sábado, 9 de março de 2019

Leitura todo dia #91



Essa semana de Leitura todo dia vai ser um pouco diferente. O projeto foi criado pela Nine Stecanella, para que os participantes incluam a leitura como um hábito, e consequentemente, leiam mais. Não há uma meta pré-definida no projeto, porém eu coloquei como meta para 2019 ler 35 páginas por dia. Essa semana vai começar na sexta-feira (01/03) e terminar na quinta-feira (07/03), o que vai dar sete dias exatos de leitura, porém como eu divido o mês em quatro semanas, algumas semanas acabam ficando com oito dias de leitura. Enfim, a meta é ler pelo menos 245 páginas. Abaixo estão listados os livros que pretendo ler.


Tempo de Imperfeição - 230 páginas restantes
Doutor Safado - 11 páginas restantes
Amor de Carnaval - 78 páginas restantes
Anabel - 28 páginas restantes
De Volta à Cabana - 240 páginas restantes


Nesta semana, até o dia seis, irei ler apenas livros escritos por mulheres! Estarei gravando vlog de leitura, e vou postar no dia oito de março, dia da mulher, como um vídeo de incentivo à ler mais mulheres!














No dia primeiro eu li 15 páginas (um capítulo) de Tempo de Imperfeição. Encontrei alguns erros de digitação, o que não me irrita ou atrapalha a leitura, por que forma poucos. Mas encontrei alguns conceitos estranhos, como dizer que "tal coisa é de menina", algo que sabemos ser bem ultrapassado. A leitura está sendo ok, não estou empolgada, mas quero terminar de ler.



No dia dois eu li 35 páginas (quatro capítulos) de Tempo de Imperfeição. Como li um pouquinho mais nesse dia, eu acabei encontrando um pouco mais de coisas que eu não gostei durante a leitura. O que me incomodou especialmente foi dizer que ela parecia estar fazendo várias coisas ao mesmo tempo, assim como o deus Shiva, que tem vários braços. Por que isso me incomodou? Simples: cada braço do Shiva tem um significado sagrado, e a forma como ela colocou obviamente não é sagrada. Não é profana, mas pode ofender alguém por ter sido usado num contexto que não valoriza o significado sagrado de tudo que o Shiva representa. Para os que não sabem, Shiva é um deus hindú, que tem a forma humana, porém é comumente representado com quatro braços.



No dia três eu li 23 páginas (dois capítulos) de Tempo de Imperfeição. Estou gostando mais do livro, de duas estrelas ele passou para três, mas essa nota ainda será bem pensada e repensada, por que apesar de estar me envolvendo mais com a história, em vários momentos existem conceitos sendo utilizados de forma errada e até mesmo de forma preconceituosa. Acho que seria muito mais válido a autora deixar claro que tais opiniões eram as opiniões dela há 10 anos atrás desde o início.

Temos que ter em mente que as pessoas fazem leitura fragmentada, ou seja, elas não irão ler o livro inteiro em um dia só, então ir explicando as coisas aos poucos, mas já colocando as suas opiniões atuais e desconstruir ideias e preconceitos é essencial, e não vejo isso neste livro. O que me leva ao medo de chegar ao fim do livro e perceber que a autora ainda continua com a opinião de que apenas sendo magra ela seria feliz.

Li também 11 páginas (o conto inteiro) de Doutor Safado: A Enfermeira Sexy e o Novo Caso. Pelo título já dá pra perceber que é um conto erótico. Eu particularmente gosto bastante de livros e contos eróticos, por que eles aliviam muito a tensão de ficar lendo livros mais pesados. No momento nem estou lendo um livro pesado, mas um conto erótico já estava na meta para esse mês. Gostei bastante por que é em um contexto diferente do comum, um médico e uma enfermeira dentro do hospital. Recomendo aos que gostam desse tipo de leitura.



No dia quatro eu li 45 páginas (quatro capítulos) de Tempo de Imperfeição. Sigo achando erros, e erros que podem ser gatilho ou incomodar as pessoas. Acho que em qualquer história (principalmente nos dias que estamos vivendo, de desconstrução de pensamentos preconceituosos) precisamos ter a ciência de que nossas palavras vão afetar a vida das pessoas. E se tratando de um livro que fala sobre a experiência pessoal de ter sido uma pessoa obesa e ter feito uma cirurgia para sair desta condição, acho que a autora deveria ter uma responsabilidade maior quando aborda certas coisas, pois no livro inteiro ela passa a ideia de que apenas sendo magra se pode ser bonita. E ela não aplica isso à ela, dizendo "eu pensava que só seria bonita quando fosse magra", mas dizendo associando em todos os momentos beleza à magreza, o que é extremamente problemático.



No dia cinco eu li 25 páginas (dois capítulos) de Tempo de Imperfeição. Algo triste que preciso dizer. Como eu conheço Lilian Vaccaro, escritora deste livro, e tenho uma relação relativamente próxima com ela, já que já trabalhei num projeto da editora dela, eu fiz com essa leitura o que sempre faço quando conheço os autores: falo minhas impressões de leituras para eles, para que possa ter um diálogo e eu ver se entendi bem certas coisas, se algo foi um erro de revisão, erro de copidesque, ou se é realmente a opinião do autor. Falei com Lilian sobre todas essas coisas erradas que achei no livro e que citei aqui neste post, e ela ficou nervosa! Então já por isso eu sinceramente não aconselho mais que todos leiam, afinal, além de o livro contém partes nocivas, a autora simplesmente não quer dialogar com quem não concorda com ela. Temos que entender que se você não quer que as pessoas falem do seu livro, não o publique. E ser sincera e falar diretamente com a autora é algo muito mais nobre do que apenas sair falando mal do livro por aí, então eu realmente tentei um diálogo, mas a autora não quis e ficou nervosa por eu descordar. Disse que aquelas são as opiniões dela e pronto, que eu não deveria me atentar à isto e me focar em coisas que sequer aconteceram até os 55% da leitura onde eu estou. Acho isso muito triste.

E li também 78 páginas de Amor de Carnaval, um conto que se passa no carnaval. Eu estava com expectativas boas para esta leitura. Não pensei que fosse amar, mas como era algo que super combinava com a data, eu queria muito ler. Acabou sendo a pior leitura que já fiz nos meus 20 anos de vida nesta Terra. A autora, Shay Nuran, coloca vários esteriótipos racistas sobre os indígenas no livro, como o choque por a mocinha ver que eles não andam pelados, têm carro, tem casas que não sejam de palha, ter uma vida como nós temos. E sim, existem algumas aldeias (não tribo, o termo tribo é racista) que são mais afastadas da civilização ocidental branca, mas indígenas são plurais demais pra ela reforçar esses esteriótipos num livro. Existem muitos indígenas em contextos urbanos, indígenas aldeados que estão nos espaços urbanos, indígenas aldeados que têm costumes urbanos, e indígenas aldeados que mantém os costumes de séculos atrás. Então escrever um livro que reforça um esteriótipo que hoje em dia é algo que não acontece tanto, apenas para tirar sarro da cara dos indígenas, é algo extremamente racista. Simplesmente a pior coisa que já li.



No dia seis eu li 87 páginas (oito capítulos) de Tempo de Imperfeição e concluí a leitura do livro. Gostei dessa parte final do livro, por que foi basicamente só ela no hospital, no pré-cirúrgico, durante a cirurgia e no pós-cirúrgico. Eu particularmente acho muito bom a gente ter livros que contem a realidade de uma cirurgia de bariátrica, por que é algo extremamente arriscado, invasivo, e se a pessoa não seguir direitinho a recomendação dos médicos, ela pode acabar morrendo. Gostei especialmente desta parte por que me interesso bastante pela área da saúde. Inclusive, neste semestre, irei fazer uma disciplina nessa área, e estou com grandes expectativas. Como eu tive vários problemas com o livro durante a leitura, a nota final dele ficou e 3,5. É uma nota boa, mas só ganhou essa nota pelas últimas 100 páginas que foram realmente boas e com menos coisas preconceituosas. Inclusive, para os que se interessam apenas por essa parte da história, pode começar a ler o livro já na PARTE II, por que vai conseguir entender tudo da mesma forma.

E li também 28 páginas de Anabel, um reconto da história da princesa Ariel. Eu adorei esse reconto! É simples, tem várias mensagens lindas e o enredo, apesar de simples, é surpreendente e bem diferente da história original. A história é contada por uma carta, escrita por Mabel, que é mãe de Ariel. A carta fala da tia de Ariel, e sobre a história que a separou da família. É algo muito tocante. Recomendo muito que leiam.



E finalmente, no dia sete, eu li 46 páginas (sete capítulos) de De Volta à Cabana, livro que busca nos explicar melhor o que A Cabana significa, tanto para o autor quanto para a teologia em si. Eu gostei bastante, principalmente por que esse início do livro fala sobre o autor de A Cabana e o autor de De Volta à Cabana, de suas experiências com essa história incrível, que foi como um bálsamo para eles e para várias das pessoas que a leram, inclusive eu.



Na primeira semana de março, graças ao carnaval, consegui ler 393 páginas, o que dá 56,1 páginas por dia! É uma média incrível! Fico muito feliz por que consegui ler tudo que queria, já que nunca tive o propósito de terminar De Volta à Cabana ainda nesta semana. Foi uma semana de leituras incríveis, e espero que a próxima seja boa também.




Tempo de Imperfeição - 230 páginas lidas Concluído
Doutor Safado - 11 páginas lidas Concluído
Amor de Carnaval - 78 páginas lidas Concluído
Anabel - 28 páginas lidas Concluído
De Volta à Cabana - 46 páginas lidas






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