segunda-feira, 2 de março de 2020

A dor do luto - a morte de um animal

Comecei a escrever esse post no dia 04 de janeiro, horas depois de enterrar meu primeiro cachorro. Fiquei reescrevendo, por que nunca achava bom o suficiente, mas aqui vai. Meu cachorro viveu 14 lindos anos comigo, alegrando os meus dias, e então, por causa de uma doença (e da idade avançada), foi embora. Fofucho estava com doença do carrapato, provocada por uma bactéria e por um protozoário. O sistema imunológico dele já estava bem debilitado por conta da idade, e infelizmente, descobrimos a doença no dia 03 de janeiro, e às 01h00 do dia 04, ele faleceu. Esse é um breve resumo de como foi a morte do meu cachorro, e agora quero falar sobre meus processos, e espero que esse post ajude alguém que está passando por algo semelhante.

Lembrem-se de que vou compartilhar a minha história, e espero que através disso vocês possam pegar algumas dicas. Para deixar mais óbvio quais são as minhas dicas que creio que funcione para todos, vou deixá-las, destacadas de azul, ok? Bom, a primeira coisa que tenho a dizer sobre isso é que pra mim, ele apenas esperou que a gente soubesse da doença, e aí se sentiu livre para partir. Eu percebi que ele estava sofrendo quando não quis mais comer e não ficava mais em pé. Enquanto tentávamos alimentá-lo com a seringa, eu fiquei fazendo carinho e repetindo: pode ir, a gente te libera pra ir. Depois fiquei deitada ao lado dele, e dizendo isso de novo: pode ir, você tá sofrendo, a gente te libera pra ficar bem lá no céu. Não foi fácil falar isso, mas é importante liberar o animal.

A gente acha besteira, mas eles sentem muito através dos nossos sentimentos. Eu sei que ele sentiria o meu apego, e acabaria lutando mais para ficar aqui. Porém o ponto aqui é: o quanto vale estar vivo sem saúde? Ele estava acabado por dentro (e só descobrimos quando ele morreu, infelizmente), não estava mais comendo e nem andando. Não conseguia fazer cocô e nem xixi. Nas últimas 2 horas ele nem sequer conseguia respirar direito. Ele teria que viver internado. Até pensamos em levá-lo para uma clínica 24h, confesso, mas entre o tempo de meu pai se aprontar pra levar a gente, Fofucho morreu. Não seria bom para ele continuar vivo, e essa é a coisa mais difícil de entendermos emocionalmente: que foi melhor assim.

E claro, tenham em mente que eu estou falando de um cachorro que morreu já velho e com uma doença. Cachorros que morrem de formas trágicas é outro assunto, e como não passei (e espero não passar) por isso, não irei falar disso aqui, ok? Mesmo assim, sinta-se livre para compartilhar sua história nos comentários!

Foi muito difícil pra mim. Estávamos eu, meu irmão, meu namorado e meu pai. Fomos dormir depois das 2h e acordamos 5h para irmos enterrar o Fofucho. Rezei pela alma dele durante a "cerimônia", pois creio sim que todos os animais têm alma. E à nível de curiosidade, enterramos ele num local sagrado, que chamamos de "monte". Onde as pessoas vão para orar e ter uma conexão mais forte com a natureza. Sei que foi o melhor lugar onde poderíamos fazer isso, e fico feliz por ele estar num lugar de paz. No meu caso, eu achei melhor fazer isso do que esperar até a segunda-feira (ele faleceu no sábado) e pedir para a Zoonoses ir buscar o corpo. Minha casa não tem quintal de terra, mas mesmo se tivesse eu não o enterraria em casa. Não por medo, mas por que causaria apego em mim, por ter acesso ilimitado ao local.

Durante dias tive insônia e fiquei com medo de dormir, por que sempre pensava nele antes de dormir e isso me trazia muita tristeza. Mas assim que percebi isso, eu simplesmente disse para mim mesma "tá tudo bem pensar nele, ele esteve na sua vida por 14 anos, não vai sair de repente, tudo bem pensar ele", e depois disso parei de me culpar por estar pensando nele. Fazem quase dois meses e devo dizer, ainda dói, mas bem menos do que na semana em que ele faleceu.

Se você perdeu um animalzinho há pouco tempo, se permita lembrar dele. Faça homenagens seja com posts na internet, com desenhos e pinturas, com artesanatos. Seu animalzinho foi parte da sua vida, não há como apagar isso, então não fique com vontade de esquecer. Lembre-se dele, se permita lembrar sem peso e sem medo. Ao longo dos dias a dor vai ir diminuindo, você vai se acostumando com a ausência.

E lembre-se: faça tudo no seu tempo, mas não se deixe levar pela tristeza! Fazem quase dois meses e tem dias que fico triste quando lembro dele ou quando vejo fotos. Muitas vezes eu fico triste quando vou colocar ração para a minha cachorra Princesa e não preciso mais colocar ração para o Fofucho. Levei três semanas para ter coragem de lavar o travesseiro onde ele dormia, e levei quase dois meses para lavar o cobertor. Não se force a fazer nada, peça ajuda se puder. Mas não pare a sua vida, ok? Se permita uns 3 dias de puro luto, para chorar muito e ficar mais recolhido, mas recomece, escolha recomeçar. Vai ser difícil, mas agora, lá no céu, tem um anjinho te ajudando a passar por essas dificuldades!



domingo, 1 de março de 2020

Resenha: Tempo Ruim, de Anita Ganeri






























Título: Tempo Ruim
Autor: Anita Ganeri
Editora: Editora Melhoramentos
Ano de publicação desta edição: 2006
Número de páginas: 160
Onde encontrar: Skoob
Nota: 5 / 5

Tempo ruim é um livro INCRÍVEL sobre meteorologia para crianças. E é incrivelmente legal. Tem várias ilustrações e uma linguagem bem didática, o que torna o aprendizado muito mais fácil. Como é um livro teórico voltado para o público infanto-juvenil, eu recomendo muito que você que tem uma filho ou uma criança dê esse livro de presente à partir dos 10 anos. E claro, se você não sabe NADA de meteorologia e quer aprender um pouco, esse livro vai ser ótimo pra você!

Agora, vamos à resenha propriamente dita. Tempo ruim tem um capítulo para cada fenômeno meteorológico, ou seja, tem um capítulo para as tempestades, onde a autora explica o que é uma tempestade, como ela se forma, como os raios e trovões são formados e como eles atuam aqui na atmosfera terrestre. Também tem capítulo que fala só de furacões, e uma coisa que enriquece muito o livro é que sempre tem relatos e depoimentos de pessoas que passaram por esses fenômenos.

É importante ter esses exemplos, por que aí a pessoa que lê entende "na prática" como aquilo funciona. Ok, entendi que um furacão do nível 5 é o mais forte, mas o que exatamente ele faz? Já aconteceu? Onde? O livro responde todas essas questões, de forma bem humorada e super fácil de entender. 

O livro tem uma personagem "principal", que é a meteorologista que conta sobre todos os fenômenos, mas ela aparece em poucos momentos do livro. Vale dizer que, por exemplo, quando a autora vai contar como foi inventado o barômetro, aparelho que mede a pressão do ar, o livro conta a história através de tirinhas, ou em forma de conto mesmo, com uma narração e os cientistas como personagens principais, o que faz tudo ser ainda mais divertido!






















Fica claro que eu amei o livro, e realmente recomendo muito que todos leiam. Eu faço biologia na faculdade e não sabia de muitas dessas coisas que vou levar pra vida toda! Eu tinha muito o pensamento de que esses eventos todos só acontecem no norte do globo com frequência e com força, porém, eu moro em Belo Horizonte, e dias depois de terminar essa leitura, a chuva caiu aqui com muita força.

E quero dizer também que: houveram tornados e ciclones em Minas Gerais. Ciclones são aqueles ventos super fortes, que geralmente têm formato cônico; os tornados são a junção dos ciclones com água. Então são literalmente uma forte tempestade que gira. E entender mais sobre esses fenômenos me deixaram mais tranquila. Pela internet, com a informações que são mais fáceis de ter acesso, é muito difícil entender o que esses fenômenos realmente são, por isso recomendo muito que leiam Tempo Ruim!