domingo, 25 de agosto de 2019

Resenha: Luana



























Título: Luana
Autor: Flaviana Rangel e Ronaldo Santana
Editora: Editora RJR Produções
Ano de publicação no Brasil: 2016
Número de páginas: 224
Onde encontrar: Skoob
Nota: 4,5 / 5



Luana é uma garota indígena de doze anos, e suas melhores amigas são Vitória, e Ingrid. Vitória é a típica patricinha rica, Ingrid estuda na mesma escola que Luana e Vitória por que sua mãe trabalha muito duro para bancar seus estudos. Mora numa favela de Niterói, e viaja para o Rio de Janeiro todos os dias para estudar.

Luana tem cabelos prateados naturais, é assim desde que nasceu, e por causa disso chama muita atenção, só não é a menina mais popular da escola por causa de Vitória, que por algum motivo rouba a atenção para si.

"- Eu também pensei nisso, mas aqui diz que ela é uma Deusa de água doce, e eu estava numa praia!
- Isso por que se trata de uma lenda Amazônica, e lá a região é cortada por inúmeros rios, só que, veja bem, minha querida, uma Deusa não se limitaria por um detalhe desses". Página 100.

Um dia Luana encontra no shopping uma loja diferente, que nunca havia visto antes. Entra nela, e repara que existem vários livros enormes, e potes com ervas, e por isso pensa que é uma loja para amantes de gastronomia. Mas se engana, é uma loja de feiticeiros, e a partir do dia em que vê ela loja pela primeira vez, tudo muda.

No mesmo dia, quando está indo embora, Luana é atacada por uma mulher que controla as sombras. Ela tenta matar Luana, sufocá-la nas sombras, mas surpreendentemente o cabelo da menina começa a brilhar, e a luz é tão forte que fazem as sombras irem embora. Quando Luana acorda, ela tem várias perguntas na cabeça, não sabe por onde começar a procurar as respostas, e mal sabe quem pode ajudá-la.






















Luana é o primeiro livro de uma série, que não sei ainda quantos livros terá no total. Gostei bastante do livro, muito pela diversidade dos personagens. Acho muito importante mostrar que pessoas vindas de diversas partes podem fazer parte do mesmo grupo, e ao mesmo tempo, mostrar que nem todo grupo tem pessoas com trajetórias iguais.

Também amei o miticismo no livro. É tratado de uma forma super respeitosa, aborda as plantas medicinais, fala sobre paganismo, fala sobre saber de onde você veio e quem te protege no mundo espiritual. É simplesmente incrível! Muito conhecimento vem através de rituais, e acho isso muito bom num livro, por que mostra que o conhecimento não virá do nada, sem o esforço da pessoa.

As únicas coisas que encontrei de erro no livro foram: chamarem Ingrid de "mulata", sendo que há pelo menos 5 anos é conhecido que é um termo racista; e Luana não sofrer racismo. Obviamente seria lindo se indígenas não sofressem racismo, mas não é uma realidade. E considerando que Luana tem o cabelo prateado que claramente chama muita atenção, e que sua pele é escura, é de se pensar que ela sofre racismo sim, porém os autores não abordaram isso no primeiro livro da série.

"O culto à Deusa remonta ao tempo em que os homens viviam da caça e da pesca e as mulheres eram as grandes Sacerdotisas, Xamãs e detentoras do poder religioso. Nessa época, o respeito ao feminino e aos mistérios da procriação estavam em seu apogeu. Os homens ainda viam a gravidez e o nascimento como algo sagrado, recebido direto dos Deuses". Página 101

A leitura do livro é bem rápida. A diagramação ajuda muito, espaçamento ótimo, letra grande, e as páginas são um pouco acinzentadas, então dá pra ler durante a noite tranquilamente. Tem muitos diálogos, o que também torna a leitura mais rápida, e a linguagem do livro também ajuda muito, já que é uma linguagem mais simples, que atinge as crianças e adolescentes mais facilmente.

Mesmo que o público-alvo do livro sejam pessoas bem novinhas, creio que pessoas de todas as idades vão amar! Recomendo muito a leitura de Luana, para todas as idades, mas principalmente para os leitores mais novos, que estão começando a ler por agora. Tenho certeza que vai ser uma história muito gostosa de acompanhar.




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