sábado, 29 de dezembro de 2018

Do mês / December 2018



Frase do mês
"Hoje é um novo dia de um novo tempo que começou". Clichê? Super. Enjoativa? Mais ainda, mas é verdade. Todo dia, e não apenas na virada do ano, é um novo tempo que começa. Todo dia é um ciclo diferente, e entender isso é ótimo pra gente não começar projetos apenas no início do ano por que "ainda não era a hora" sendo que dava sim pra ter iniciado antes. É importante pra gente entender que o que aconteceu ontem não necessariamente precisa interferir no que vai acontecer hoje, por que todo dia que nasce é um novo ciclo, um novo tempo.


Música do mês
Pra Sempre, do Ministério Avivah. É uma música antiguinha até, mas expressa muito bem tudo que venho sentido nos últimos tempos. No final do ano, comecei um novo ciclo com Deus que está sendo muito bom, e essa música tem me acompanhado nesse ciclo. Indico fortemente que ouçam, mesmo que não sejam religiosos, por que é uma música muito bonita, a voz da cantora é incrível, instrumental maravilhoso, então recomendo mesmo que ouçam.




Filme do mês
O Grinch. Vi ele no cinema no dia 22, o que significa que vi bem pertinho do natal. É um filme muito lindo, sobre o que é natal. O Grinch, personagem principal, odeia o natal por causa de um trauma da infância, e seu objetivo é destruir o espírito natalino. É um filme extremamente divertido e emocionante.
Créditos à Movie Aholic






























Canal do mês
Beatriz Paludetto. Descobri o canal dela no início do mês e fiquei viciada. Vi primeiro um vídeo dela refazendo capas ruins de livros do kindle unlimited e fui vendo os outros. Agora já vi vários vídeos dela, mas ainda estou guardando alguns pra ver depois.


Livro do mês
Eu acho que você é meio doido, sim, da Nath Araújo. Gente, é um livro muito divertido, mas recomendo para as pessoas que acompanham o trabalho dela, por que tem muita coisa no livro que só quem vê os vídeos dela vai conseguir entender ou se identificar. É interativo, cheio de listas e desenhos, e claro, com histórias engraçadas da vida dela que dá pra gente tirar algumas lições.
Créditos à behance



















Inspiração do mês
Quero citar Roberta Vicente que me fez começar um projeto novo de vida com Deus que estou gostando muito; meus amigos que produzem arte, eles me inspiram muito; meu namorado que me inspira a não desistir da faculdade; minha família que me inspira a querer ter uma família melhor; Jesus que me inspira a ser uma pessoa melhor; Nath Araújo e Femingos que me inspiraram muito a desenhar nesse último mês; Beatriz Paludetto e Vitória Dozzo que me inspiraram a ler mais. Conheçam os canais citados, são incríveis e são pessoas super do bem.

Unhas do mês
Voltei a usar unhas stiletto. Provavelmente vou cortá-las novamente assim que começarem as aulas na faculdade. Eu passo a mão em praticamente todos os cachorros que vivem por lá, e apesar de não saber como vai estar o canil ou se ele vai existir no próximo ano, provavelmente ainda haverão cachorros por  lá, e unhas grandes acaba aumentando o risco de levar bactérias pra casa.























Comida do mês
Comi sushi duas vezes nesse mês, algo inédito na minha vida. Infelizmente não tenho fotos por que me esqueci de tirá-las. Mas fica aqui a recomendação do Kicho Sushi pra quem mora em Ibirité e região. É tudo muito fresquinho, e além do restaurante eles fazem delivery. Aproveitem pra seguir eles nas redes sociais por quem eles estão sempre postando promoções. Terça qualquer temaki sai por 15 reais, e na terça e na quarta o frete é grátis. E sempre rola outras promoções relâmpago.


Foto do mês
É uma foto escura? Sim. Dá pra ver quase nada, mas eu gosto do dia da foto. Saímos com nossos amigos pra um karaokê. Fomos embora cedo, às duas da manhã, e acabamos nem cantando no microfone, mas cantamos muito as outras músicas que as outras pessoas estavam cantando e foi incrível!



sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Resenha: Entulho de Rosas de Karine Bassi


























Título: Entulho de Rosas
Autor: Karine Bassi
Editora: Essencial
Ano de publicação: 2017
Número de páginas: 110
Onde encontrar: Karine Bassi
Nota: 5/5

Conheci Karine Bassi por causa desse livro, na época do lançamento ajudei na divulgação da campanha no cartase. Não a conhecia, mas achei legal a proposta do livro, e quando fiquei sabendo que ela morava bem pertinho de mim, acabei ficando ainda mais feliz por conhecer uma autora daqui. 

Neste livro estão alguns poemas e contos, sendo que até mesmo os contos são bem poéticos. O livro é dividido em algumas partes por temas, apesar de a maioria dos textos falarem de amor. Não apenas amor romântico, que está presente em boa parte do livro, mas amor. Meus textos preferidos foram os que falam de amor, e creio que isso se deve ao fato de eu conhecer a Karine e conviver com ela, já que ela é a melhor amiga do meu namorado (coisas da vida). Karine é feminista e negra militante, e na "vida real", esse lado dela é o que mais aparece, e ler coisas mais fofas que ela escreve é sempre bom. É incrível como pessoas que nos parecem muitas vezes mais "duronas", na verdade são muito sensíveis.

"Dentro de mim, comigo,
Cabem num só abrigo
Todos os meus amigos.
Com eles me sou
Do começo ao fim,
E de tal forma me sou
Que quando eles ficam longe
Sinto saudade de mim" _ Página 23


























Alguns poemas são bem curtinhos e rápidos, chegando a ter apenas dois versos, e outros são bem grandes e ocupam duas páginas. Todos passam muito bem o sentimento descrito ali, são poemas que a gente sente enquanto lê, e é impossível não se apaixonar por aqueles versos. E claro, como são textos escritos por uma militante, também há vários poemas que envolvem a militância e que, por me identificar muito com os pensamentos dela, eu me senti bem representada e feliz por ler aquilo.

"Nota sobre o amor:
Sentimento desinteressado, livre de amarras.
Desejo de que o outro, no seu estado mais puro
de liberdade, te escolha para acompanhá-lo" _ Página 26

Meus poemas preferidos, no geral da vida, são aqueles que conseguem retratar o amor, seja ele romântico ou não, de uma forma diferente do que normalmente se vê por aí. Algo muito recorrente nos poemas da Karine são os cinco sentidos, por que amor não é só sentir, é toque, ver, ouvir, cheirar e degustar. E amo isso por que no geral eu vejo o amor sendo retratado por aí apenas como um sentimento muito grande, e o máximo do corpo que entra em poemas de amor é o coração. Acho que depois que comecei a cursar ciências biológicas não consigo mais ver o coração como algo simbolizando o amor, e sim simbolizando a vida, e talvez por isso eu esteja cansada de poemas que usam apenas o coração para representar fisicamente o amor.

"Te toco
E algo de você
Escreve poemas
Na ponta dos meus dedos" _ Página 58

Me surpreendi muito com os contos, por que eles realmente são muito poéticos, parecem poema em prosa. Essa surpresa se deve ao fato de eu ter ido ler os contos esperando algo totalmente diferente do resto do livro, afinal, se ela escolheu uma forma diferente de escrever, provavelmente o assunto seria outro também. Mas amor e militância continuam sendo o foco. E outra coisa que também aparece bastante em todo o livro são cigarros e álcool associados ao sofrimento provocado pelo amor, ou pela decepção relacionada ao amor, e um dos contos fala disso, e gostei bastante. Continua falando de amor, mas de uma forma mais suja, menos bonitinha, mais real até.

"É que cê tem esse cheirinho bom de dia de domingo numa cachoeira pouco conhecida onde a copa das árvores faz sombra acima de nós porque de sol já vale seu sorriso." _ Página 96

Sei que a Karine teve alguns problemas com a editora (que não ligou muito pro livro, não cuidou dele devidamente), então sinceramente não sei como vocês podem adquirir o livro. Aos que já o tem, leiam, agora! É um livro incrível. Se você conhece alguém que tem, pegue emprestado. E aos que não conseguem ter acesso ao livro dessa forma, deixei o facebook da Karine linkado no início da resenha pra que vocês possam perguntar diretamente à ela como conseguir um exemplar. Façam o possível para ler este livro, vale muito a pena.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Minhas metas para 2019


Ao longo das nossas vidas começamos vários projetos, e com esses projetos vêm novas metas. Para que consigamos atingi-los, é preciso, determinação e disciplina, e também é preciso que coloquemos metas alcançáveis dentro da nossa realidade. Baseei a montagem das minhas metas em metas passadas já postadas aqui no blog, e adaptei-as para a minha realidade de agora, que pode não ser a realidade de amanhã, mas aí eu irei adaptando conforte as coisas mudem.


Continuar na faculdade
Entrar na faculdade pública é difícil, mas é ainda mais difícil se manter nela. Faço licenciatura em Ciências Biológicas na Universidade do Estado de Minas Gerais, não sei o que vai acontecer em 2019 com a minha universidade, mas espero que tudo fique bem, e que eu possa me manter lá, saudável de corpo e mente.


Continuar no Kaipora
Sou integrante do Kaipora - Laboratório de Estudos Bioculturais, que é uma grande conquista da minha vida. É um grupo de pesquisa e extensão maravilhoso que tem me ensinado muito, e pretendo continuar nele até o fim da minha graduação.


Começar uma nova rotina para cuidar da espiritualidade
Quero cuidar mais da minha espiritualidade e ter isso como prioridade. Separar um tempo, preferencialmente pelas manhãs, antes de ir para a faculdade, para ler um pouco da Bíblia, ler o conselho do dia do livro "A Cabana 365 dias do Ano" e meditar um pouco. Quero separar uns 20 minutos para fazer isso pelas manhãs e vou ir, ao longo do ano, falando pra vocês o que isso mudou na minha vida, pois tenho certeza que vai ser muito benéfico.


Ser mais saudável
No segundo semestre de 2018 eu comecei a comer muita besteira e parei de dançar, por que acabei perdendo o pendrive com as músicas. Vou providenciar um pendrive novo, voltar a dançar, começar a fazer caminhadas pelo menos duas vezes na semana. E claro, vou comer melhor. Preciso fazer isso para cuidar da minha saúde física também.


Estudar mais coisas que eu gosto
Quero aproveitar as férias de início do ano e o recesso do meio para estudar coisas que eu goste, como inglês, japonês, coreano e até mesmo algumas disciplinas ligadas à biologia e à revisão de livros, mas que não estejam ligadas à faculdade. Eu amo estudar, e quero poder estudar várias coisas.


Me dedicar à música
Eu acabei deixando de lado as técnicas vocais e os instrumentos. Quero voltar a estudar música, e se Deus quiser, até o fim do ano eu consigo comprar algum instrumento, de preferência saxofone ou teclado!


Deixar o cabelo crescer
Eu amo cabelo curto, e prefiro mil vezes o cabelo curto do que o cabelo longo, mas quero deixar meu cabelo crescer, pra que eu consiga cortá-lo depois e doar o cabelo para alguma instituição que cuide de pessoas com câncer. Não sei se um ano e meio de crescimento (desde meu último corte) vai ser o suficiente, já que meu cabelo está acima dos ombros ainda, mas assim que ele atingir a metade das costas eu quero cortá-lo bem curtinho e doar o cabelo.


Me dedicar mais à arte
Quero me dedicar bastante aos meus desenhos. Eu desenhei pouco nesse ano, por causa da correria da faculdade, mas quero conseguir me dedicar mais, e fazer pelo menos dois grandes desenhos por mês em 2019. Além disso, quero apoiar mais meus amigos artistas, ajudando na divulgação e dando apoio sempre.


Ler mais livros que eu gosto
Quero deixar meus desafios literários mais livres, pra que ao longo do ano eu possa escolher livros que eu queira ler naquele momento da vida sem o peso dos desafios. E também quero ler livros de autoajuda, que sei que vão me fazer bem, mas que eu ficava com um certo receio de ler e as pessoas acharem estranho.


Escrever mais sobre negros
Em 2018 comecei um projeto pessoal de escrever contos em que os personagens principais são negros, e são enredos diversos, não-ficção, fantasia, romance e ação. Quero escrever de tudo, por que negros são sim resistência, mas não apenas falando sobre racismo. Negros são resistência falando de amor, de ciência, de família, de qualquer coisa! Quero escrever sobre negros ativistas e empoderados, que são militantes, mas também sobre o lado família e amorzinho deles.


Conhecer mais do meu estado (Minas Gerais)
Quero ir às cidades que ainda não conheço do meu estado. Não só quero visitar outras cidades, mas também lugares que eu nunca fui que ficam perto de mim. Por anos deixei a depressão e a síndrome do pânico me impedirem de sair de casa e me divertir, e nesse novo ano eu quero poder vencer isso, de pouco a pouco, mas que no fim do ano eu tenha ido à vários lugares legais, assim como fiz em 2018!


Divulgar mais o canal
Em 2019 eu quero atingir 500 inscritos no meu canal. Sei que falo isso todo ano e nunca chego lá, mas também sei o motivo: eu não divulgo. Por muito tempo eu tive vergonha de mostrar meus vídeos para os amigos, mas isso está mudando, e com a divulgação, creio que consigo fazer o canal crescer bastante.


Economizar
Em 2018 eu comecei a receber uma bolsa de iniciação científica, não é muito (R$ 425,00), mas já é algo que me manteve na faculdade e que me permitiu, pro exemplo, trocar as lentes dos meus óculos, comprar alguns livros e comer tudo que eu tinha vontade de comer. Nesse próximo ano eu quero poder guardar, todos os meses, pelo menos R$ 100,00. Quero poder ter um dinheiro não somente para emergências, mas também para poder deixar guardado mesmo, para o futuro. Além disso, vou sempre reservar um pouco de dinheiro pra cada coisinha que eu quiser comprar.


Espalhar amor
É o mais difícil. Eu tenho certa dificuldade em falar "eu te amo" pra minha família. No geral eu falo isso apenas nos aniversários e outras datas comemorativas. Isso por que nós nunca tivemos essa relação de carinho um com o outro, mas eu quero mudar isso, nem que seja falando "eu te amo" de outras formas. E claro, quero exercitar o amor aos outros também.


Coloque metas possíveis dentro da sua realidade, veja o que você realmente precisa fazer e coloque como prioridade, e depois vá colocando as coisas que você quer fazer. Tente não colocar metas depois, eu acho que 10 metas é um número bom, e sim, eu coloquei mais que isso, mas eu coloquei somente metas relativamente fáceis, e a maioria depende apenas de mim. Faça isso, coloque metas que dependem apenas de você, pois quaisquer outras metas podem falhar por falta de compromisso de outras pessoas, e até mesmo por falta de oportunidade relacionada à outra pessoa.

Lembre-se de que estamos sempre colhendo o que plantamos, e que todos os anos são anos de plantio e colheita. Saiba o momento certo de colher, e plante algo bom todos os dias, para que os próximos dias sejam cheios de colheitas boas.


quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Desafios Literários 2019

Aqui estão todos os desafios literários dos quais estarei participando durante o ano de 2019. Lembrando que maratonas literárias não estão inclusas pois não são desafios com livros certos para ler durante o ano, e sim desafios de última hora que eu me proponho a fazer. 

Para escolher os livros desse ano eu levei em consideração a experiência dos dois anos anteriores, ou seja, 2017 e 2018. Foram anos que eu coloquei livros demais nos desafios, e apesar de ter lido até mais de 100 livros em 2018, eu não consegui ler todos os livros propostos nos desafios. Isso também se deve ao fato de eu ter colocado livros muito grandes nos desafios, então as regras para 2019 são:

1. Pelo menos 70% dos livros precisam estar encaixados em dois desafios.
2. Todos os livros precisam ter no máximo 350 páginas.
3. Eu preciso já ter pelo menos 70% dos livros, seja em formato físico ou em ebook.

O planejado é: todo mês ler o livro correspondente do desafio 12 livros para 2019 e ir lendo os outros livros ao longo do ano, assim, conseguirei ler tudo até o final do ano, e ainda terei tempo para outras leituras não planejadas.


LEGENDA:
azul = lido
verde = lendo


DESAFIO A CABANA
A Cabana -  174 páginas
De Volta à Cabana - 240 páginas
Encontre Deus na Cabana - 174 páginas
A Cabana 365 dias do Ano - 128 páginas



DESAFIO 1001 LIVROS
O Iluminado de Stephen King - 463 páginas
O Conto da Aia de Margaret Atwood - 368 páginas
Entrevista com o Vampiro de Anne Rice - 334 páginas
A Redoma de Vidro de Sylvia Plath - 280 páginas
Veronika Decide Morrer de Paulo Coelho - 224 páginas



DESAFIO MULHERES
O Conto da Aia de Margaret Atwood - 368 páginas
A Cor Púrpura de Alice Walker - 315 páginas
Tempo de Imperfeição de Lílian Vaccaro - 250 páginas
Entrevista com o Vampiro de Anne Rice - 334 páginas
No Seu Pescoço de Chimamanda Adiche - 240 páginas



DESAFIO 12 LIVROS PARA 2019
JANEIRO - Iracema de José de Alencar - 75 páginas
FEVEREIRO - A Cabana de William P. Young - 174 páginas
MARÇO - Oliver Twist de Machado de Assis (tradução) - 125 páginas
ABRIL - Veronika Decide Morrer de Paulo Coelho - 224 páginas
MAIO - A Redoma de Vidro de Sylvia Plath - 280 páginas
JUNHO - Diário de Uma Paixão de Nicholas Sparks - 176 páginas
JULHO - O Conto da Aia de Margaret Atwood - 368 páginas
AGOSTO - Tempo de Imperfeição de Lílian Vaccaro - 250 páginas
SETEMBRO - Entrevista com o Vampiro de Anne Rice - 334 páginas
OUTUBRO - O Iluminado de Stephen King - 463 páginas
NOVEMBRO - Quincas Borba de Machado de Assis - 158 páginas
DEZEMBRO - A Christmas Carol de Charles Dickens- 112 páginas



E ficaram assim as listas! Ao todo são 26 desafios a serem cumpridos em 17 livros diferentes. É um número bom, bem possível e creio que não vai ser tão difícil quanto foi em 2018, por que os livros são menores e se repetem nos desafios. Lembrando que Iracema e Oliver Twist estão no Projeto Machado de Assis também, e que A Christmas Carol, apesar de eu não ter especificado na lista, está entre os 1001 livros para ler antes de morrer. Tem algumas exceções à segunda regra, mas como boa parte dos livros é bem curtinho, eu acabei deixando eles aí mesmo.

A maioria dos livros estão nos desafio de 12 livros, então eles já tem uma data para serem lidos, o que significa que posso ficar mais tranquila nesse ano, se eu conseguir me organizar direitinho.

Creio que será um ano mais tranquilo, e não vou ficar apertada ou atrasada com as leituras. Que 2019 seja um ano incrível para todos nós!

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Leitura todo dia #81



Outra incrível semana de Leitura todo dia, projeto criado pela Nine Stecanella, pra fazer com que os participantes leiam mais e façam da leitura um hábito. O projeto não tem meta fixa, mas sempre coloco uma meta semanal que seja de acordo com as minhas metas anuais. Final de ano chegando e eu tenho muitas coisas pra ler. Mais de mil páginas, e pra conseguir ler, vou fazer um intensivo aqui. Não vou deixar um número de páginas como meta, e sim os livros que quero ler listados aqui.


Moby Dick - 503 páginas restantes
A Paixão Segundo GH - 106 páginas restantes
O Demônio e a Senhora Prym - 213 páginas restantes
Contos de Natal - 68 páginas restantes













No dia dezessete eu li 54 páginas de Entulho de Rosas da Karine Bassi, minha amiga super talentosa. Já conhecia alguns poemas, mas me surpreendi positivamente com outros. Muitos versos eu li e pensei "isso daria uma boa tatuagem". É uma preciosidade. E no dia dezoito eu li 56 páginas de Entulho de Rosas e concluí a leitura do livro. Ele é bem curtinho mesmo, mas é cheio de poemas, poesias e contos. Me surpreendi com os contos, por que são prosas bem poéticas e muito gostosas de se ler. Vai sair resenha desse livro aqui, provavelmente vai ser a resenha que vai fechar o ano. Fiquem ligados!



No dia dezenove eu li apenas 3 páginas de A Paixão Segundo GH. Fui comprar os presentes de natal das pessoas, que se resumiu à chocolates, e foi um dia incrivelmente feliz pra mim por que sempre sonhei em poder comprar as coisas pra minha família, e mesmo ganhando apenas 400 reais por mês, e regulando o dinheiro, consegui comprar meus livros, um copo térmico pro meu namorado e chocolates pra família. Apesar de ter lido pouco, foi um dia ótimo!



No dia vinte eu li 42 páginas (dois contos) de Contos de Natal, que estava no minha TBR pra dezembro por ser um compilado de contos que se passam nesse mês. Me surpreendi 100% com esse livro, pensei que fosse ser algo mais fofinho, com mensagens de amor e paz, mas é basicamente um compilado de sofrimentos que se passam no natal. E são histórias bem diversas, o que é bem interessante. O ebook não está mais disponível em lugar nenhum, não sei o motivo, então infelizmente não poderei recomendar aqui pra vocês essa leitura, mas quem já tiver adquirido o ebook, leia, é ótimo. São vários autores, entre eles Alessandro Garcia, Claudia Lage, Luisa Geisler, Maria Clara Mattos e Victor Heringer. Nesse dia eu li os dois primeiros contos, que ocupam mais de 60% das páginas do ebook, que tem apenas 68 páginas. Uma leitura boa e surpreendente.

E li também 4 páginas (um capítulo) de Moby Dick, e depois percebi que já havia lido esse capítulo anteriormente. Acontece né.




No dia vinte e um eu li 3 páginas (três capítulos) de Joel, o livro da Bíblia e concluí a leitura. Sim, ele é bem curtinho. Foi também uma surpresa nessa semana por que eu não era uma grande conhecedora do que acontecia nesse livro, e não sabia o que esperar. É uma narrativa sobre um tempo em que gafanhotos comeram todos os tipos de plantação, e que tudo só voltaria a florescer quando as pessoas voltassem a adorar a Deus. Recomendo pra quem tem interesse nesse tipo de narrativa ou aos religiosos. Enquanto cristã, alguns versos foram tapas na cara.

Li também 11 páginas (cinco contos) de Contos de Natal e li contos bem curtinhos, mas bem legais. Continuam nessa vibe de não ser nada a ver com amor, paz e alegria. E por fim, li 3 páginas de A Paixão Segundo GH. Nesse dia eu não tava tão animada com as coisas. Fiquei muito animada com o bullet journal que ganhei do meu namorado, e passei boa parte do dia decorando ele, e quando fui ver, já estava tarde, e como eu só estava animada com o bullet, todas as outras coisas me pareceram sem graça.



No dia vinte e dois eu li 15 páginas (dois contos) de Contos de Natal e concluí a leitura do ebook. Gostei bastante. O penúltimo conto eu achei bem nada a ver, principalmente por que ele foi colocado dentro do livro como imagem, e pra lê-lo no celular é um inferno, por que mesmo que você aumente a letra do arquivo no kindle, a imagem em si não aumenta. Na verdade a história do conto em si não me incomodou, mas isso me fez pegar um ranço forte do conto e não gostei nada dele. O último conto eu amei, achei incrível, e estou pensando em fazer uma resenha dele pra postar aqui no natal. O último foi escrito por Victor Heringer, falecido aos 29 anos em março desse ano.


No dia vinte e três eu li 1 página de Obadias, livro bíblico que fica mais pro final do antigo testamento. Queria ler algo, mas queria que fosse algo rápido, que eu não precisasse ficar voltando depois pra mesma leitura. E sim, Obadias tem apenas uma página na minha edição da Bíblia.

Li 5 páginas de Revelações, que é uma crítica do Machado de Assis ao livro com esse título. Sempre pensei que faria muito mais sentido ler o livro antes de ler a crítica, e ainda penso assim nos casos em que eu consigo ter acesso ao livro, mas as críticas do Machado são bem parecidas com as resenhas que vemos atualmente na internet. Então ler as críticas dele, mesmo sem ter lido o livro, é como assistir ou ler uma resenha sem ter lido o livro, coisa que faço bastante, e é assim que pego várias recomendações de livros legais. Algo interessante dessa crítica é que ele critica o autor por ter feito a musa inspiradora dele parecer humana demais em algumas partes.

Li também 3 páginas de Peregrinações, mais uma crítica do Machado. Gostei por que ele diz que quando um poeta escreve um relato, acaba sendo mais interessante por que é ao mesmo tempo um relato e uma poesia. Depois li 5 páginas de Constituinte e Sombra e Luz, que também são críticas do Machado há algumas obras. 

E por fim li 3 páginas (um capítulo) de Moby Dick. Tenho a forte impressão de que essa leitura só será finalizada ao longo de 2019. Nem prometo finalizá-la em janeiro por que já vou participar da maratona de férias do ig @umaviajanteliterária, e coloquei cerca de 10 livros na TBR, então pra mim é totalmente sem condições de eu conseguir terminar Moby Dick em dezembro. Acho que realmente vou parar a leitura dele por aqui e me concentrar em terminar os outros livros.


Na penúltima semana de 2018 eu li apenas 208 páginas, o que dá 29,7 páginas por dia. Não achei uma média ruim de fato, mas obviamente poderia e deveria ser melhor. O que acontece é que nos dias antes do natal eu fico bem pra baixo. Natal pra mim não é uma data boa, por que me lembra da morte do meu irmão, me faz pensar em todas as pessoas que estão nas ruas e coisas parecidas, e isso me deixa bem triste.

Na última semana do ano eu confesso que não vou ficar correndo com leituras, vou ler apenas o que eu conseguir, e que seja assim. Percebi ao longo dos últimos dias que ficar fritando minha cabeça não adianta nada. Eu colocava uma meta alta, aí por ser alta eu achava que não ia conseguir e nem tentava, depois ficava muito triste comigo mesma e acabava não tendo animação pra continuar. Ou seja, é um ciclo, e decidi romper ele. A próxima semana não tem metas fixas, se eu conseguir, ok, se não conseguir, tudo bem também.


Entulho de Rosas - 110 páginas lidas Concluído
Contos de Natal - 68 páginas lidas Concluído
A Paixão Segundo GH - 6 páginas
Joel - 3 páginas lidas Concluído
Obadias - 1 página lida Concluído
Moby Dick - 7 páginas lidas
Constituinte - 5 páginas lidas Concluído
Peregrinação - 3 páginas lidas Concluído
Revelações - 5 páginas lidas Concluído




domingo, 23 de dezembro de 2018

Resenha: Pax Domestica de Victor Heringer


























Título: Pax Domestica
Autor: Victor Heringer
Onde encontrar: ??
Ano de publicação no Brasil: 2018
Número de páginas: 7
Nota: 4/5



Pax Doméstica é um conto que conheci por estar no ebook Contos de Natal, não mais disponível em lugar algum da internet, e por isso não sei onde vocês podem encontrá-lo agora. O enredo do conto parece bem confuso de primeira, mas no final tudo faz muito sentido. Para mim, foi o final que fez tudo valer a pena, e traz uma mensagem legal para se pensar nesse fim de ano: nós estamos mesmo nos desfazendo do que sempre falamos que ficou no ano anterior? Entramos mesmo no ano novo com vida nova?

Uma moça vai para a roça, em Goiânia, para passar a noite de natal com os familiares. Pai, mãe, avô, uma prima, namorado da prima e ela. A ceia é farta, a mesa está cheia com vários tipos de comida diferentes. A todo momento a família, que não conhece bem o namorado da prima, tenta fazê-lo falar algo, para que ele se enturme. As tentativas são falhas e começa a acontecer aqueles silêncios estranhos, até que alguém fale novamente, e venha após isso um novo silêncio.

Começam a perguntá-lo algumas coisas, e ele estranhamente responde com uma frase em latim. As pessoas ignoram isso e começam a falar sobre a decoração de natal. A mãe da família é conhecida por trocar a decoração todos os anos. Todo ano, quando chega em novembro, ela joga a decoração antiga fora e compra uma nova. Algo muito legal que o autor ressaltou é que a casa estava toda decorada com neve falsa, e a temperatura no dia era de 36°. Mas a mãe colocou neve por que "neve é chique". 

Isso me fez pensar na supervalorização da neve, que é basicamente água congelada, cristais de gelo, e no fato de nós sonharmos em conhecer neve por que a sociedade colocou na nossa cabeça que neve é chique. E por que seria? Por que os países que são conhecidos pela neve são países desenvolvidos e alvo de muitos turistas? Creio que sim. Claro, Rússia, que é um dos lugares com inverno mais rigoroso do mundo é conhecida por isso e nem por isso as pessoas amam viajar pra lá no inverno. Mas no geral, é isso que acontece. O norte do globo é supervalorizado por ter neve. Literalmente água congelada. É uma loucura.

A conversa sobre a decoração leva a algo surpreendente no desfecho do conto, que obviamente não contarei aqui. Foi surpreendente pra mim por que aconteceu de repente, não havia indícios de que aquilo poderia acontecer e a forma como aconteceu foi bem estranha.

Aos que já possuem o ebook, recomendo multíssimo que leiam, não apenas esse conto, mas o ebook inteiro, já que ele inteiro possui apenas 68 páginas. O autor faleceu em março de 2018, o que, creio eu, deve ter sido o motivo para terem tirado o livro de circulação, mas não pesquisei tão a fundo para descobrir isso. Ele se suicidou, aos 29 anos, o que é uma pena, pois por esse primeiro contato que tive com ele, creio que seus livros sejam incríveis, e não temos mais produções novas dele.

sábado, 22 de dezembro de 2018

Como ser um pobre inteligente


Quando eu escrevi o post "sobre ser negra num país racista", eu disse no final que todos devemos procurar conhecimento usando as ferramentas que temos. Então, hoje eu vou dar algumas dicas de como de fato adquirir um bom conhecimento de forma gratuita, e vou dar dicas de coisas que são importantes que todos nós saibamos. Todas as dicas que envolvem a internet levam em conta que você já tenha acesso à internet, mas todas são rápidas, portanto, uma hora na lan house é mais do que suficiente, e seu gasto seria pequeno.



1. Aprenda uma nova língua
Se você está vendo esse post, você tem acesso à internet. Separe 30 minutos por dia para aprender uma nova língua. Vou deixar como recomendação o site/app Busuu, onde eu comecei a aprender japonês. O site disponibiliza atividades gratuitas e pagas. As atividades gratuitas são as básicas, onde eles te mostram a palavra e o significado dela, e você vai aprendendo aos pucos. As atividades pagas são para treinar. Para que você consiga treinar o que aprendeu, eu recomendo que use o site/app Hinative, onde você consegue falar com pessoas nativas daquela língua e aprender. Você pode fazer perguntas, e pode até mesmo pedir para que alguma das pessoas te ajude no aprendizado, como um professor faria.



2. Aprenda a fazer artesanato
No youtube você consegue encontrar vários tipos de artesanato diferentes, e além de ser algo que acalma e vai poder servir de enfeite, ou até mesmo ser algo funcional na sua casa, você pode começar a vender e ter uma renda com isso. Recomendo canal Ideias Incríveis, que sempre posta vídeos de compilado de artesanatos, passo a passo. É tudo muito criativo, e a maioria precisa de um investimento bem pequeno.



3. Aprenda sobre o seu país
Aprender, de verdade, sobre a cultura e passado histórico do seu país é algo importante, principalmente por é o que vai te levar a entender o que você vive no presente. Então eu irei deixar aqui recomendados alguns livros, totalmente gratuitos, retirados do site Domínio Público. Todos os livros recomendados falam sobre a história do Brasil, mas caso o seu país de origem seja outro, procure no site que você com certeza irá encontrar.



4. Vá até a biblioteca
Se na sua cidade houver alguma biblioteca pública, tente frequentá-la. Faça o seu cadastro, que normalmente fica em até 5 reais, e a partir desse momento você poderá pegar livros sempre que quiser, levá-los para a sua casa e lê-los. Caso a sua cidade não possua uma biblioteca pública, ou você não tenha como chegar até ela, ou não tenha dinheiro para o cadastro, procure a escola pública mais próxima e pergunte se você pode utilizar a biblioteca deles para leitura. A maioria das escolas aceitam, principalmente se você for morador daquele bairro. Leia todos os tipos de livros. Se o seu interesse maior é em livros didáticos, leia-os. Se você tem interesse sobre livros de romance, ou livros infantis, ou livros de suspense, leia-os também! Qualquer tipo de leitura é válida, não importa qual livro seja.





5. Faça cursos gratuitos
Caso você precise de algum curso que te dê de fato um certificado, para que você possa concorrer a uma vaga de emprego por causa daquele curso, recomendo cursos que fiquem perto da sua casa, ofertados por instituições que se preocupam com a humanização. Geralmente os cursos mais procurados nesses locais são de inglês, gastronomia, corte de cabelo e decoração de unhas, pois são cursos que te permitem entrar mais rapidamente no mercado de trabalho, e até mesmo abrir um negócio próprio. Caso você possa passar um tempo maior na internet, recomendo que utilize o site Prime Cursos, que oferece o curso inteiramente gratuito e com certificado.






sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Coisas que aprendi em 2018

Uma lista com coisas que aprendi nesse ano incrível que foi 2018, um dos melhores anos da minha vida. Fiz várias coisas incríveis. Estou fazendo essas listas para que, além de saberem o que aconteceu na minha vida, vocês possam se identificar e pensar nas coisas boas que aconteceram na vida de vocês, e até mesmo nas coisas ruins, mas que te levou a aprender algo. Vamos lá!


O amor nos muda
Era aquela pessoa que achava super brega casais sendo extremamente fofos um com o outro, mas agora sou exatamente essa pessoa. Falo todo dia que amo, fico um dia sem ver e já sinto saudade, compartilho minha comida colocando direto na boca dele, ando de mãos dadas, fico minutos só olhando pro rosto dele quando ele está dormindo, me declaro todos os dias, chamo de lindo e dono do mundo. Estar com uma pessoa que realmente te apoie é essencial. Não acredito que apenas amor muda alguma coisa, então nesse pacote também entra a amizade, companheirismo, brincadeiras e respeito, que são essenciais para todos os tipos de relacionamento.


Me cobrar menos
Aprendizado tirado da quantidade de desafios literários que comecei neste ano. Coloquei mais livros do que conseguiria ler, por que a maioria deles tinham muitas páginas, e eu acabava me cobrando muito pra ler loucamente e terminar os desafios, o que só fazia com que eu tivesse cada vez menos vontade de ler, o que me levava a ler menos, ou seja, tinha o efeito contrário. Em dezembro eu li sim os livros dos desafios que estavam atrasados, mas foram livros que eu acabei selecionando entre os que estavam nas listas e que eu sabia que ia gostar da história. Além de a maioria ser livros mais curtos. Aprendi que me cobrar demais tem o efeito contrário, e que o segredo pra ler muito é ler o que eu quero sem pressões. E claro, vale pra tudo na vida.


Começar as coisas
Eu tenho um defeito que é ficar imaginando como seria algo, mas não começar aquilo. Neste ano eu comecei várias coisas, e consegui concluir várias também, o que eu sempre acho bom. Concluir muitas vezes demanda mais coragem e dedicação do que começar. Comecei a colorir livros de colorir, algo que pode parecer besta, mas pra mim foi inovador por que sou meio apegada aos livros; comecei um relacionamento; comecei a cursar ciências biológicas; comecei a dar aulas de verdade; comecei a preparar materiais didáticos; comecei a sair mais com os amigos. Foram vários começos incríveis, e espero poder concluí-los de forma satisfatória.


Faculdade pode ser um sonho ou um pesadelo
O sonho da minha vida era entrar na faculdade, ser graduada e ter um diploma. Este sonho começou a ser realizado, já que consegui entrar numa faculdade pública, e se tudo der certo, no final de 2021 estarei realizando este sonho por completo. Mas a faculdade pode ser assustadora. Existe uma cobrança muito grande, muitas pessoas que não levam nada a sério, gente que leva tudo a sério demais e fica pirada, gente mal caráter que você vai ter que ver durante quatro anos no mínimo. Mas o segredo é se focar nas coisas boas. Além do diploma, faculdade nos faz crescer enquanto pessoas, enquanto pesquisadores, nos faz escrever melhor, nos dá mais disciplina e nos faz conhecer pessoas legais também.


Tá todo mundo meio perdido
Ninguém tem as respostas pra tudo, nem seu terapeuta, nem o psiquiatria, nem seus mestres, nem aquela pessoa que escreveu aquele livro de autoajuda incrível. E tá tudo bem. O interessante da vida é ir escolhendo seus amigos fazendo com que cada coisinha seja única. Ta todo mundo perdido, por isso não devemos seguir ninguém, e sim fazer nosso próprio caminho, nos lembrando sempre que vamos colher ao longo da vida o que nós plantarmos. E claro, pra se encontrar vale de (quase) tudo: ler vários livros de autoajuda, ir ao terapeuta, encontrar um hobby, conversar com as pessoas, estudar bastante, e algo que eu acho muito importante é trabalhar a espiritualidade, independente da religião. Achava que só eu estava perdida, mas fui vendo que ninguém é totalmente resolvido em tudo na vida, sempre vamos estar meio perdidos em alguma área


Amo falar sobre negritude
Como escrevi um artigo sobre heróis negros esse ano pra Revista Amazing (veja a matéria aqui, na página 8) eu tive que estudar bastante, tanto sobre os heróis quanto sobre a negritude como um todo. Li várias coisas que me fizeram aprender mais sobre o assunto, vi vários vídeos, séries e documentários que acrescentaram muito à minha vida e que me fez ter bases mais firmes pra discutir o assunto. E claro, ter sofrido racismo explícito na faculdade logo nos primeiros dias também me fez querer estudar mais, pra se acontecer de novo, eu conseguir enfrentar isso com mais garra ainda. Estou escrevendo um livro inteiro com personagens negros e não sei se algum dia vai ser publicado, mas já tenho muito orgulho dele.


Biologia é incrível
Tenho a certeza de que escolhi o curso certo. Sim, quero aprender outras inúmeras coisas que não estão diretamente ligadas à biologia, mas com certeza escolher esse curso de graduação foi uma escolha certa. Tenho muita curiosidade sobre como tudo no mundo funciona, e gosto muito de ensinar, então estar me formando para ser professora de biologia e conseguir alimentar a curiosidade de outras pessoas é algo que me deixa muito feliz. Ainda quero estudar algumas coisas nas áreas de pedagogia, psicologia, letras e artes, mas não sei se seriam outras graduações ou apenas cursos mais rápidos.


Ser mais positiva
É de conhecimento geral da nação que pensamentos negativos apenas atraem coisas negativas, então algo que preciso exercitar é o pensamento positivo. Em vários momentos eu pensei em desistir de várias coisas por motivos bobos, por que na minha cabeça o motivo bobo ia desencadear uma série de coisas ruins, mas no final acabou tudo dando certo e foi até gostoso passar por todo o processo. Já pensei em desmarcar várias coisas com amigos por achar que ia ser ruim, falar que eu não tava com vontade, mas fui e acabou sendo incrível. Comecei a ser mais positiva, pelo menos em algumas questões da minha vida, e isso foi mudando as coisas aos poucos, e até mesmo ajuda na ansiedade, pois quando eu mentalizo que vai dar tudo certo, eu não me preocupo tanto, e aquilo não se torna um problema. 


Essa foi a lista de coisas que aprendi neste ano. Me contem o que vocês aprenderam. Incrivelmente não houveram aprendizados vindos de coisas realmente ruins, o que significa que no geral meu ano foi muito bom. Temos sempre que ver o lado positivo das coisas, ver o que aquilo nos ensina, aprender com isso e levar esses ensinamentos para toda a nossa vida, assim teremos vidas cada vez mais incríveis.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Resenha: Romanos (Bíblia)



























Título: Romanos
Autor: Paulo
Editora: Editora Luz e Vida
Ano de publicação no Brasil: 1998
Número de páginas: 12 páginas
Onde encontrar: Bíblia Online
Nota: 5/5

Este post é apenas uma resenha, e não tem nenhuma pretensão ou responsabilidade espiritual. Se quiser ler algo feito para te edificar espiritualmente, acesse este link. Aqui encontrará minhas impressões de leitura e um pouco do que você vai encontrar no livro. É uma resenha comum.

Romanos é uma carta do apóstolo Paulo aos romanos, ou seja, os que viviam em Roma. Paulo escreveu essa carta para orientar os não-judeus, já que esse foi seu propósito de vida enquanto cristão. Paulo começa dizendo que Deus o escolheu para pregar o evangelho em todo o mundo, e esse é o motivo de Paulo ter viajado para tantos países diferentes. É preciso deixar claro que a América não era conhecida nessa época, poucas décadas depois de Cristo, e por isso sua viagem se concentra no que hoje é a Europa.

Ao longo da carta existem orações de agradecimento à Deus e alguns louvores, e parecem tão verdadeiras, sem roteiros, que é emocionante de ler. Como é uma carta escrita à toda uma população, e não realmente uma oração que Paulo fez direcionada a Deus, é algo ainda mais bonito, pois a forma com que Paulo fala de Deus sempre faz parecer que tudo é uma oração. E eu creio que as orações devem ser assim, conversas com Deus e sobre Deus, que venha do nosso coração.

Para mim, o ponto mais legal de Romanos é que em vários momentos Paulo diz que Jesus não veio apenas para salvar os judeus, e sim para salvar todos que Nele crerem. Começa com Paulo dizendo que muitas vezes, por estarem muito presos aos rituais religiosos, os judeus acabam não adorando a Deus em verdade. Sendo que às vezes, mesmo não praticando rituais religiosos, não-judeus adoram a Deus com verdade, de coração, sem esperar nada em troca. Seja cuidando de alguém ou até mesmo conversando com o Espírito Santo.

"O verdadeiro judeu é aquele que é judeu por dentro, aquele que tem o coração circuncidado; e isso é uma coisa que o Espírito de Deus faz e que a lei escrita não pode fazer" _ Rm 2:29

Alguns dos judeus da época acreditavam que apenas eles seriam salvos, por serem descendentes de Abraão, mas Paulo diz que Jesus veio à terra para mudar isso e fazer com que todos pudessem ser aceitos por Deus, independente do histórico familiar.



























Além disso, Paulo fala sobre a glória que veremos quando Cristo voltar. Precisamos ter uma boa vida com Cristo na terra pra que possamos ter uma vida com Ele no céu, e por mais que tudo pareça ser difícil demais, perto do que veremos e viveremos quando estivermos fisicamente com Cristo, todas as coisas ruins parecem desaparecer.

"Eu penso que o que sofremos durante a nossa vida não pode ser comparado, de modo nenhum, com a glória que nos será revelada no futuro" _ Rm 8:18

Então temos meus versos preferidos da carta. Paulo fala sobre o que seria possível nos separar do amor de Deus, e diz que nada pode. Por mais que sejamos falhos e cheios de defeitos, Deus sempre vai nos amar. E claro, Deus nos amar é uma coisa, nós sermos abençoados por Deus é outra coisa totalmente diferente. Nós recebemos às coisas pela graça de Deus e colhemos o que plantamos, então sim, Deus te ama sempre, mas não é por isso que Ele vai te dar tudo que você pedir.

"Pois eu tenho a certeza de que anda pode nos separar do amor de Deus: nem a morte, nem a vida; nem os anjos, nem outras autoridades ou poderes celestiais; nem o presente, nem o futuro; nem o mundo lá de cima, nem o mundo lá de baixo. Em todo o universo não há nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor." _ Rm 8:38-39

Então Paulo começa a dar conselhos sobre coisas práticas da vida como a nova vida que devemos ter dedicada ao serviço de Deus, ou seja, abrir o coração sempre para Deus e agir como Jesus agiu. Também fala sobre obedecer as autoridades, pois elas foram postas ali com a permissão de Deus, e que se as autoridades fazem o bem, devemos obedecê-las, o que significa que se ela nos faz mal ou vai contra princípios humanos básicos, como o direito à vida e à não-tortura, não devemos apoiá-los. Fala sobre amar uns aos outros e não julgar, pois nossos julgamentos podem destruir alguém.

É uma carta que recomendo à todos, até mesmo os que não são nem um pouco religiosos e/ou não têm religião, pois vários dos conselhos que Paulo dá são aplicáveis na nossa vida no contexto atual. Também recomendo aos religiosos que buscam iluminação espiritual, seguindo os conselhos de Paulo é possível mudarmos nossas vidas, apenas é necessário ter disciplina e ir fazendo tudo aos poucos. E recomendo aos que querem entender um pouco mais do evangelho, sejam religiosos ou estudantes de religiões, ou até mesmo apenas pessoas curiosas que querem ler coisas que influenciam milhões de pessoas ao longo dos séculos.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Leitura todo dia #80




Mais uma belíssima semana de Leitura todo dia, projeto criado pela Nine Stecanella para fazer com que os participantes leiam mais. Meu objetivo nessa semana é ler a TBR para a Maratona dos Atrasados, o que vai dar cerca de 550 páginas no final da semana. Espero conseguir ler tudo que preciso pra essa maratona.


Moby Dick - faltam 503 páginas
O Demônio e a Senhora Prym - faltam 213 páginas
Entre os Atos - faltam 200 páginas



No dia nove eu li 25 páginas de A Paixão Segundo GH e estou gostando muito do livro. A escrita da Clarice Lispector é uma coisa de outro mundo, é uma prosa tão poética e estou fazendo tantas marcações que parece que estou marcando é o livro inteiro. É meu primeiro contato com a escrita da Clarice e recomendo muito que todos a leiam.













No dia dez foi o início da Maratona dos Atrasados de dezembro, mas acabei não lendo tanto quanto gostaria por saí com o grupo de pesquisa do meu namorado e isso me tomou algum tempo. Também confesso que nos últimos dias eu tenho tido muita vontade de desenhar e colorir, que são coisas que me fazem muito bem, me aliviam e me deixam feliz, então eu preferi me dedicar um pouco à isso, e acabei levando 5 horas para colorir uma mandala. Mas prometo que os próximos dias serão mais dedicados à leitura.

Eu li 38 páginas de Between the Acts/Entre os Atos da Virginia Woolf e estou gostando muito do livro. Estou lendo em inglês, então é claro que não estou entendendo 100% das palavras, mas dá pra entender muita coisa sim, e estou gostando bastante. 

E li 44 páginas do livro Eu Acho Que Você é Meio Doido, Sim, da Nath Araújo, também conhecida como melhor ilustradora desse país. Amo a Nath, não apenas por causa dos desenhos, mas por ela ser uma pessoa muito divertida e sempre estar muito animada. Eu literalmente chorei de felicidade quando o livro chegou. Usei ele como incentivo para ler o outro livro. A cada 10 páginas de Entre os Atos eu poderia ler algumas páginas dele, e acho que funcionou bem. Vou continuar fazendo isso.



No dia onze eu li 60 páginas de Between the Acts/Entre os Atos e estou gostando bastante do livro. É bem diferente do que eu estava esperando, mas tem tudo a ver com o título. Há uma peça de teatro e algumas coisas acontecem entre os atos dessa peça. Então além de focar na própria peça, o livro também foca em tudo que está acontecendo entre as pessoas que estão assistindo.

E li também 11 páginas de Eu Acho Que Você é Meio Louco, Sim. Obviamente estou amando. Nas últimas páginas a Nath falou sobre o fato de ela ter se sentido meio bosta, mesmo já tendo conquistado várias coisas na vida.



No dia doze eu li 51 páginas de Between the Acts/Entre os Atos. Queria ter concluído a leitura desse livro nesse dia, mas acabei não conseguindo. Como estou lendo em inglês, fica mais difícil, por que não sou fluente, e preciso ir parando a leitura pra pesquisar o significado de algumas palavras, além de que não leio livros em inglês com tanta frequência, então eu preciso me empenhar mais pra conseguir entender o contexto de tudo. Estou gostando bastante, apesar de, como eu já disse, ser bem diferente do que eu esperava que fosse.



No dia treze não houve leitura. Passei o dia inteiro fora, tive que ir novamente ao oftalmologista para fazer uma nova receita para os meus óculos, por que a receita feita em novembro estava totalmente errada para o meu grau. Descobri que não posso usar colírio quando for fazer o exame, por que meu eixo muda muito. Apesar de eu não ter lido, mas um dia muito bom.



No dia quatorze eu li 51 páginas de Between the Acts/Entre os Atos e concluí a leitura do livro. Já aceitei pra minha vida que não vou conseguir cumprir todos os objetivos da maratona, mas vou continuar tentando ler o máximo possível. Gostei da o livro, mas gostei mais da peça que há dentro do livro do que do que acontece entre um ato e outro.

E li também 32 páginas de Eu Acho Que Você é Meio Doido, Sim. Li enquanto estava esperando meu namorado chegar para irmos pra uma reunião de amigos, o que também explica o motivo de eu não ter lido um outro livro mais "pesado". Como esse livro é interativo e o assunto normalmente não se estende por muitas páginas, é mais fácil parar em qualquer lugar da leitura sem se perder, por isso escolhi ele.



No dia quinze eu li 18 páginas de A Paixão Segundo GH e estou gostando muito do livro, a escrita da Clarice é incrível, e eu estou fazendo várias marcações. E li também 19 páginas de Eu Acho Que Você é Meio Doido, Sim. Também estou amando esse livro. Li no caminho da casa do meu namorado até a minha casa, então acabei lendo pouco mesmo.



E no dia dezesseis eu li 42 páginas de A Paixão Segundo GH. Meu objetivo era concluir a leitura do livro, mas o dia acabou sendo um pouco mais cheio do que eu pensei que seria e não tive tempo pra ler durante o dia, e quando a noite chegou eu estava super desanimada e li bem pouco.

E li 54 páginas de Eu Acho Que Você é Meio Doido, Sim. Li ele pela manhã, e por isso consegui concluir a leitura do livro. Recomendo muito, é um livro muito gostoso de ser lido. Se você é fã da Nath Araújo é um livro obrigatório na sua estante, e se você não é, esse livro é uma boa oportunidade pra conhecer o trabalho dela. É super interativo, tem várias listas e nos inspira. As partes em prosa são relatos da vida dela que ela pensa que vai ajudar as pessoas a se descobrirem, então é um livro de auto-descobrimento, com várias ilustrações pra colorir, o que o torna extremamente relaxante.



Na segunda semana de dezembro, e primeira parte da Maratona dos Atrasados eu li 445 páginas, o que dá 55,6 páginas lidas por dia. É uma média boa, principalmente considerando que teve um dia sem leitura, mas ainda sim é uma média bem abaixo da que eu planejava.

O objetivo da maratona era ler 3 livros específicos e ler 100 páginas deles por dia, o que não aconteceu. Acabei pegando outros livros, e li apenas 1 livro da maratona até agora. De qualquer forma, foi uma semana incrível de leituras, por que eu consegui ler bem mais do que o normal, e considerando que na semana anterior eu havia lido 101 páginas, essa semana foi top das top. Na próxima semana vão ter mais 4 dias de maratona dos atrasados e pretendo me dedicar muito à isso. Algo que está "impedindo" que eu me dedique mais à leitura é a quantidade de coisas que preciso fazer aqui para o blog, mas creio que vai dar tudo certo e que vamos ter vários posts e várias páginas lidas!



Entre os Atos - 200 páginas lidas Concluído 
Eu Acho Que Você é Meio Doido, Sim - 160 páginas lidas Concluído 
A Paixão Segundo GH - 85 páginas lidas



domingo, 16 de dezembro de 2018

Resenha: Mãe África de Celso Sisto



Título: Mãe África
Autor: Celso Sisto
Editora: Paulus
Ano de publicação no Brasil: 2007
Número de páginas: 140
Preço: R$ 20,00 - R$ 70,00
Onde encontrar: Estante VirtualSubmarinoSaraiva
Nota: 4,5/5


Mãe África é uma coletânea de contos africanos. Primeiramente preciso dizer que na introdução do livro o autor diz que ele reuniu os contos, reescreveu e publicou, porém há pelo menos um conto que eu achei na internet, em inglês, em um outro livro completamente diferente, que está escrito da mesma forma, com as mesmas palavras, apenas em outro idioma, então não posso falar nada sobre a veracidade dessa informação, e sim sobre os contos.

No sumário, abaixo do nome dos contos há o nome dos países de onde essas histórias foram retiradas. Não vou citar todos os contos, e sim alguns que se destacaram na minha leitura. O primeiro, que abre o livro, é sobre mitos da criação. São vários recontos de como o mundo e a humanidade foram criados e se parecem bastante com a teoria criacionista cristã, o que me surpreendeu, pois eu esperava algo bem diferente.

Motikatika e o ogro é um conto bem diferente de tudo que eu já li na vida. Uma mulher vai até um certo local pegar água para o marido, e não sabia que nesse local vivia um ogro. O ogro diz que vai matá-la, e ela acaba dando seu filho em troca da própria vida. Só que o filho dela acaba descobrindo, e vai fazendo o possível para não ser pego pelo ogro. Achei muito interessante. Há um conto chamado Son-Eib, o filho da chuva, que é incrível! É bem melancólico mas eu adorei, por que é uma ótima explicação metafísica para a criação da chuva.

Existem também várias fábulas no livro, mas quero destacar O chacal e a mina d'água. Os animais constroem uma mina de água, mas o chacal não participou. Por causa disso, resolveram colocar um vigia diferente por noite para que apenas os que ajudaram possam beber a água, e obviamente o chacal vai tentando de todas as formas beber a água da mina.

As vozes dos pássaros é uma história que com toda certeza vai ficar no meu coração e na minha mente pra sempre. Aqui temos uma explicação sobre o por quê o canto de alguns pássaros são mais bonitos e melodiosos do que de outros, e é uma explicação linda. A Pele de Oiá-Iansã fala sobre a orixá Oiá, conta muito da história dela, fala sobre o casamento, os filhos e de como ela se libertou de tudo que a prendia. É uma história que, para mim, todas as pessoas de religiões de matriz africana deveriam ler. Há também um conto sobre Oxóssi e também é incrível!

A cabeça falante é um conto um pouco assustador até, por ser uma cabeça, no meio da floresta, que fala, e faz coisas ruins até. O conto tem uma moral, e é algo bem diferente de tudo que já li, por que é como se a cabeça fosse sendo renovada. Leiam o livro para entender melhor. Preciso destacar aqui O focinho branco do burro, que também vai ficar no meu coração pra sempre, e também é uma explicação para o fato de os burros terem apenas o focinho branco. É algo fofo e bastante místico, o que é bem legal, pois nunca esse animal é visto dessa forma.




São esses os contos que eu gostaria de destacar, pois foram os que mais me marcaram durante a leitura e são contos que representam bem o livro como um todo. Eu gostei muito da experiência de leitura de contos africanos, por que até então eu não havia lido nada parecido, e até mesmo as histórias dos orixás que eu conheço foram novidades para mim. É algo muito rico, principalmente para nós que não temos tanto contato direto com a cultura africana e com seus mitos. Acredito que é muito importante valorizarmos esse tipo de história assim como valorizamos as mitologias gregas e nórdicas, sempre lembrando que para os que creem nelas, elas são reais, e não apenas histórias.

É muito diferente falar de histórias que são realmente folclóricas de histórias que são tidas como verdade para algumas pessoas, como a origem dos orixás, então é preciso ter um cuidado ao falar disso.

Várias das histórias citadas na resenha me marcaram e vão continuar comigo pra sempre, principalmente as que dão uma explicação metafísica para coisas tão simples e que nunca pensamos, como o motivo de os pelos ao redor do focinho dos burros serem brancos, mas também aqueles que simplesmente contam uma história boa.

Eu me senti lendo relatos, e não histórias inventadas como uma má explicação de algo, e isso foi incrível, por que assim pareceu tudo mais real pra mim, e creio que consegui aproveitar a experiência ao máximo!

Recomendo muito o livro à todos, principalmente os que tem curiosidade em histórias africanas, mas também aos que amam fantasia, realismo fantástico, aos que gostem de ler contos com histórias curtas e bem explicadas, aos que gostam de fábulas e aos que gostam de lendas e mitos. É um livro enriquecedor. Além de ser muito bonito. A folha de guarda do livro é toda em verde, no início de cada novo capítulo há uma ilustração pequena e no meio do conto há também uma ilustração grande e toda colorida, e são ilustrações que nos remetem realmente à África, por causa do tipo de traço e principalmente por causa das cores vibrantes. E a capa é dura. É um livro completo e fica aqui a minha forte recomendação!


sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Resenha: Raízes - Resistência Histórica































Título: Raízes
Autor: Varias; serão citadas ao longo da resenha.
Editora: Venas Abiertas
Ano de publicação no Brasil: 2018
Número de páginas: 180
Onde encontrar: Editora Venas Abiertas
Nota: 5/5


Raízes é uma coletânea de crônicas, contos, poemas e poesias escritas por mulheres pretas brasileiras. São 20 escritoras, que falam sobre negritude, sobre feminismo, política e o dia a dia da favela, já que todas são periféricas. As autoras estão dispostas no livro por ordem alfabética, então fica até mais fácil encontrá-las lá dentro.

A primeira é Aline Oliveira, que escreve três poemas que falam sobre o cabelo crespo; sobre a negritude dentro das religiões afro, citando os orixás e falando sobre a relação deles com ela; e ela fecha falando sobre a mulher brasileira, não apenas sobre o ponto de vista da mulher preta, mas também da índia e de todas as mulheres em geral, que sofrem e não são reconhecidas como deveriam.

"Que o machado de Xangô
esteja preparado pra pegar
um a um..."


Bruna Tamires escreve dois contos para essa coletânea. O primeiro deles "História sobre mulheres bêbadas" mexeu muito comigo. Eu simplesmente fiquei encantada com a escrita dela. Fala sobre os motivos que fazem com que as mulheres bebam, todos ligados à dor emocional e física, de uma forma tão real que chega a ser assustador. O segundo conto fala sobre um casal, que provavelmente não é mais um casal, mas uma das partes ainda quer que sejam, e revela a saudade que tem da "negrita".

"Mas a pinga, para todas aquelas pessoas que não sabem, faz sorrir, bater, chorar. Faz muita coisa. Potencializa as vontades de dentro."


Caroline Anice vem um conto e três poemas. No conto ela fala sobre uma menina preta que mesmo sendo nova é escravizada pelo racismo e pelo machismo, e sobre resistência. Ela também escreve um poema lindo de amor que eu amei, principalmente por ser relativamente parecido com um poema que eu escrevi (oi, preto). 

"Sabe, preto, explode dentro do peito
A convicção de quem vê o horizonte
Inteiramente nos olhos de alguém."


Dalva Maria escreve três contos, e provavelmente por ser mais velha, escreve o primeiro na perspectiva de uma mãe que está esperando o filho que foi preso injustamente sair da cadeia. Todos os contos falam sobre mãe, ou são mães falando. Destaquei o primeiro pois foi o que mais mexeu comigo, por falar de uma coisa tão real quanto a prisão e morte de pretos sem motivo algum, apenas por serem quem são.

"- É o que eu falo sempre, meu filho. Você sabe muito bem como preto e pobre é tratado nesse país."


Elânia Francisca escreve quatro poemas que dão um destaque maior ao movimento feminista, mas também fala sobre o nosso corpo preto ser símbolo de resistência, pois considerando que a cada 23 minutos morre um jovem preto, continuar vivo já é sinal da vitória. Ela fala bastante de misoginia e machismo, e o poema que eu mais gostei, chamado "Bate", fala sobre agressão à mulher, e é muito tocante.

"Bate mesmo, bate que pra homem não dá nada
Bate no peito e arranca a alma com o punho
Bate na gente e fica por isso mesmo"


Flor, Priscila escreve quatro poesias e uma crônica que eu interpretei como uma crítica ao lugar que é reservado às mulheres na sociedade machista, mas confesso que não consegui entender muito bem o que ela escreve, não apenas na crônica, mas em todo o resto. Porém gostei muito da última poesia, "Clube da Esquina", que fala sobre resistência.

"Notas manchadas com nosso sangue quente,
Escritos pelos falcoes que comem a gente."


Giovanna Heliodoro é uma escritora que quero destacar. É uma mulher preta trans, que escreve sobre o que é ser mulher dentro de uma sociedade que diz que apenas quem nasce com vagina é mulher, e quem nasce com pênis é homem. Ela escreve diários sobre isso, e ter acesso à eles é algo enriquecedor, pois como pessoas cis, podemos passar a compreender melhor o sofrimento e a luta das manas.

"Onde você não imagina ver corpos como o meu?"


Júlia Gomes escreve poemas e poesias, inclusive um deles é sobre a escrita. Existe um poema de amor, e os outros falam sobre resistência, sobre fazer uma revolução e faz críticas ao Estado e ao governo, e, vivendo um momento tão delicado e assustador na política, são versos mais que necessários. Minha preferida foi a última poesia, que fala sobre a dor de escrever uma realidade tão cruel.

"Eu queria que essa fosse
Só mais uma poesia.
E não a realidade
dos nossos dias."


Juliana Jesus, um dos meus orgulhos da vida. Para quem não reconhece pelo nome, ela fez um vídeo no Manos e Minas, falando sobre sua avó, Dona Josefa. Me lembro que algumas amigas me falaram que uma das poesias dela foi a mais tocante de todas que elas tiveram acesso no dia do lançamento oficial do livro em Belo Horizonte. Ela escreve uma carta à avó dela, que foi quem a criou, e é emocionante ler quando sabemos da história toda, que ela fala no vídeo do Manos e Minas. A poesia que encantou minhas amigas se chama "PIPA" e fala sobre os amigos que foram mortos. E ela também escreve uma poesia de amor preto muito linda.

"Mas em 2016 as ideias mudaram
E a lembrança agora é de um corpo
Sangrando no chão
Por que acabou de perder sua vida
...
O playboy se saiu mais rápido da cena
Os PM's chegaram e o Pipa SUBIU"


Juliana Lino tem um poema lindíssimo chamado "Com quantos tapas se faz uma mulher", que claramente fala sobre agressão física, mas também psicológica e sobre a pressão social. É algo bem impactante, desde o título até a última palavra. E ela também fala muito sobre revolução com o feminismo.

"Os tapas são constantes
e a luta também será!
Culpadas?
Jamais seremos!
Caladas?
Jamais ficaremos!
Mátria livre, venceremos!"
























Karine Bassi, organizadora do livro, mulher visionária e um amor de pessoa. Escreveu vários poemas para o livro, alguns bem poemas e outros longos, a maioria sobre amor, algo que eu amo, principalmente por não ser apenas puramente amor romântico, mas amor dentro da militância negra  e feminista. Os poemas citam nomes e termos muito importantes para o movimento negro, e isso sempre é bom, por agrega muito ao nosso vocabulário.

"Sim! Encontrei o meu amor
Na boca rebelde que grita"


Laura Oliveira escreve crônicas e contos, todos bem curtos, com no máximo uma página e meia, o que é ótimo, por que a leitura acaba sendo bem rápida, mesmo se tratando de temas profundos. Ela fala sobre um amor bonito, mas que não parece possível; sobre Thamara Selva e a paixão de mulher pra mulher de uma forma linda, e sobre "amor preto", incrível. É tudo muito bonito e poético, mesmo sendo em prosa. E fecha sua participação com uma crítica incrível à Samarco e à todas as outras culpadas pelo acidente em Mariana.

"Mais que rejeito, escorre sangue inocente de duas mãos"


Nágila Oliveira está na coletânea com apenas um conto, que parece ser um pouco autobiográfico, sobre a vida de uma menina, cheia de perrengues, enfatizando tudo que acontece por causa da origem da menina, e tudo que acontece apenas por ela ser mulher. Eu achei incrível ter escrito coisas fortes acontecendo com uma criança, pois assim a gente começa a pensar e perceber que tudo tem início desde os primeiros anos da nossa vida.

"Enfim compreendera o que a anciã de dreads me falara em sonho"


Negra Julie escreveu dois poemas e um conto para Raízes. O primeiro fala sobre uma data específica na vida dela, e é bem melancólico, o que o torna também bonito e é fácil de reconhecer naqueles sentimentos. O segundo é um conto sobre relacionamentos amorosos e o último é um poema, dedicado à uma mulher específica, que me pareceu ser sobre amizade.

"Vou parar tudo e ouvir de novo aquela nota
Vou esquecer o mundo enquanto tento guardar todas as cores
Vou fingir que parei o relógio para viver todas as minhas dores
Vou amar mais uma vez e esquecer os riscos"


Regiane Farias escreve poemas sobre resistência, e são incrivelmente lindos. É incrível ver que muitas delas escrevem sobre as mesmas coisas de formas tão únicas. Há também poemas sobre infância, com tom bem nostálgico e eu amei, por que quebrou um pouco do peso dos últimos escritos do livro. E eu acredito muito mesmo que além de escrever sobre negritude especificamente, a gente precisa escrever sobre tudo, por que sim, não tem como deixar de sermos mulheres negras, mas somos mais do que isso. Nós sentimos raiva, dor, felicidade, nostalgia, e gosto quando vejo meus pretos fazendo isso.

"Era a sua poesia
Sua mãe ao acordar bem cedo,
tranças n'ela se fazia
Se perdia em meio
ao tempo... Ao vento..."


Regiane Martins escreve poemas e poesias sobre suas vivências pessoais, que podem ou não ser um reflexo de algo que acontece com todas. Ela escreve muito sobre padrões e como os padrões, principalmente os de beleza, interferem na nossa vida e nos machucam muito também.

"Negra, crespa e não mais alisada
Mesmo assim não foi aceitada, foi tolerada
Vaga de emprego negada"


Silvana Rodrigues escreve sobre amor de várias perspectivas diferentes, todas, obviamente, com foco no amor preto. A escrita dela é muito gostosa, tudo flui de uma maneira muito boa e fica aquela sensação de que ela precisava ter pelo menos mais 10 páginas no livro.

"E as nuvens antes nos pés
agora sobem até a cabeça, saem pela boca
e chovem no peito"


Tayla Fernandes começa já falando sobre o fato de cabelo cacheado/crespo, nos últimos anos, ter sido considerado uma moda, sendo que na verdade ele sempre esteve aí, só que sob a pressão de ser alisado. Cabelo cacheado e crespo não é uma moda, é algo que nasce com a gente. Ela também escreve sobre amor romântico de uma forma suave, calma de uma forma muito gostosa de se ler. Me fez sentir que eu estava num lugar muito tranquilo, com um ventinho bom soprando no rosto.

"Porque a mulher negra
É ensinada desde criança como se comportar
É ensinada desde criança como se esbranquiçar"


Thabata Cristina começa já escrevendo sobre a solidão da mulher preta gorda, algo que deve ser dito e discutido. No geral, mulheres pretas já são sozinhas, não são vistas como boas opções para um relacionamento sério ou um casamento, imagine então quando essa mulher preta é gorda, bem fora dos padrões de beleza. Também escreve sobre resistência e afirma várias vezes que nosso corpo é nosso e só nós podemos mandar nele.

"Meu corpo é meu
É o sonho meu
Poder ser livre de verdade"


Zainne Lima já é conhecida de outros livros e para o Raízes ela escreveu dois contos incríveis sobre o dia a dia de uma mulher preta, que obviamente causa um reconhecimento. Mesmo que você não se reconheça em todas as palavras, apenas por ser mulher você consegue se reconhecer em alguns momentos e situações.

"Preste atenção que até seu salvador é negro. Não se imobilize diante do racismo"


Falando de um modo geral, amei o livro. Gostei de algumas autoras mais do que de outras, e gostei de alguns escritos mais que de outros, o que é normal. Me senti melhor representada nas palavras de algumas mulheres e isso fez com que eu gostasse mais de alguns. Sei que para pessoas brancas, principalmente homens, o que está escrito no livro talvez não tenha tanto impacto, mas recomendo para todas as pessoas, inclusive as brancas, por que ler isso tudo pode fazer você, pessoa branca, entende rum pouco melhor o que é racismo e como isso afeta as mulheres e tudo ao redor delas.

E para os pretos que lerem o livro, com certeza vai haver uma forte identificação com tudo que está escrito, em menor ou maior grau. Creio que pela resenha vocês conseguem sentir um pouco do gostinho do que está reunido no livro e que vocês foram tocados de alguma forma por algumas citações. Sei que principalmente as mulheres pretas vão amar esse livro, mas espero que todas as mulheres, de todas as cores, possam se ler e sentir representadas de alguma forma, e que todos os pretos também.

Força às mulheres, força aos pretos, força às mulheres pretas!