sábado, 15 de julho de 2017

Resenha:Querido John de Nicholas Sparks



Título:Querido John
Título original:Dear John
Autor:Nicholas Sparks
Editora:Editora Novo Conceito
Ano de publicação:2007
Ano de publicação no Brasil:2012
Número de páginas:288
Preço:De R$19,90 à R$31,90
Paguei:R$ 14,90 *pelo box com 3 livros*
Nota:5/5



John Tyree é aquele cara que gosta de "viver a vida adoidado".Durante o ensino médio não teve grandes ambições,e como consequência,virou amigo de pessoas parecidas.Não quis entrar numa faculdade,coisa que boa parte das outras pessoas que se formaram junto com ele fez,mas resolveu seguir o exemplo de seus amigos e viver a vida bebendo em bares e fumando cigarros.Uma coisa que ele fez de diferente é se dedicar ao surf,ele ama e se dedica à isso.


Até que John para pra pensar no que está fazendo da vida e percebe que não está fazendo nada produtivo,e não está fazendo nada pra que seu pai fique orgulhoso.Seu pai ama moedas,coleciona há anos,pois a coleção começou com o avô de John,e seu pai queria muito que John pudesse herdar a coleção e fazer com que ela continuasse crescendo.Obviamente moedas não eram as coisas preferidas de John,e apesar de até gostar disso quando era criança,quando chega à idade adulta,acaba brigando com seu pai por causa disso e lhe diz que nunca mais quer ouvi-lo falar sobre moedas.

"...a chave para a felicidade é ter sonhos realizáveis..." _ Página 11

O pai de John levava uma vida rotineira.Levantava todos os dias no mesmo horário,cozinhava sempre as mesmas coisas no café e na janta,lia sempre as mesmas colunas do jornal e o único assunto sobre o qual falava com John,eram as moedas.John pensou que se o proibisse de falar sobre moedas,seu pai arranjaria outros assuntos para conversar,mas o que aconteceu é que eles simplesmente não se falavam mais,mesmo morando na mesma casa e se vendo todos os dias.


Então John resolve se alistar no exército.Após o treinamento,John é mandado para a Alemanha e apesar de não participar de grandes guerras,acaba indo para o confronto várias vezes.Ele sobre de posição até se tornar sargento da infantaria,os homens do exército que combatem a pé,sem carros ou cavalos.John se alistou por 4 anos,e na sua licença de duas semanas durante o seu terceiro ano,ele conhece Savannah.


Ele estava na praia surfando,parou por um tempo e viu quatro pessoas,dois homens e duas mulheres conversando.Eles estavam brincando,e no meio de uma dessas brincadeiras,a bolsa da menina morena acabou caindo no mar.John agiu por instinto e pulou na água para pegar a bolsa da morena.A morena,Savannah,obviamente ficou muito agradecida por isso e decidiu convidá-lo para a festa que aconteceria aquela noite com seus colegas.


Savannah faz parte de um grupo de caridade.Todo verão,há anos,ela e a família ajudam a construir casas para pessoas carentes que não têm onde morar,e esse será o primeiro verão sem seus pais,apenas com seus amigos.Por causa dos compromissos com a construção e por causa do pouco tempo que John tem de licença,apenas duas semanas,eles não vão conseguir se ver todos os dias,mas sempre que se veem eles sentem algo diferente,e não demora muito pra que eles se apaixonem.




O que eu mais amei nesse livro é o emocionalismo.Não consigo descrever a quantidade de emoções que senti lendo esse livro.Em vários momentos eu fiquei triste,cheguei a ficar com raiva,mas posso lhes assegurar que o sentimento que mais apareceu,foi a alegria.Me peguei sorrindo feito boba durante a leitura de certos trechos,e às vezes nem eram coisas realmente românticas,mas eram coisas,detalhes carinhosos,daqueles que nos fazem apaixonar pelos personagens.

"Relembro como tudo começou,pois agora essas memórias são tudo o que me resta." Página 14

John não é um cara perfeito,desde o início do livro ele não é.Mas ir para o exército o ajudou bastante a mudar,a reconhecer que ele,e todos nós,precisamos fazer algo para tornar o mundo melhor,ou pelo menos suportável.E uma das coisas mais bonitas no livro é como a relação de John com seu pai vai mudando,como John passa a entender aquele homem que o criou sozinho,aquele homem que sempre vive dentro de sua rotina,aquele homem que ele havia proibido de falar sobre seu assunto preferido.


Savannah é uma peça super importante para o relacionamento de John com o pai.Savannah,além de trabalhar como voluntária construindo as casas,está fazendo faculdade para poder cuidar de pessoas especiais.Um vizinho tem síndrome de Asperger,algo que é parecido com o autismo,mas como é citado no livro "a diferença entre Asperger e autismo pode ser resumida do seguinte modo:uma pessoa com autismo vive em seu próprio mundo,enquanto uma pessoa com Asperger vive no nosso mundo,do modo que ela escolheu."(Página 133),e vendo o carinho que a família desse vizinho teve com ele,e pelo fato de ela ser amiga dos vizinhos e ver,diariamente a luta que eles passam com Alan,o garoto com esse transtorno,ela decide que será professora de alunos com a situação parecida.Ela quer que,assim como Alan,essas crianças recebam muito amor e se sintam encaixadas na sociedade.


Savannah é a definição de "amor em pessoa",mas é bem ingênua,o que faz com que às vezes ela diga certas coisas sem perceber que aquilo não deveria ter sido dito.Eu adorei a relação dela com o John do início ao fim,e o final do livro me fez pensando muito na minha atual situação.


Esse livro é um daqueles que são perfeitos para serem lidos no inverno,enquanto você toma café,chá ou chocolate quente vulgo nescau e se cubra inteiro.Apesar de o livro começar no verão,obviamente não é verão o tempo todo,e como eu fiz o que citei acima durante a leitura e pra mim foi ótimo,espero que também seja bom pra vocês.Eu realmente gostaria de comprar vários exemplares desse livro e entregá-los às pessoas,é uma história de amor que têm níveis de profundidade,não fica somente naquele raso de amor à primeira vista e casamento 2 dias depois de se conhecerem.


Gostei bastante das passagens sobre o exército,pois apesar de não falar nada muito pesado,mostra uma realidade que muitas vezes nós sequer pensamos que existe.Servir no exército,principalmente no americano que vira e mexe está em guerra contra algum país,é bem tenso.Você não tem grandes momentos de paz e apesar de ser extremamente forte e capaz,o medo é algo presente,palpável.John é um soldado muito corajoso,mas até ele tem seus momentos de fraqueza ao longo do livro.


"Você fica com medo?
Sim.Algumas vezes.Não é como estar aterrorizado o tempo todo,mesmo quando as coisas viram um inferno ao seu redor...Em geral,o efeito vem mais tarde,quando você está seguro.É quando você percebe como chegou perto,e às vezes começa a tremer,vomitar ou qualquer coisa assim." _ Página 47


Agora falando do livro enquanto objeto.Sei que a capa é a capa do filme,mas achei meio nada a ver pelo fato de a Savannah do livro ser morena e a garota da capa ser loira.A descrição de John no livro também não me remete ao cara da capa,mas é mais aceitável já que nenhuma característica marcante foi mudada.Provavelmente eu vá gostar do filme,e quero vê-lo,mas não sei quando isso vai acontecer.


A fonte do livro é confortável,tem um tamanho bom,quase grande,mas o espaçamento entre as linhas não é tão grande,o que é ruim se você tiver astigmatismo,que é meu caso.Eu não leio com óculos porque meus olhos começam a doer e lacrimejar,mas confesso que ficou meio ruim de ler sem o óculos porque eu acabava lendo a mesma linha mais de uma vez.A folha é amarelada,o que facilita muito a nossa vida de pessoa que gosta de ler durante a noite.


Recomendo para todos que querem um livro pra passar um tempinho e ter uma boa leitura.Um daqueles livros que aquecem o coração,quebra algumas vezes,mas concerta de novo.Eu particularmente amei o final do livro,e sinceramente,não acho que deveria ter sido diferente.Pessoas adultas têm que tomar decisões de adultos,certo?Na verdade,qualquer um dos dois finais que poderiam ser possíveis ali me deixariam feliz de certo modo.Espero que a experiência de leitura de vocês sejam tão boa quanto a minha foi.

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