quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Resenha: O Jornal e o Livro


























Título: O Jornal e o Livro
Autor: Machado de Assis
Ano de publicação: 1859
Número de páginas: 6
Nota: 3/5



O assunto principal dessa crítica é sobre como o livro vai ser esmagado pelo jornal, dando motivos e explicações. É realmente apenas isso, e inclusive há repetições desnecessárias, tudo poderia ter sido dito em no máximo 2 páginas. Enfim...

Como já sabem, o jornal foi algo revolucionário. Um encadernado que trazia notícias diárias, sobre polícia e problemas sociais, sem levantar bandeiras, apenas com o objetivo de informar, fazendo com que a população mais pobre também tivesse acesso à tudo que estava acontecendo nas classes mais altas, dentro da própria classe dos trabalhadores e principalmente o que estava acontecendo no país de uma forma geral.

"O jornal apareceu, trazendo em si o gérmen de uma revolução. Essa revolução não é só literária, é também social, é econômica, porque é um movimento da humanidade abalando todas as suas eminências, a reação do espírito humano sobre as fórmulas existentes do mundo literário, do mundo econômico e do mundo social."

Naquele tempo era comum, por falta de informação, as pessoas simplesmente não ficarem sabendo de coisas importantes que estavam sendo desenvolvidas em estados vizinhos, e o jornal veio para quebrar isso, para unificar a cidade e até o estado, fazendo com que as notícias corressem.

Segundo Machado de Assis, o jornal tem inúmeras vantagens sobre o livro, sendo a mais importante o fato de que o jornal nos traz o novo, nos traz notícias frescas e informações que realmente vão mudar algo em nossa vida. Informações que tem como objetivo alertar a população ou melhorar a nossa vida de alguma forma, enquanto o livro fala do velho, de coisas que já aconteceram, talvez há décadas, e que podem não acontecer mais, então não servem como alerta.

"O jornal, literatura quotidiana, no dito de um publicista contemporâneo, é reprodução diária do espírito do povo, o espelho comum de todos os fatos e de todos os talentos, onde se reflete, não a ideia de, um homem, mas a ideia popular, esta fração da ideia humana."

Sabemos que o processo de publicação de um livro é bem demorado, leva meses para que tudo seja resolvido, e até anos. É preciso escrevê-lo, e somente isso pode chegar a demorar décadas. Depois é preciso enviar o original para a editora, fazer a avaliação, e se o livro for aprovado, começa as parte burocráticas. Fazer a capa, a diagramação, coletar textos de apoio em alguns casos, registro do livro, processo de impressão, depois tem o trabalho de marketing e só então o livro é vendido. Mesmo que o livro fale sobre algo que acabou de acontecer, quando ele for publicado, a notícia já será velha, e essa é a sua maior desvantagem.

"O desenvolvimento do crédito quer o desenvolvimento do jornalismo, porque o jornalismo não é senão um grande banco intelectual, grande monetização da ideia, como diz um escritor moderno."

Machado era jornalista, então é óbvio que ele defenderia o jornal, mas ele coloca pontos realmente plausíveis. Entendo sim a importância do jornal, principalmente depois de ter lido A Reforma Pelo Jornal, também do Machado de Assis, mas devemos dizer que livros são importantes, justamente por que eles nos contam o passado, e só conseguimos aprender de verdade quando olhamos para trás, na história da humanidade, e vemos o que não deve mais ser feito e o que pode ser melhorado.

Depois de ler esse texto eu entendi por que a maioria das obras dele foram publicadas em jornais e revistas, principalmente as crônicas e críticas. Entendi por que eles escreveu poucos romances. Ele declara várias vezes que gosta do teatro e que o teatro deveria valorizar a nossa cultura, ainda não li peças escritas por ele, mas creio que elas tragam isso em si, coisas bem brasileiras. É difícil definir o que é ou não brasileiro, pois o Brasil é um misto de culturas.


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