por 15 minutos, pelos meninos do SHINee. Por estar do outro lado do mundo, eu só vou conseguir ajudá-los de duas maneiras: enviando amor pelas redes sociais e orando por eles. Fui dormir às 2h da manhã. Por que eu quis? Não, é que meu irmão e meu primo chegaram em casa à meia-noite e começaram a conversar, então meio que não teve como ir dormir mesmo. Fui deixar às 00:30, mas só consegui dormir perto das duas da manhã.




Acordei às 10h da manhã e não tenho orgulho de dizer isso. Na verdade acordei antes, mas fiquei na cama por que não queria ter que viver as responsabilidades de ajudar a preparar a ceia para o natal, mas sei que preciso ajudar, afinal, também vou comer. E no final foi até legal.

A primeira coisa que fiz foi mexer em algumas coisas aqui no blog, inclusive nesse post, para anotar as coisas do dia anterior. Devo dizer que calor me deixa mole e a produção cai muito, então apesar de ter feito uma resenha legal, demorei bastante para terminá-la e acabei passando meu início do dia, que já não era bem um início pois acordei tarde, somente aqui no blog.

Li bem pouco, apenas 11 páginas. Não escrevi nada, nem poema nem o conto, por causa da data, fica difícil fazer algo, por que minha família veio passar o natal aqui, e prefiro passar bons momentos com eles do que ficar no computador. 

Orei durante alguns minutos, pela minha família, por mim, pelos meninos do SHINee e pela família do Jonghyun. Também não desenhei nada. Durante boa parte da tarde eu não quis fazer nada, estava bem triste e tudo que eu queria era ficar quietinha no meu canto, e só dá pra desenhar na copa, por que é onde tem mesas para eu apoiar o desenho. Quando o desenho não é tão importante eu até desenho no quarto, mas o desenho do Jong eu quero que fique perfeito. Já aviso que o desenho NÃO É REALISTA, não é o meu traço, e se você quiser conhecer meu traço, clique aqui para ver meus desenhos.

Fui dormir, obviamente bem tarde. A ceia foi às 23h horas e eu não iria dormir assim, logo após comer, então fui dormir perto das três da manhã, o que foi até cedo para a noite de natal. Foi bem divertido e não me arrependo de ter dado atenção à família.






No sétimo e último dia eu fui bem um fracasso na vida. Primeiramente eu só me levantei às 13h. Eu fui dormir relativamente cedo na noite anterior, mas não queria sair da cama depois de acordar. Estava sentindo algo ruim, como se algo ruim tivesse acontecido. Chequei todas as redes sociais para saber se algo de fato havia acontecido, mas creio que o vazio que eu estava sentindo era saudade do Jonghyun.

Não continuei a desenhar o Jonghyun por que como puderam ver, não estava bem para fazer isso. Quando eu finalmente me senti bem para poder fazer ou ver algo que envolvesse ele, já estava ficando escuro e isso afetaria o modo como eu veria as cores, adicione à isso miopia e astigmatismo. Mas eu fiz alguns desenhos no meu bullet journal, para enfeitar as páginas, e vou contar isso para o desafio, afinal, foram desenhos. Gastaram tempo, caneta e lápis lilás.

Também não escrevi mas do conto, mas consegui escrever um poema. Gostei bastante dele, apesar de não ter ficado muito grande e não ter sido escrito no melhor dos momentos da vida. Meus poemas nunca tiveram o objetivo de serem coisas sempre felizes, então...

Orei por pouco menos de 20 minutos, pela família e novamente pelos meninos do SHINee e por suas famílias. E claro, por mim e por todos os outros fãs. Jonghyun é, foi e será, para sempre, uma pessoa incrível, e obviamente a falta dele está doendo. Vi um vídeo incrível de uma moça falando sobre ele, e eu concordo com tudo que ela disse. Vejam.

Não li nada. Não estava no clima pra ler. Espero de verdade que esse clima ruim passe logo. E obviamente eu fui dormir tarde por que minha família ainda estava aqui. Fui dormir perto das 2h da manhã. O que foi menos tarde do que estava sendo antes, então continuo feliz.




O resumo dessa semana é:
1. Eu consegui acordar mais cedo do que antes, apesar de ter acordado tarde em alguns dias. Eu estava acordando sempre de 10 horas da manhã para mais tarde, nunca mais cedo.

2. Eu consegui desenhar mais. Fiz apenas dois desenhos grandes e alguns pequenos no bullet journal, mas desenhei e isso é o importante. Consegui transformar minha dor em arte e fico feliz por ter deixado tantos sentimentos em casa desenho feito.

3. Eu consegui ler mais também. Minha média de leitura nos últimos dias tinha sido de 30 páginas por dia, e nessa semana, mesmo lendo menos do que gostaria, eu consegui ler bastante.

4. Eu consegui escrever mais. Minha meta era escrever 200 palavras do conto por dia, o que daria 1400 palavras no total, e ao final da semana eu consegui escrever 1168, o que é muito, bastante MESMO, se formos contar que durante o resto do mês eu escrevi quase a mesma quantidade que escrevi em uma semana.

5. Eu consegui escrever mais poemas. Geralmente eu escrevo um ou dois por semana, e nessa semana eu consegui escrever 3. Foi só um a mais, foi, mas foi a mais, né? E foram mais palavras também, pois normalmente meus poemas tem 100 palavras cada um, o que daria 300 palavras, mas eu consegui escrever 550 palavras!

6. Consegui orar em quase todos os dias, só fiquei sem orar no dia 21. Geralmente meu tempo de oração, da semana inteira, não passa de 2 horas. Eu oro todos os dias antes de dormir, ao acordar e antes de comer, mas é aquela oração rápida, apenas para agradecer. Nessa semana eu passei cerca de 3 horas e meia orando! Foram noventa minutos a mais do que o normal!

7. Apesar de não ter conseguido ir dormir no horário, eu consegui ir dormir bem mais cedo do que eu estava indo dormir antes. Na semana passada, eu estava indo dormir às 3-4 horas da manhã, e nessa semana eu fui dormir bem mais cedo, apesar de ter sim passado da meia-noite.


Valeu a pena ter feito o desafio. Consegui fazer bastante coisa que numa semana normal eu não faria, ou faria bem menos. Aconselho à fazerem também! E claro, aconselho que transformem suas dores em arte, fica mais suportável assim.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Leitura todo dia #35



O projeto foi criado pela Nine, e tem como objetivo fazer com que os participantes leiam todos os dias, mesmo que sejam poucas páginas. Minha meta nessa semana é ler 440 páginas, o que dá uma média de 55 páginas por dia. Assim eu conseguiria terminar dois dos livros que já comecei! Vou me manter focada nessa semana e espero que pelo resto do ano. Eu estou procurando emprego, assim como quase todos os jovens da minha idade, mas por enquanto, apenas sou chamada para as entrevistas, então como estou em casa com o dia inteiro livre, vou aproveitar e ler o máximo que puder. Aqui vai a lista de quantas páginas ainda faltam para serem lidas. Não vou nem ter a esperança de ler tudo isso, mas quero ler pelo menos a metade.


Para Sempre Com Você 204 páginas
Quando o Mal Tem um Nome 176 páginas
O Prisioneiro da Árvore 239 páginas
The Memoirs of Sherlock Holmes 184 páginas
Mrs. Dalloway 187 páginas
A Christimas Carol 138 páginas




No dia dezessete eu li 28 páginas (cinco capítulos) de Quando o Mal Tem um Nome, da Glau Kemp e estou gostando bastante do livro. Li cerca de 28% do livro até agora e já estou adorando, o terror já está bem pesado. Li também 25 páginas (quatro capítulos) do livro Para Sempre Com Você da Duda Razzera, e continua sendo uma leitura boa, leve.













No dia dezoito aconteceu uma das maiores tragédias no kpop, se não a maior. O cantor Kim Jonghyun se suicidou. Sou do fandom do SHINee há quase 6 anos, não consigo expressar em palavra essa dor toda. A primeira mensagem que vi quando acordei foi uma amiga perguntando quem era o Jonghyun que havia morrido e eu só conseguia pensar "por favor, que não seja o MEU Jonghyun. Sei que é egoísta pensar assim... enfim, realmente era ele. Eu não sei qual é a relação que vocês têm com os cantores que vocês admiram, mas com quase toda a comunidade kpopper é algo bem íntimo. Pergunte à qualquer pessoa que seja kpopper há mais de 2 anos, ela com certeza já virou a noite esperando um album/vídeo clipe novo sair, já chorou quando o artista que ela gosta ficou doente ou se machucou, já participou das votações e ficou o dia inteiro apenas votando, grita muito quando o grupo favorito ganha algum prêmio... é uma coisa bem fangirl mesmo. Aquele amor de fã verdadeiro, em que a pessoa acompanha de verdade, e não liga nem pro sono quando o assunto é o grupo favorito. Não estou nada bem. É como se uma parte de mim tivesse morrido. Fiz um texto sobre isso.

Enfim, falei sobre isso apenas para já dizer que talvez as leituras não rendam tanto, mas vou fazer o meu melhor! Li 21 páginas (2 capítulos) de Para Sempre Com Você, e inclusive fiquei feliz por ter conseguido ler, já que eu não estava conseguindo me concentrar direito.



No dia dezenove eu li 42 páginas (oito capítulos) de Para Sempre Com Você. Consegui ler bastante, apesar de ainda estar abaixo da média que eu queria. Esse dia foi mais tranquilo, me senti em paz, por que senti que ele está em paz e isso me acalmou, então consegui ler uma quantidade boa de páginas.



No dia vinte eu tive várias crises de choro durante o dia e passei a virada do dia vinte para o vinte e um inteira chorando. Vi o vídeo onde o caixão era colocado no carro, quem levou o caixão foram os colegas do grupo e da empresa, aquele vídeo me destruiu. E até mesmo durante o dia, antes de ver o vídeo, eu já não estava bem. Tinha umas crises de choro que duravam dois minutos, paravam, e voltavam alguns minutos depois. Foi um dia horrível.

Consegui ler 54 páginas (onze capítulos) de Para Sempre Com Você. Era o dia em que eu deveria ter terminado a leitura do livro, mas conversei com a Duda e expliquei a situação. Eu enviei as correções necessárias, já que também fui revisora do livro, até onde eu li, e vou continuar enviando, mesmo depois do prazo, pelo menos para que ela preste mais atenção nos erros e não os cometa nos próximos livros.



O que dizer sobre o dia vinte e um? Foi com certeza o dia em que mais chorei, do início ao fim. Eu basicamente só chorei nesse dia. Sim, a morte do Jonghyun está me afetando muito, mas não foi exatamente por isso que eu apenas chorei. Algumas pessoas perto de mim começaram a zoar a morte dele, dizendo que era "apenas um chinês a menos no mundo", e esses comentários foram me desgastando, me deixando mal, e eu só conseguia chorar.

Apesar disso, consegui ler 30 páginas de Quando o Mal Tem um Nome e foram capítulos super interessantes. Agora mudamos de narrador e creio que o livro só vai ir ficando mais e mais horrível, no bom sentido. E li também 16 páginas (três capítulos) de Para Sempre Com Você e também foram capítulos ótimos. Estou na reta final do livro e mal posso esperar para certo acontecimento finalmente acontecer.



No dia vinte e dois eu li somente 17 páginas (quatro capítulos) de Para Sempre Com Você. Eu estava bem mole, por causa do calor, e gente, me desculpem, mas a única estação vivível no Brasil é o outono. Não tenho ânimo pra ler no verão, o livro começa a fazer minha mão suar, o celular faz a mão suar, tudo fica suado depois! Horrível.



No dia vinte e três eu li 8 páginas (dois capítulos) de Quando o Mal Tem um Nome e li também 29 páginas (5 capítulos) de Para Sempre Com Você e concluí a leitura do livro. Já tem resenha aqui no blog, para quem quiser saber mais do livro e das minhas opiniões sobre ele.



No dia vinte e quatro eu li pouco, por causa das festividades. Durante o dia eu fiquei resolvendo algumas coisas no blog, e ajudando na arrumação da casa, e durante a noite minha família estava aqui, então eu só tive, basicamente duas horas realmente livres, e boa parte dessas duas horas eu usei para ficar na internet vendo vídeos de slime. Então eu consegui ler apenas 11 páginas (dois capítulos) de Quando o Mal Tem um Nome, mas foram dois capítulos ótimos, então acho que valeu.




Consegui ler 281 páginas nessa semana! Isso dá a média de 35,1 páginas por dia. É bem menos do que eu pretendia, mas estou feliz com a quantidade por que sinceramente eu não pensei que conseguiria ler nada depois da notícia da morte do Jonghyun, e eu consegui! Me sinto uma vitoriosa por isso.


Para Sempre Com Você - 204 páginas lidas
Quando o Mal Tem um Nome - 77 páginas lidas

domingo, 24 de dezembro de 2017

Resenha: Para Sempre Com Você



Título:Além da Superfície
Autor:Duda Razzera
Ano de publicação:2017
Número de páginas: 265
Nota:4/5



Duda Razzera é uma parceira do blog, revisei esse livro e alguns outros livros dela, mas devo deixar bem claro que eu ter participado do processo de revisão não vai aumentar ou diminuir o que eu acho do livro. Resenha 100% sincera.

Aline é uma das melhores bailarinas de sua escola e é uma das queridinhas da professora, apesar de não ter uma relação tão boa assim com os outros bailarinos. Sua mãe, dona Isabel, sempre cobrou que ela fosse a melhor bailarina, sempre a incentivou em qualquer coisa que envolvesse o balé, mas nunca a incentivou a ter amigos e viver uma vida normal como qualquer outra adolescente. A vida de Aline é o balé, ela vive para isso desde pequena, afinal, esse sempre foi seu sonho, não é mesmo?

Aline é apaixonada por Rafael, que também é um ótimo bailarino e seu único amigo. Rafael namorou com Priscila, inimiga declarada de Aline, por alguns meses, mas não deu certo. Depois do término Aline cria coragem para se declarar para Rafael, eles saem juntos, mas o encontro não foi dos melhores. Eles sofreram um acidente. Aline não se lembra de nada quando acorda, Rafael deixou um bilhete para ela e sumiu, e o pior: Aline ficou paraplégica.

"Meu corpo, que antes era motivo de orgulho, agora é a minha vergonha." _ Página 18

O médico deixa claro que ela pode sim voltar a andar, mas que vai ser um processo demorado, ela terá que fazer várias sessões de fisioterapia por vários meses até voltar a andar. Aline precisa dançar, sua vida sempre foi o balé, ela sempre viveu por isso e para isso.

Em seu processo de cura, Aline fica confusa e procura entender por que Rafael a abandonou no momento em que ela mais precisa dele ali, ao lado dela. Mas também usa esse período de adaptação à cadeira de rodas e à rotina de fisioterapia para entender que apesar de amar o balé, isso não foi uma decisão dela, foi uma decisão de sua mãe. Ao longo da história Aline vai perceber que sempre fez apenas as vontades da mãe, que ela não tem amigos justamente por que a mãe sempre colocou em sua cabeça que ela era melhor que as outras e não deveria se juntar à elas.

Mais uma vez, forçada por sua mãe, Aline começa a frequentar um grupo de apoio para atletas que sofreram lesões que os impediram de voltar a praticar o esporte. Lá ela conhece Gabriela, que vai se tornar sua melhor amiga, não apenas por que é a única amiga, mas por seu jeito alegre de ser e por sempre estar lá quando Aline precisa, ao contrário de Rafael.

Aline volta à academia, à escola de balé, mas não como bailarina, mas sim como ajudante da professora. Priscila está, obviamente, e vai fazer da vida de Aline um inferno, como se já não bastasse estar presa à cadeira de rodas e ter uma mãe que mais parece um general dentro de casa.

Rafael volta à cidade depois de alguns meses. No início Aline se recusa a falar com ele, afinal, ele foi quem fugiu e a deixou sozinha, mas aos poucos ela vai percebendo que o sentimento que sente por ele a impede de continuar fugindo dele, e percebe que quer estar com ele, e que seria burrice recusar sua companhia. Rafael sempre diz que ainda não pode dizer à ela o motivo de ter ido embora, mas que em algum momento ela vai ficar sabendo.

"Quando ele se expressa dessa forma, só me deixa mais apaixonada e queria tanto que esse sentimento fosse recíproco. Mas, sei que não é. Nem amigos podemos ser considerados." Página 61

Infelizmente o aspecto mais legal do livro, o motivo de Rafael ter ido embora, não vai poder ser comentado aqui nessa resenha por que seria spoiler, mas é com certeza o melhor do livro. Eu descobri já nos primeiros capítulos, mas isso só me fez ficar mais e mais ansiosa para que Aline também descobrisse, eu queria muito ver qual seria a reação dela. E confesso que esse livro me ajudou bastante justamente por causa desse motivo. Não vou falar por que me ajudou, por que seria uma dica muito forte do que acontece no livro, mas me ajudou.

Eu gosto bastante de balé, nunca fiz, e provavelmente não farei, mas admiro muito quem faz, principalmente por que eu sei o quão difícil é fazer todos aqueles movimentos e continuar mantendo a graciosidade. Eu danço, desde os 7 anos, e sei o quão difícil é dançar quando você está com alguma parte do corpo funcionando de um jeito estranho, imagine tentar voltar a dançar depois de ficar meses em uma cadeira de rodas, deve ser horrível. Por gostar de balé e conhecer o nome de alguns dos movimentos, eu consegui aproveitar bem o livro, mas já aviso que quem não gostar do tema não vai gostar do livro, pois metade dele se passa dentro da academia, por ser o lugar onde Aline encontra as pessoas que não são seu pai e sua mãe.

Aline é uma adolescente, então seus problemas, além do acidente, são coisas dessa fase da vida, ou seja, brigas com a mãe, brigas com sua inimiga da academia, a descoberta de novas amizades e o primeiro amor, coisas que me interessam, por que acho legal ver como outras pessoas, sejam elas reais ou não, passam por tudo isso. Adolescência é um período de descoberta para todos, e com Aline não é diferente. Essas são coisas que podem fazer com que algumas pessoas não queiram ler o livro. Ele se passa em um ambiente que não é do convívio comum da maioria das pessoas e é um livro infanto/juvenil.

Eu gostei bastante do livro por que ele consegue ser muito leve nos momentos em que a leveza é necessária e consegue ser pesado, muito pesado, quando precisa. Gosto de livros que conseguem trazer até os leitores a sensação real do que está se passando com a personagem. Como o livro é narrado em primeira pessoa, ficamos sabendo apenas do que Aline sabe, e isso é bom por que vamos descobrindo as coisas junto com ela, o que também pode ser bem ruim, para algumas pessoas, por que só descobrimos as coisas quando ela descobre, e digamos que Aline é aquela pessoa que prefere não saber de nada, então sempre que ela tem a oportunidade de descobrir algo e pensamos que finalmente nós, leitores, vamos descobrir o que está acontecendo, ela corre. Literalmente corre, para não ter que ouvir.

"Desejo colar nossos lábios e provar o gosto do céu." _ Página 171

Apesar de Aline ser a personagem principal, eu gostei mais de Rafael. Tenho uma facilidade maior para gostar de personagens masculinos por que geralmente meus pensamentos são mais parecidos com os deles. GERALMENTE, não sempre. Aqui eu gostei de Rafael pelo que ele representa na história e pelo motivo de ele ter sumido durante alguns meses, principalmente por que ele me ajudou em uma certa coisa da minha vida. Sei que provavelmente eu gostei bastante do livro por causa disso.

O melhor do livro é o motivo de ele ter sumido, que só vai ser realmente relevado nos últimos capítulos, mas como eu disse, eu já sabia desde o início, provavelmente por que eu já li alguns livros em que coisas parecidas acontecem, e não é fácil.

Apesar de ter gostado do livro, tenho que dizer que o final me decepcionou um pouco. Esperava mais emoção. Aline finalmente descobriu por que Rafael ficou longe dela por meses e o livro termina como se ela tivesse esquecido tudo o que eles viveram juntos, tudo o que eles prometeram um ao outro, como se nada tivesse acontecido, e isso me decepcionou por que eu esperava que a reação dela fosse ser algo maior. A primeira reação dela, assim que ela ficou sabendo, me agradou por que apesar de não ter sido nada grandioso, foi uma reação de choque, mas depois de alguns dias ela agia como se estivesse sendo muito fácil. Esperava mais do último capitulo.

Não vou falar sobre a diagramação e revisão do livro por que eu trabalhei na revisão dele, e acho errado falar sobre revisão de um livro que não estava revisado quando eu li. Porém a escrita da Duda é gostosa de ser lida, é uma escrita fácil e creio que ninguém vai encontrar dificuldades em ler o livro.

Recomendo o livro se você gosta de livros infanto/juvenil, recomendo muito à todos que gostam de balé ou de dança no geral, pois fala bastante disso, afinal, a academia de balé o cenário principal da história. Recomendo a quem gosta de livros com drama e surpresas no final, vale a pena ler, nem que seja só para saber o motivo de Rafael ter ficado fora da cidade por um tempo. E o motivo não é apenas uma coisinha, é aquele caso de que uma coisa ruim começa a puxar outra pior ainda e assim vai...



sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Desafios Literárias 2018

Em 2017 eu participei de alguns desafios literários, e em 2018 também quero fazer isso, e quero fazer em grande estilo. Não vou colocar livros muito grandes, e nem vou colocar livros demais, afinal minha meta anual para 2018 é de 50 livros, e quero deixar pelo menos a metade para ser escolhida ao longo do ano.

No meu canal, no início de janeiro vai sair um vídeo falando melhor sobre as leituras de 2017, mas já quero adiantar aqui que foi o ano em que eu mais consegui ler os livros que estavam na minha meta. Eu consegui ler 48% dos livros propostos, e mesmo sendo menos da metade, foi o ano em que mais rendeu, pois normalmente eu deixo os livros bem soltos e acabo lendo-os apenas quando o ano já está acabando e não consigo ler todos por que obviamente não conseguiria ler 20 livros em um mês. 

O esquema de 2018 vai ser o seguinte: participar de alguns desafios, e repetir os livros o máximo que puder, ou seja. Se no desafio A eu escolhi o livro Dom Casmurro, e dá pra encaixar ele no desafio E, eu vou encaixar, assim mato dois coelhos numa cajadada só. Alguns dos livros do ano anterior vão se repetir, o que significa que não desisti deles e que continuo querendo lê-los, mas isso não significa que desisti dos outros, apenas não vão ser minhas prioridades. Minha prioridade maior é o desafio 12 livros para 2018! Vou continuar fazendo o que fiz em 2017, que é o que a Tatiana Feltrin tem feito ao longo dos últimos 2 anos, que é escolher um livro fixo para cada mês. Então, vamos lá!



LEGENDA
Azul = lido
Verde = lendo
Laranja = livro que aparecem em mais de um desafio


DESAFIO LIVRADA 2018
1 - Um livro de poesia nacional contemporânea - Alguma Poesia do Carlos Drummond de Andrade (Brasil) 112 páginas
2 - Uma distopia - 1984 do George Orwell (Índia Britânica) 414 páginas
3 - Um livro de abordagem metafísica - O Evangelho Segundo o Espiritismo do Allan Kardec (França) 543 páginas
4 - Um livro de História - A abolição do Joaquim Osório Duque Estrada (Brasil) 236 páginas
5 - Um livro narrado em primeira pessoa - Meu Pai Não Mora Mais Aqui do Caio Ritter (Brasil) 200 páginas
6 - Um romance hispano-americano - Cem Anos de Solidão do Gabriel García Márquez (Colômbia) 394 páginas
7 - Um livro experimental - São Bernardo do Graciliano Ramos (Brasil) 270 páginas
8 - Um livro com um título impactante - The Thing Around Your Neck da Chimamanda Adiche (Nigéria) 218 páginas
9 - Um livro ilustrado (*não é HQ) - Mãe África do Celso Sisto (Brasil) 144 páginas
10 - Um livro que se passa num país sobre o qual você não conhece nada - Mayombe do Pepetela (Angola) 248 páginas
11 - Um livro contemporâneo a si mesmo (que narra o presente) --
12 - Um livro que foi lançado no ano que você nasceu - O Chão Que Ela Pisa do Salman Rushdie (Índia) 582 páginas
13 - Um livro sobre música - Renato Russo O Filho da Revolução do Carlos Marcelo (Brasil) 425 páginas
14 - Um livro sobre um tema que você acha tabu - O Evangelho Segundo o Espiritismo do Allan Kardec (França) 543 páginas
15 - Leitura obrigatória do "O Obsceno Pássaro da Noite", de José Donoso (livro alternativo, "Salmo - Romance-Meditação Sobre Os Quatro Flagelos do Senhor, de Friedrich Gorenstein)




DESAFIO 1001 LIVROS 
1. O Demônio e a Srta Prym do Paulo Coelho (Brasil) 213 páginas
2.O Chão Que Ela Pisa do Salman Rushdie (Índia) 582 páginas
3.Memórias de uma Gueixa do Arthur Golden (Estados Unidos) 460 páginas
4.A Vida de Insetos do Victor Pelevin (Rússia) 188 páginas
5.Entre os Atos da Virginia Woolf (Inglaterra) 200 páginas




DESAFIO MULHERES
1. Entre os Atos da Virginia Woolf (Inglaterra) 200 páginas
2.The Thing Around Your Neck da Chimamanda Adiche (Nigéria) 218 páginas
3.Antes do Baile Verde da Lygia Fagundes Telles (Brasil) 160 páginas
4.Frankenstein da Mary Shelley (Inglaterra) 248 páginas
5.A Paixão Segundo G.H da Clarice Lispector (Ucrânia - Brasil) 180 páginas (1001)





DESAFIO 12 LIVROS PARA 2018
JANEIRO Poesias Dispersas do Machado de Assis (Brasil) 99 páginas
FEVEREIRO O Códex dos Caçadores de Sombras da Cassandra Clare (Irã - Estados Unidos) 274 páginas
MARÇO Renato Russo O Filho da Revolução do Carlos Marcelo (Brasil) 425 páginas
ABRIL Meu Pai Não Mora Mais Aqui do Caio Riter (Brasil) 200 páginas
MAIO Tartarugas Até la Embaixo do John Green (Estados Unidos) 256 páginas 
JUNHO A Última Música do Nicholas Sparks (Estados Unidos) 400 páginas
JULHO American Psycho do Bret Easton Ellis (Estados Unidos) 416 páginas
AGOSTO A Metamorfose do Franz Kafka (República Tcheca) 32 páginas
SETEMBRO Quando os Adams Saíram de Férias do Mendal W. Johnson (Estados Unidos) 277 páginas
OUTUBRO Frankenstein da Mary Shelley (Inglaterra) 248 páginas
NOVEMBRO A Morte de Ivan Ilitch do Leon Tolstói (Rússia) 96 páginas
DEZEMBRO The Phantom Of Opera do Gaston Leroux (França) 306 páginas







quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Sobre Dear White People



Aviso desde já que esse post contém spoilers sobre o primeiro e o quinto episódio da série. Apenas sobre os dois.


Cara Gente Branca foi lançada na Netflix no meio desse ano, há também um filme de 2014 que tem o mesmo nome, e também fala sobre a negritude, porém mistura o drama com comédia. Eu amei a série justamente por ser real, por ser sim um drama, mas um drama que nós, pretos, vivemos diariamente, e que muitas vezes os brancos nunca viverão.

Samantha White é negra de pele clara, e possui um programa na rádio de sua faculdade. Como em quase todas as faculdades ao redor do mundo, os negros são minoria e sofrem com o racismo todos os dias. Samantha fala isso em seu programa chamado Dear White People. Já no primeiro episódio um homem branco organiza uma festa de black face. Para os que ainda vivem na idade da pedra, black face é uma prática onde pessoas brancas se pintam de preto para satirizar os pretos usando racismo, como fazer personagens, negros, que são todos pobres, que falam errado, que são empregadas domésticas, dando a entender que os pretoss não tem estudo, não sabem falar e não podem alcançar posições altas na sociedade. Era algo bem comum à alguns séculos, e como o preto não tinha voz, era algo considerado normal.

Quando a voz do preto finalmente passou a ser ouvida, aprendemos que isso é racismo, que o preto não se sente representado, que aquilo ofende e é errado, porém, ainda hoje, 2017, século 21, isso continua acontecendo. Pois bem, alguém avisa Samantha sobre a festa, ela filma tudo, os pretos da faculdade chegam quebrando tudo. A polícia é chamada e todos são mandados para suas casas.

Uma coisa que me chamou muito atenção, é que quando é descoberto que Sam, uma mulher preta, líder do movimento dos negros da faculdade, está saindo com um homem branco, as pessoas começam a tratá-la diferente, simplesmente por ele ser branco. Muitas pessoas podem entender isso como uma forma de racismo, não aceitar que ela namore um branco, mas vejamos. Fomos oprimidos por brancos desde sempre, fomos escravizados, há apenas algumas gerações nossas famílias eram torturadas, e ainda hoje somos torturados não somente com agressões físicas, mas com racismo. Então de repente você, um jovem preto, vê que a líder do movimento, que sempre levantou a bandeira de ficarmos todos juntos pois unidos somos mais fortes, está namorando um homem branco. Entendo a revolta, porém como sou da paz, acho sim que eles exageraram quando começaram a olhá-lha como se ela tivesse matado alguém.

É uma ação natural querer sair de perto de quem nos oprime, é a natureza, real. Quando um cachorro te morde forte e machuca, é normal você não querer chegar perto dele novamente, e também é normal que você não queira chegar perto de outros cachorros novamente. Os brancos nos machucaram, então quando nos fechamos em um círculo onde há somente pessoas pretas, não entenda como racismo, não entenda que não gostamos de você, apenas estamos nos protegendo de quem nos machucou, de quem nos tirou tantas coisas, e continua tirando, e muitas vezes não conseguimos fazer nada sobre isso.

Agora falando sobre o quinto episódio. Acontece uma festa, os pretos da faculdade vão, afinal, são pessoas, e vão à festas como quaisquer outras, e nessa festa estão ouvindo uma música que diz a palavra "negro, nigger,niga". PRESTE MUITA ATENÇÃO NISSO! Essas palavras, sendo as duas últimas variações da primeira, não devem ser ditas se você não for preto também. Sim. Quem é do grupo pode usar à vontade, se você não é, senta e chora. Isso é algo bem forte nos Estados Unidos, e chamar alguém assim é crime racial e pode levar à prisão.

Vou explicar melhor. Os brancos dominaram os pretos, além da escravidão, eles se achavam no direito de dar nome à raça, então chamaram de "negro". Quando os pretos começaram a se levantar, a ter a voz ouvida, gritaram que eles seriam chamados de "black", apenas, pois eles é quem iriam decidir como eles seriam chamados. Então chamar alguém de "negro" nos Estados Unidos, é proibido se você não for negro também. E atenção, muitas vezes, quem é considerado preto aqui, não é considerado preto lá, tenha cuidado.

Voltando ao episódio. Reggie, que também é do movimento negro da faculdade, ouve um branco dizendo aquela palavra e pede para ele não dizê-la novamente, o menino se sente ofendido com isso (??) e diz que ele não precisa parar de falar aquilo por que ele está apenas cantando a música. Começa uma briga, primeiro com palavras e depois com agressão. Um policial chega, separa os meninos e  pede a identidade do Reggie. Reggie pergunta se ele também vai pedir a identidade do homem branco, mas o policial, em resposta, aponta uma arma para Reggie. Todos os pretos saem dali chorando, com medo, pois até dentro do campus, onde eles deveriam ter segurança, eles são obrigados a ver armas apontadas para seus amigos apenas por causa da cor da pele.

Esse foi o episódio que mais me marcou. Por quê? Por que eu me vi ali. Eu sempre morei em favelas, a maioria dos meus vizinhos eram negros, a maioria sofria preconceito publicamente. Desde sempre eu via os adultos chamando os meus coleguinhas mais escuros de macacos, eu não gostava, nem eles, mas éramos crianças, não tínhamos voz. Eu cresci vendo carros da polícia todos os dias, ambulâncias toda semana, e quase todas as pessoas que vi morrendo eram negras, e acreditem ou não, alguns foram sim mortos pela polícia, sem motivo, apenas por serem pretos.

Se você for preto, a chance de ser parado pela polícia e eles te revistarem procurando drogas é bem maior do que se você for branco. Meu irmão, preto, tem medo de ser parado pela polícia quando estiver voltando da escola, enquanto seu amigo branco nunca teve medo disso. Eu vivi aquela cena, eu não vi a arma apontada para o Reggie, eu vi ela na minha cabeça. Eu vi o policial me dizendo que eu não deveria estar na rua àquela hora se não quisesse ser presa, ou que eu estava fazendo algo errado simplesmente por ser mulher, preta e estar na rua após a meia-noite. Eu vi o policial me dizendo que eu seria presa sem motivo algum, apenas por causa da minha cor. Eu vi o policial dizendo que a minha gente não presta. Eu vi o policial me dizendo que meu futuro ia ser me casar com um bandido, ou quem sabe, participar dos crimes. Eu vi o policial dizendo que, por ser preta, eu iria acabar na cadeia ou quem sabe tendo uma overdose. Eu vi isso tudo. Eu chorei. Eu sou o Reggie, meu irmão é o Reggie, muitos dos meninos do meu bairro são, e ver isso em uma série me chocou, me emocionou, me deixou triste, mas também me deixou feliz, com a esperança de que agora que isso foi mostrado, talvez as pessoas comessem a enxergar isso na sociedade.

Sabe, os pretos não escolhem o tráfico, não escolhem o crime, pois não temos opções, não temos escolhas. Nunca nos incentivaram a ler, a escrever, a sermos boas pessoas, a gostarmos de arte. Desde cedo nós vimos nossos pais se matando de trabalhar, nosso sonho é poder retribuir, precisamos de dinheiro para mudar a situação em que vivemos. Não temos as mesmas chances que os brancos no mercado de trabalho, nunca tivemos o incentivo de ir trabalhar em grandes empresas, pois nunca recebemos o incentivo de estudar. Quando você não tem dinheiro, quando você vê seus pais trabalhando 12 horas por dia e tendo que contar as moedinhas para conseguir pagar todas as contas, quando você vê a sua família passando fome, você faz tudo! Tudo, mesmo. Se esse "tudo" incluir roubar ou matar alguém, você faz, você não tem escolha, não te deram escolhas!

Existem mais pretos do que brancos nas favelas por que quando a escravidão foi abolida, não ajudaram os pretos, não os incentivaram, então eles construíram casinhas pequenas, muitas vezes umas em cima das outras, originando as favelas, e o fato de hoje, quase um século e meio depois, isso continua sendo uma realidade. Ainda não saímos dos quilombos, estamos presos lá e não temos nenhum incentivo para sair. Lá fora estão os brancos, os senhores, aqueles que vão nos chicotear, então talvez seja melhor ficarmos aqui mesmo. E o número de pretos no crime é alto pelo que citei no parágrafo anterior. Não temos escolha, não nos deram escolha. Um ou outro consegue burlar o sistema e se destacar, consegue se formar em alguma faculdade, consegue ter uma carreira consolidada, mas é como diz a letra de Eu Queria Mudar "preto rico: um entre cem".


"Esse mundo me ensinou a roubar, esse mundo me ensinou a matar
Esse mundo me ensinou a viver de um jeito que não dá pra mudar
Eu queria poder viver bem, eu queria um dia ser alguém
Infelizmente o que se quer não se tem
Preto rico um entre cem

Só sei fazer o errado, eu aprendi a ser assim
Quem vai por esse caminho logo encontra o fim
Pobre sem profissão nada consta, custa um montão
Fecharam as portas pra mim, roubar é minha profissão
Queria até ter um carro tunado estilo Sport
Pra conseguir um daqueles só sendo um patrão dos fortes
Ou conseguir um canal numa agência bancária
Ou sequestrar um playboy, filho de uma mãe milionária
Pensar honesto não dá
Nunca deu e nunca dará
Se quem governa o país também aprendeu a roubar
Eu roubo a mão armada, eles roubam no caô
Me chamam de bandidão, eu chamo eles de doutor"