domingo, 19 de maio de 2019

Resenha: A Cabana de William P. Young


Título: A Cabana
Autor: William P. Young
Editora: Editora Arqueiro
Ano de publicação no Brasil: 2008
Número de páginas: 174
Onde encontrar: Amazon / Americanas / Submarino / Skoob
Nota: 5 / 5



A Cabana é uma ficção, baseada em experiências reais que o autor do livro teve ao longo de mais de uma década com Deus e a religião. O protagonista da história é Mackenzie, um homem não muito em forma, quase careca, com mais de 50 anos. Mora com sua esposa, Nan, e seus três filhos mais novos, sendo que os dois filhos mais velhos já saíram de casa. Mack decide ir acampar com as crianças, enquanto Nan está fora de casa.

Eles ficam alguns dias no acampamento, sempre fazendo coisas divertidas, até que um dia Josh e Kate, seus filhos do meio, entram num barco, Kate se levanta para fazer pose para o pai, e o barco vira. Kate consegue sair rapidamente da água, porém Josh fica preso no barco, e Mackenzie precisa largar tudo para salvar a vida do filho. Quando tudo passa e os ânimos se acalmam, Mackenzie percebe que sua filha caçula, Missy, não está mais ali. Passam dias procurando pela menina, até que os policiais acham, em uma cabana, o vestido de Missy e uma poça de sangue. Ela havia sido brutalmente assassinada. E o corpo nunca foi encontrado.

A vida de toda a família foi assombrada pela Grande Tristeza a partir daí. E em um dia de muita neve, quando Mack está sozinho em casa, ele vai até a caixa de correios e encontra um bilhete vindo de Deus.

"Mackenzie... Já faz um tempo. Senti sua falta. Estarei na cabana no final de semana que vem, se você quiser me encontrar. Ass.: Papai."

Mack sabe que veio de Deus por que apenas sua esposa chama Deus de Papai, é algo íntimo demais para que outras pessoas saibam. Então Mack resolve voltar à cabana, ao ponto mais alto de sua dor. Volta com raiva, cheio de incertezas. Quando percebe que a cabana está vazia, Mackenzie surta, começa a quebrar tudo, xingar Deus e até mesmo pensa em suicídio. Mack começa a ir embora, mas percebe que enquanto anda, o gelo da nevasca vai derretendo, então ele olha para trás e vê a cabana, porém como se fosse nova, fica curioso e vai até ela novamente.

"- Não sei, Willie. Acho que parte de mim gostaria de acreditar que Deus se importa o suficiente comigo para me mandar um bilhete" _ Página 45.

Quem abre é Elousia, uma mulher negra e gorda, se mostra extremamente feliz por Mackenzie estar ali. É Deus. Logo depois aparecem Jesus e Sarayu, o Espírito Santo. Sim, Mack está frente à frente com a Santíssima Trindade, e apesar de racionalmente saber que aquilo não faz sentido, ele acredita desde o primeiro momento em que Elousia diz ser Papai. A partir daí Mackenzie vive um final de semana incrível na presença do Pai, do Filho e do Espírito, aprendendo tudo que o tempo permite, amando e perdoando segundo a vontade de Deus.




























Eu espero que meu resumo da história tenha feito jus ao livro. É simplesmente uma história incrível! Eu não tenho palavras para descrever o amor que sinto por este livro, ou o quanto ele é importante para mim. Vou contar rapidamente o que este livro fez comigo. Em 2010 meu irmão foi assassinado, sabíamos quem eram os assassinos, mas eles nunca foram presos. Li A Cabana no início de 2013, gostei muito do livro inteiro (tanto por leituras sobre Deus, além da Bíblia, serem novidades pra mim, quanto por escrever sobre Deus sem usar da religiosidade), mas a parte que mais me impactou foi a parte do grande perdão. Não vou descrever quando isso acontece no livro, por que seria spoiler, mas através do perdão de Mack eu aprendi a perdoar as duas pessoas que mais me fizeram mal na vida.

Minha vida melhorou bastante depois disso. Não carregar raiva e ódio me fizeram super bem. Ainda demorei mais uns dois ou três anos para viver bem com o fato de que meu irmão morreu, mas o momento do perdão foi a porta de entrada para toda a cura que veio depois. E entendi que eu não precisava morrer de amores por essas pessoas, mas simplesmente não odiá-los mais.

"O perdão não estabelece um relacionamento" _ Página 152.

Agora falando especificamente sobre as minhas impressões de leitura. Eu fiz várias marcações no livro, por que vários trechos me impactaram de maneiras únicas, me mostrando um Deus sem religião e sem religiosidade. Jesus não é cristão! Em nenhum momento da Bíblia dizem que Jesus é cristão, por que Ele simplesmente nunca quis criar uma religião, e sim que as pessoas acreditassem que Ele é o filho de Deus Pai. Algo que fica bem frisado em A Cabana é que não importa a sua religião, se você crer que Jesus é o Filho de Deus e que Ele morreu para que nós não fôssemos condenados, você está salvo.

"- Isso significa que todas as estradas levam a você?
- De eito nenhum - sorriu Jesus enquanto estendia a mão para  aporta da oficina. - A maioria das estradas não leva a lugar nenhum. O que isso significa é que eu viajarei por qualquer estrada para encontrar vocês" _ Página 122.

Vale muito mais viver todos os dias da sua vida amando, fazendo o bem e conversando com Deus como se Ele fosse seu melhor amigo (por que Ele deve ser!), do que ir à igreja todos os domingos, ser considerada uma pessoa sem pecados, e nunca desenvolver um relacionamento com Deus. O relacionamento de Mack com a Trindade era algo totalmente mecânico, ia aos cultos, orava nos cultos, orava antes de dormir, mas nunca fazia isso com a real intensão de conversar com Deus. Na maioria das vezes era apenas uma lista de pedidos, e não uma conversa sincera.



























"- Esse é um dos motivos pelos quais é tao difícil para vocês experimentar o verdadeiro relacionamento - acrescentou Jesus.- Assim que montam uma hierarquia, vocês precisam de regras para protegê-la e administrá-la, e então precisam de leis e da aplicação das leis, e acabam criado algum tipo de cadeira de comendo que destrói o relacionamento, em vez de promovê-lo. Raramente vocês vivem o relacionamento fora do poder. A hierarquia impõe leis e regras e vocês acabam perdendo a maravilha do relacionamento que nós pretendemos para vocês" _ Página 80.

A mensagem que fica ao final do livro é: se relacione de verdade com Deus. Não precisamos ser perfeitos para começarmos a nos relacionar com Ele, mas precisamos entender que quando amamos de verdade a pessoa com quem estamos nos relacionando, escolhemos não fazer coisas que deixe a pessoa mal. Por exemplo, se sua mãe não quer que você use drogas, mesmo que você queira muito, não use por amor à ela. Então se Deus quer te afastar de algo, por amor a Ele, se afaste. E da mesma forma, por amor a você (e não por que você pediu), Deus vai lhe abençoar.

Devo falar agora sobre algo que reparei sobre a história de Mack. Como eu disse, Mack tem cinco filhos, mas apenas três aparecem no livro. Os dois filhos mais velhos não aparecem em momento algum, então acho meio desnecessário existirem esses personagens, já que eles não alteram nada no andamento da história. Os outros filhos de Mack, e sua esposa, são curados através do que Mack viveu, mostrando que um relacionamento bom com Deus cura não somente a pessoa, mais todos que estão ao redor dela.

Papai é uma figura maravilhosa, e totalmente fora dos padrões em que colocamos Deus. Ela é engraçada e divertida, e muito amorosa, mesmo que para mostrar o amor ela precise ser dura. Jesus é incrível! Por ser o elo que nos liga ao Pai, Jesus é o que mais se parece com Mack. Jesus é um homem de sorriso fácil, que gosta de desafiar Mack para que ele ultrapasse seus próprios limites. Sarayu é muito misteriosa, sempre em movimento, indo para onde Deus quer que ela vá, e sempre nos ajudando a entender melhor o que Deus quer.

"- Mas eu não tenho o direito de...
- De terminar uma frase sem ser interrompido? Não, não tem. Na realidade, não. Mas, enquanto você achar que tem, certamente ficará irritado quando alguém o interromper, mesmo que seja Deus" _ Página 90.

Recomendo este livro à todas as pessoas, inclusive àquelas que não são religiosas ou não possuem uma religião. Esse livro não fala de religião, fala de Deus, pura e simplesmente. E claro que também recomendo aos que têm religião, principalmente que são de religiões que cultuam Jesus ou que reconhecem Seu poder. Tenho a certeza de que essa história é capaz de curar muitas pessoas, e que através dela começaremos todos a construir um relacionamento firme e forte com Deus. Compre o livro, e se você gostar, passe o livro para algum amigo ou parente, mas não deixe esse livro parado na estante! Faça com que mais e mais pessoas também possam ser curadas pelo poder de Deus.



Nenhum comentário:

Postar um comentário