terça-feira, 19 de março de 2019

Vício nas redes sociais


É nítido que a minha geração (pessoas nascidas dos anos 90 para frente) é viciada em internet. E claro, todo vício é ruim. E quando digo vício, entenda que estou me referindo à pessoas que sentem um pânico real quando ficam sem internet. 

Tive a ideia desse post vendo vídeos de pessoas "tentando sobreviver" à uma semana sem internet e dizendo que estava sendo extremamente difícil, mas só resolvi mesmo fazer esse post quando, no meio da aula, um amigo ficou super nervoso com o celular por que o pacote de internet que ele havia comprado na noite anterior ainda não estava funcionando. 

E sim, eu me coloco como viciada aqui também. Eu fiquei seis meses sem celular em 2018, não por escolha: o meu estragou e eu não tinha dinheiro pra comprar outro. Mas mesmo assim eu não fiquei sem internet, continuei vivendo no mundo online. Como eu não tinha mais whatsapp, voltei a usar muito o twitter e o instagram pelo computador. E o que aconteceu depois? Comprei o celular, e agora além de ficar checando o whatsapp a todo momento, eu também chego o twitter e o instagram, mesmo que eu saiba que não vai ter nada de novo lá.

Creio que uma pessoa saudável, ou seja, não viciada em internet, ficaria no máximo três horas utilizando-a, e eu chego a ficar dez horas direto, principalmente nas férias. Sim, tem vários motivos para que isso aconteça, mas ainda sim é apenas uma desculpa para a vício. Eu poderia estar utilizando todo esse tempo para a arte, para trabalho voluntário, para estudo ou qualquer outra coisa. 

Sei que muitos utilizam a internet para estudar, eu faço isso sempre, mas raramente eu apenas estudo e desligo o computador ou o celular quando termino. Inclusive eu dificilmente apenas estudo, no geral sempre tem o twitter ou o instagram aberto em alguma aba. Sei que há coisas incríveis na internet. Eu não ligaria, e acharia até bom, passar 10 horas na internet vendo séries ou filmes, mas apenas se eu não tiver outras coisas mais importantes para fazer.

Creio que isso tem muito a ver com carência, pelo menos no meu caso. Minha família não é do tipo que se reúne na sala para ver os jornais, filmes ou novelas. Raramente estamos todos juntos num mesmo cômodo da casa, então a internet acaba se tornando um refúgio pra mim. Um lugar onde terei milhares de pessoas dispostas a me ouvir e a me fazer companhia, mesmo que apenas online.

Sei que no meu caso é apenas carência, pois quando estou conversando com alguém pessoalmente eu nem sequer lembro que a internet existe, e prefiro assim. Eu trocaria a internet por momentos de conversa com meus amigos. Só que sempre que estou sozinha eu sinto a necessidade de ir para as redes, para compartilhar algo, mesmo que totalmente sem sentido, apenas para sentir que faço parte de tudo, que tem alguém me ouvindo ou lendo.

Eu "trabalho" na internet, e entendo que isso muda um pouco as coisas, afinal eu quero sempre estar postando conteúdos legais para vocês aqui no blog e no canal também, mas eu reconheço que na maior parte do meu tempo na internet eu estou apenas existindo no meio desse monte de informação, e não produzindo algo realmente.

Quero deixar bem claro que eu amo, e acho saudável, passar alguns minutos no buzzfeed, no twitter, no instagram ou no 9gag, mas a partir do momento em que não ter essas redes me traz tristeza ou ansiedade, eu preciso entender que perdi o controle, e até mesmo procurar um terapeuta para me ajudar a lidar melhor com isso. E de verdade eu recomendo que quem é viciado em internet, ou em qualquer coisa, procure um terapeuta para te ajudar a sair desse vício. E recomendo que se você quiser sair desse vício sozinho, vá reduzindo seu tempo na internet de 15 em 15 minutos até chegar num tempo satisfatório pra você.

Que nós possamos utilizar a internet com sabedoria, entendendo que nossas relações pessoais fora da internet são muito mais preciosas, mais palpáveis e que inclusive nos dão muito mais segurança e liberam mais endorfima do que passar 10 horas online. Que a era digital não nos tire a humanidade necessária para estar com outros humanos sem surtar por não estar com o celular na mão.



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