quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Resenha: Ressurreição, de Machado de Assis

























Título: Ressurreição
Autor: Machado de Assis
Editora: Domínio Público
Ano de publicação no Brasil: 1872
Número de páginas: 80
Onde encontrar: Machado de Assis (MEC)
Nota: 3 / 5


Ressurreição é o primeiro romance de Machado de Assis. O protagonista se chama Félix, que se apaixona por Lívia, após o irmão de Lívia, Viana, os apresentarem. Lívia é viúva e tem um filho de 5 anos chamado Luís, porém isso não foi empecilho nenhum para que Lívia e Félix começassem o cortejo.

"Viana era um parasita consumado, cujo estômago tinha mais capacidade que preconceitos, menos sensibilidade que disposições"

Porém, Félix é extremamente ciumento e birrento, e isso vai causar várias coisas ao casal, e até mesmo Luís, uma criança, vai ser afetada pelo ciúme doentio de Félix. Além disso, Félix é conhecido por ter amores passageiros, que duram no máximo seis meses, e Lívia começa a se perguntar se não está acontecendo isso novamente.

"Duas faces tinha o seu espírito,e conquanto formassem um só rosto, eram todavia diversas entre si, uma natural e espontânea, outra calculada e sistemática"

A sinopse parece pequena, mas é realmente só isso. O livro é bem curto, qualquer informação a mais pode ser spoiler. É um bom livro, porém não foi uma leitura muito agradável. Tenho sérios problemas em gostar de livros com personagens machistas, pra mim simplesmente não dá pra descer certas coisas. Lembrando que ciume é a sensação de estar perdendo algo que é seu, e eu acredito muito que pessoas não são propriedades para terem donos. Acho ciume tosco, vindo de homem ou de mulher.

Sei que o personagem foi construído para passar desconforto no leitor, mas pelo menos comigo, não foi um desconforto bom. Acho que desconforto bom é aquele que te faz descobrir algo (algum medo, algum dado científico etc), mas nesse livro, é simplesmente machismo, e não é nenhuma descoberta que existem homens ridículos no mundo. Talvez na época em que foi escrito, escancarar o machismo fosse uma coisa revolucionária, e reconheço isso, mas hoje não faz mais tanto efeito.

"- Que importa o tempo? Há amigos de oito dias e indiferentes de oito anos"

Gostei de Lívia, e gostei dos personagens secundários também, mas Félix, pra mim, foi intragável. Recomendo a leitura para quem quer uma leitura rápida, um livro pequeno pra ler. Não recomendo se você, assim como eu, passa raiva com machismo, mas se você tiver curiosidade em saber como era o machismo do século XIX, acho uma leitura válida.



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