sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Resenha: Sejamos Todos Feminista de Chimamanda Ngozi Adichie



Título: Sejamos Todos Feministas
Título original: We Should All Be Feminists
Autor: Chimamanda Ngozi Adichie
Editora: Companhia das Letras
Ano de publicação: 2014
Ano de publicação no Brasil: 2015
Número de páginas: 64
Preço: R$ 11,50 até R$ 16,90
Paguei: R$00,00
Nota: 5/5

Esse livro é a transcrição de discurso dado pela Chimamanda em 2014. Como o nome já diz, fala sobre o feminismo. Ela começa o discurso, e o livro, falando sobre um amigo de infância, já falecido, que um dia a chamou de feminista como se fosse um insulto. Apesar de não saber o significado da palavra, ela não negou, e quando chegou em casa foi procurar no dicionário o que era ser "feminista".

"Perdemos muito tempo ensinado as meninas a se preocupar com o que os meninos pensam delas. Mas o oposto não acontece."

Depois ela vai falando sobre experiências que ela e pessoas próximas à ela viveram, como entrar num restaurante acompanhada por um amigo, e o garçom cumprimentar apenas o amigo dela, e ignorá-la. Ou ela pagar alguém, e essa pessoa agradecer o homem que estava a acompanhando, por que todos pensam que se ela tem dinheiro, certamente esse dinheiro veio de algum homem.

Boa parte das situações vividas por ela, é algo comum na Nigéria, mas também conseguimos, com muita facilidade, ver aquelas situações acontecendo no Brasil. Infelizmente, boa parte das situações é algo comum até mesmo em países desenvolvidos, países ricos, o que nos mostra que ainda temos muito para melhorar, se queremos que as mulheres sejam tratadas de uma forma mais humana, sem desvalorização apenas por causa do gênero.

Como o livro é bem curto, e como o discurso está disponível no youtube, eu não vou falar muito sobre o que ela fala. Ela basicamente fala sobre experiências diárias que nos mostram por que o feminismo é importante, não apenas para as mulheres, mas para os homens também, já que por causa do machismo, os homens são condicionados a não chorar, a não demonstrar sentimentos de "mulherzinha".

"Perdemos muito tempo dizendo às meninas que elas não podem sentir raiva ou ser agressivas ou duras, por outro, elogiamos ou perdoamos os meninos pelas mesmas razões."

Vou focar essa resenha nas minhas opiniões sobre o livro. Como é um livro bem conhecido, eu já conhecia algumas citações, o que não estragou em nada a experiência, pois creio que mesmo já tendo assistido o discurso 2 vezes e lido o livro uma, toda vez que eu assistir ou ler de novo, vou aprender mais.

Sou mulher, sou feminista e acho sim que mulher merece ter o mesmo salário que o homem que trabalha na mesma posição que ela. Acho que, se há um casal entrando em qualquer lugar, os dois devem ser tratados igualmente. Acho que uma mulher deveria ter a segurança de poder sair à noite sem medo de ser estuprada. E principalmente acho que a mulher não deveria ser tão sexualizada quanto é. Procurem bombeiro no google, depois procurem bombeira, e entendam o que eu estou falando.

"Alguns homens se sentem ameaçados pela ideia de feminismo. Acredito que essa ameaça tenha origem na insegurança que eles sentem."

Agora, falando como mulher negra, sei que a luta é bem maior do que muitas pessoas pensam que é. Se um homem branco ganha um salário de R$ 5000,00, a mulher branca ganha R$ 4500,00. Já o homem negro vai ganhar R$ 4000,00 e a mulher negra ganha R$ 3500,00. Pesquisas comprovam esses dados, ou seja, além de ter a luta de ganhar menos por ser mulher, também há a luta de ganhar menos por ser negra.

É um livro, e um discurso, importante. Precisamos mostrar isso não somente às mulheres, mas principalmente aos homens, para que eles entendam que o feminismo NÃO é o contrário do machismo, o movimento feminista não quer que os homens sejam inferiorizados, quer apenas que homens e mulheres sejam tratados igualmente, que o gênero não defina se a pessoa merece respeito ou não.

"Eu tendo a cometer o erro de achar que uma coisa óbvia para mim também é óbvia para todo mundo."

É um livro rápido, e caso você não queira lê-lo, pode assistir ao discurso, já que é praticamente a mesma coisa. Ela adiciona algumas frases no livro, e corta algumas outras, mas o discurso e o livro são 98% iguais, então tu pode optar por apenas ver o discurso e, quem sabe, considerá-lo um audiobook.

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