domingo, 5 de novembro de 2017

Resenha: A Escolha de Kiera Cass



TítuloA Escolha
Título original: The One
Autor: Kiera Cass
Editora: Editora Seguinte
Ano de publicação: 2014
Ano de publicação no Brasil: 2014
Número de páginas: 352
Preço: R$ 15,90 até R$ 37,90
Paguei: R$00,00
Nota: 5/5



Essa é a resenha do terceiro e último livro da trilogia A Seleção, se você procura a resenha do primeiro livro, clique aqui. Se procura a resenha do segundo livro, clique aqui.


America continua sendo uma Selecionada, continua sendo membro da Elite, e está cada vez mais perto da escolha, apesar de não ter certeza de quem será a escolhida. Kriss está ficando cada vez mais próxima de Maxon, os dois se encontram várias vezes na semana, sempre são vistos juntos andando pelo palácio, e sempre trocam olhares quando estão no mesmo lugar. Kriss realmente gosta de Maxon, e Maxon gosta dela, apesar de não ser da mesma maneira.


As outras meninas continuam brigando pela coroa ou pelo poder, mas nenhuma realmente pelo amor de Maxon, então apesar de as outras meninas não saberem, America e Kriss sabem que elas são as preferidas. Mesmo sabendo que são concorrentes, as duas tentam ser amigas e se ajudarem quando for necessário, por que elas sabem que alguém vai ser eliminada, que apenas uma será a princesa, e não há motivos para ficar com raiva uma da outra, sendo que a decisão final é de Maxon.


Apesar de saber que a decisão é somente de Maxon, o livro já começa com uma situação que mostrou totalmente o desespero de America. Ela pediu um vestido ousado para as criadas, elas fizeram, America foi comer com a realeza e com as outras Selecionadas, e Kriss chegou a dizer que ela estava vulgar. Mais tarde, Maxon vai até seu quarto, e percebe o que America está tentando fazer, e acaba indo embora, pois ele quer que ela simplesmente aja naturalmente, sem tentar fazer coisas imprudentes.


Apesar de estar morrendo de vergonha por que Maxon conseguiu adivinhar qual era o seu plano, America e ele conversam sobre como a situação de America poderia melhorar. As pesquisas mostram que ela é a última em preferência do povo, e como todas as outras têm motivos políticos para estar ali, o mais natural seria que America saísse. Mas Maxon claramente não quer que ela saia, então eles começam a pensar em o que poderia fazer com que o público começasse a gostar mais dela, ela precisava ser a favorita.


Sabemos que quando America está focada demais em uma coisa, ela acaba se desligando de todo o resto, e fazendo coisas erradas. Em uma tarde ela se junta às outras meninas e ficam observando o treinamento dos soldados. Obviamente eles não treinam com a roupa que precisam usar dentro do castelo, ou seja, treinam com camisas finas, ou sem camisa, o que é uma coisa ótima para quem observa. E conversando sobre os corpos dos soldados, America deixa escapar que o corpo de Maxon não perde para nenhum deles. Mas... como America poderia saber daquilo? Nenhuma das meninas chegou perto de ver Maxon sem camisa, e há uma que nem sequer foi beijada, como America poderia ter visto o príncipe sem roupa? E aí se inicia uma discussão bem menininha, mas que serviu para que todas elas soubessem a posição em que estão.


Em meio a tudo isso de ter que arrumar um modo de se tornar a favorita do público, e de saber a posição das outras meninas, America vai ter que aprender a lidar com questões políticas, meio que à força. O rei está fora do país, e sabendo disso, dois rebeldes exigem a presença de Maxon e America, pois eles precisam de uma reunião urgente. Maxon e America aparecem e conversam com os rebeldes. Eles explicam a posição deles, o que os rebeldes nortistas querem e o que os rebeldes sulistas querem, e principalmente, dizem que eles são contra o reinado atual, mas que enxergam esperança no reinado de Maxon, e oferecem ajuda.


E como se já não bastasse tudo isso, America ainda tem que lidar com seus sentimentos por Aspen, e com a pressão que Aspen faz para saber se ainda tem uma chance, ou se ela gosta de Maxon. Ela tenta se esquivar das perguntas, mas nem sempre consegue, e os dois acabam discutindo algumas vezes. Como eles não se veem sempre e quando se veem é por pouco tempo, as discussões são rápidas e em pouco tempo os dois se perdoam, mas é sempre uma experiência chata para ambos.


America precisa lidar com muitas coisas ao mesmo tempo. Com planos para se tornar a favorita, com planos para tentar fazer com que Maxon se aproxime mais dela, precisa lidar com Aspen e sua pressão constante para que ela faça alguma escolha, as constantes ameças vindas do rei, as tentativas de ser amiga de todas as meninas que ainda estão na Seleção, e tendo que lidar com o fato de saber que os rebeldes a estão apoiando, e que eles precisam dela. Illéa precisa dela.




Esse livro teve muita ação! Chegou um ponto em que não se parecia em nada com um livro de princesas. O livro começou bem calmo e engraçado, com o episódio de America tentando seduzir Maxon e logo após a confissão de que já viu Maxon sem camisa. Mas o clima é de tensão. O rei não gosta dela e quer que ela vá para casa, ela sabe disso, e justamente por saber disso, o que ela mais quer é ficar. Se não bastasse isso, ela descobre que os rebeldes se simpatizam com ela, e descobre também que existem muitos rebeldes, mas que nem todos querem o mesmo, por isso alguns são mais violentos que outros.


Além de descobrir que eles se simpatizam com ela, fica o mistério de uma outra menina com quem eles podem contar, caso America seja eliminada muito cedo. A conversa com os dois rebeldes foi algo que eu amei. Amei não apenas saber a intenção deles, mas saber que eles tinham esperança de que Maxon fosse um bom rei. Maxon não é o meu personagem favorito, como já puderam ver nas resenhas anteriores, mas sem dúvida ele será um bom rei, pois ele realmente se preocupa com questões como fome e educação do povo, e ele está trabalhando para que essas questões sejam resolvidas. Saber que ele poderia pedir ajuda aos rebeldes, e que os rebeldes precisam dele para que Illea seja "salva", me vez admirá-lo.


Nesse livro eu chorei algumas vezes. Não de a lágrima escorrer, mas de o olho ficar marejado. Isso aconteceu não apenas em momentos tristes, mas também em momentos em que conhecemos melhor a história de algumas das Selecionadas, em alguns momentos lindos de America e Maxon, nos momentos difíceis de America e Maxon, e principalmente nos momentos difíceis de America. E se preparem, o que mais vai ter nesse livro, são momentos difíceis, para todos os personagens. TODOS.


America como sempre continua tendo a boca maior que o corpo e falando demais em momentos em que ela deveria ficar calada, e apesar de isso trazer alguns problemas, também a beneficia em alguns momentos. Ela amadureceu muito desde quando entrou no palácio pela primeira vez. Ela está mais confiante, mais forte, sabe que ela pode mudar algumas coisas, e sabe aceitar os castigos que recebe com a cabeça erguida. Mesmo com o rei a humilhando sempre que pode, e dizendo que se fosse por ele, ela já estaria em casa há tempos, ela continua na competição com um sorriso no rosto.


America passa por tantas coisas nesse livro, que é impossível não admitir que ela amadureceu, mas ela não é a única. Celeste e Kriss também são destaques de amadurecimento ao longo da trilogia. Assim como Aspen e Maxon também amadureceram bastante, principalmente em questões amorosas, apesar de os dois ainda escorregarem às vezes e acabarem fazendo coisas estúpidas. Até mesmo as criadas da America amadurecem muito, e nesse livro isso fica nítido.


Foi um livro que gostei bastante pela quantidade de temas abordados, por que teve bastante ação e perigo, e até um certo horror em meio aos ataques rebeldes. Também teve bastante romance com a America e Maxon, e até mesmo algumas cenas legais entre Aspen e America. Sempre preferi o Aspen, mas com o passar dos capítulos eu aprendi a admirar Maxon, mesmo não gostando dele. Continuo não gostando dele, mas o romance dele com a America, apesar de não ter dado sempre certo, é bonito.


Gostei muito da questão política nesse livro. Foi o livro mais pesado sobre isso, onde os ataques tiveram terrores reais, e não apenas os ataques, mas a pressão de Maxon e America, de saberem que eles haviam concordado em ajudar os rebeldes, e que estavam aceitando ajuda dos rebeldes foi algo muito bem trabalhado. Apesar de os dois saberem que essa aliança foi fechada com o intuito de ajudar e mudar o país, todos os envolvidos sabem que o rei souber, ou que se isso se tornar público, até mesmo Maxon seria condenado à morte. E esse é um dos motivos pelo qual esse é o livro mais tenso da trilogia, apesar de que, como eu disse, há momentos fofos e alegres, principalmente os que acontecem no Salão das Mulheres, pois depois de elas saberem quais eram suas posições, elas perceberam que ganhar a amizade umas das outras seria melhor do que apenas competir, e passam a se tratarem melhor, de forma carinhosa, e esses momentos sempre eram repletos de felicidade.


Também é um livro bem triste. Há vários momentos em que meus olhos ficaram marejados de tristeza, onde eu senti o medo e o desespero dos personagens e eu amo livros assim, que me fazem sentir, que fazem com que num capítulo eu esteja super feliz, e no outro eu esteja preocupada com algo, por que a vida é assim. Não nessa velocidade, mas sabemos que nada dura para sempre. Os momentos ruins sempre vão passar, assim como os bons também sempre vão passar, e ver isso retratado num livro que inicialmente eu pensei ser apenas uma trilogia de princesinha, é incrível.


Agora falando sobre o livro enquanto objeto. A capa continua linda, com uma moça ruiva, America, no centro e vários espelhos molhados em volta. O vestido dessa capa não me agradou tanto por que eu acho que tem muitas flores, mas eu amei a posição em que a modelo está, o penteado, e a parte de cima do vestido. Acho que a posição da modelo mostra bem que America amadureceu, achei uma pose bem confiante. Também gostei bastante da cor do vestido, deixou mais leve.


A diagramação continua incrível, fonte com um tamanho ótimo e espaçamento duplo. As folhas são amareladas, o que facilita muito a vida das pessoas que gostam de ler durante a noite, pois as folhas não refletem tanto a luz da lâmpada ou do sol. Claro que estou falando de uma versão normal, não sei se existe uma versão econômica desse livro, mas se existir, provavelmente a fonte vai ser menor e as páginas serão brancas, então veja isso na hora que for comprar, pois é ruim para os nossos olhos folhas muito claras, principalmente se você for ler por muito tempo.


Trilogia super recomendada. Não é apenas mais uma série sobre princesas, é uma série sobre descobrir que tem coragem, sobre enfrentar os problemas mesmo quando eles parecem ser muito maiores que você, sobre não abaixar a cabeça quando sabe que está certo, sobre se arriscar de verdade quando sabe que no final pode acontecer algo maravilhoso, sobre se conhecer, sobre não se rotular pela sua posição na sociedade, mas pelo que você realmente é. E principalmente, sobre política, e sobre como o poder nas mãos erradas pode destruir um país. É um livro que recomendo à todos, principalmente se você tem entre 13 e 25 anos, que é o público alvo da autora, mas sei que todas as faixas etárias vão conseguir gostar de A Seleção.

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