domingo, 22 de abril de 2018

Resenha: Um Canto à Meia-noite de Marco Antônio Peixoto























Título: Um Canto à Meia-noite
Autor: Marco Antônio Peixoto
Ano de publicação: 2005
Editora: Editora Proclama
Número de páginas: 80
Onde encontrar: Skoob / Estante Virtual
Nota: 4/5

Ganhei esse livro de uma prima, não dei muita bola, mas quando li percebi que é um livro realmente bom. Há algumas coisas que poderiam ser melhoradas, encheção de linguiça, mas creio que o livro em si é algo bom. O tema principal do livro é a prisão de Paulo e Silas (Atos 16), por isso o nome do livro é Um Canto à Meia-noite, pois foi nesse horário que as cadeias que prendiam Paulo e Silas se quebraram.

Aos que não conhecem a história, vou fazer um resumo. Paulo era um apóstolo de Jesus, e Silas era seu companheiro de viagem, juntos eles foram pregar o evangelho. Em um determinado lugar, havia uma mulher com um espírito de adivinhação, e os senhores dessa mulher a estavam usando para ganhar dinheiro. Paulo orou pela libertação da mulher e expulsou esse espírito, fazendo com que ela pudesse ser uma mulher livre tanto do espírito quanto dos senhores que a usavam. Isso deixou os senhores nervosos, e eles então denunciaram Paulo e Silas, que foram açoitados por varas e presos na pior cela da prisão, que segundo diz o Pr. Marco Antônio, ficava abaixo do banheiro e os restos fisiológicos dos presos caíam na cela onde eles estavam.

Mesmo passando por tudo isso apenas por terem feito o que Deus havia mandado, ou seja, pregar e expulsar espíritos, Paulo e Silas começaram a cantar alto, tão alto que todos os prisioneiros conseguiram ouvir. À meia-noite todas as portas das celas, ou seja, todas as cadeias que prendiam os prisioneiros, inclusive Paulo e Silas, se abriram e todos puderam ser livres.

O livro fala sobre adorarmos a Deus nos momentos difíceis, quando a escuridão for total e não houver mais esperanças visíveis. O Pr. Marco conta em 6 capítulos a história completa de Paulo e Silas, o que aconteceu antes, durante e depois desse episódio específico e intercala isso com depoimentos, testemunhos próprios, contando sobre os milagres que Deus operou na vida dele, sendo esses milagres grandiosos ou não.

Uma coisa que me agradou é que no final de cada parte sempre têm algumas perguntas reflexivas, e creio que isso é muito útil para avaliarmos como anda nossa vida espiritual, principalmente se você for uma daquelas pessoas que quer sempre estar certa com Deus e fazer a vontade Dele à todo momento. Caso você seja apenas uma pessoa que crê, mas não participa de nenhum culto específico, também aconselho a leitura, e as perguntas irão lhe servir para saber se você está bem assim, ou se vai precisar de alguma ajuda externa para seguir bem com Deus e com você mesmo.

Uma das perguntas que mais me impactou foi "O que estamos dispostos a enfrentar por amor à Deus?". Sei que muitas pessoas responderiam "tudo", mas também sei que apenas uma parcela mínima dessas pessoas realmente faria tudo por Deus. Tudo incluiu entrar em lugares perigosos para ajudar alguém, tudo inclui amar os homossexuais e trans, inclui não ser injusto, inclui não comemorar a derrota de alguém. Fazer tudo por amor a Deus é bem mais do que morrer em nome Dele, é viver o como Ele viveu aqui na terra: em santidade.





















O livro também cita a adoração por conveniência, ou seja, aquele louvor que sai das nossas bocas apenas quando precisamos de algo, aquela oração que só é feita nos momentos de dificuldades, e principalmente a falta de adoração quando está tudo bem. É triste pensar nisso, mas podemos observar que muitos só se lembram de Deus quando as coisas saem do caminho que eles planejaram. Por isso existem pessoas que aceitam Jesus várias e várias vezes durante a vida, pois eles nunca levam a sério. Entregam a vida à Ele e pegam de volta na saída do culto.

Sou uma pessoa que acredita muito que a intimidade e vida com Deus não depende de ir ao culto, pois Deus opera no secreto e fala conosco no secreto, mas creio que quando entregamos a vida à  Ele, somos Dele, não de nós mesmos. Eu, por exemplo, não vou mais aos cultos, por que percebi que não me sinto bem cercada de hipocrisia, aquele famoso "ame ao próximo como a ti mesmo, mas só quem você quer", então eu simplesmente não vou mais, mas tenho minha vida com Deus bem ativa, por que a minha espiritualidade depende apenas de mim, e não de questões externas.

E a última pergunta que quero falar sobre é "Que testemunho você tem dado a respeito de Deus?". Uma coisa que sempre me pergunto é se as pessoas conseguem ver Deus em mim, se sabem que eu sou cristã sem eu precisar dizer isso. Um amigo meu, ateu, diz que eu sou uma das poucas cristã que ele conhece que realmente levam o nome de Cristo estampado no modo de viver, e isso é algo que me deixa muito feliz, pois se um ateu consegue ver Deus em mim, ou seja, se ele entende que eu sirvo a Deus, mesmo não acreditando que esse Deus exista, significa que de alguma forma eu estou fazendo as coisas certas. Não vejo sentindo em ir aos cultos e não carregar o nome de Jesus na vivência, não carregar o nome de Jesus nas palavras e nos atos, por isso devemos pensar bem no que falamos.

Agora preciso falar sobre coisas que me incomodaram MUITO sobre o livro. A primeira coisa é que a fonte é extremamente grande pelo único motivo de que eles queriam um livro mais cheio, mais gordo, então eles aumentaram a fonte para caber poucas palavras em cada página e assim ter mais páginas. E a segunda é que têm muita repetição desnecessária. Ele fala uma frase em um parágrafo e na página seguinte ele fala a mesma frase, da mesma forma, novamente, sem necessidade alguma, e isso acontece no livro inteiro. Ou seja, tudo para encher linguiça, para deixar o livro com mais páginas. Ele tem 80 páginas e poderia facilmente ter entre 45 e 50 páginas.

Outra coisa que me incomodou é o fato de o Pr. Marco Antônio dizer que adoração é cantar, e sabemos que isso não é verdade, pois Deus nos diz para adorarmos enquanto fazemos tudo, ou seja, podemos adorar apenas andando, comendo, lendo algo, se tivermos Deus no nosso coração e estivermos fazendo aquilo para Ele. Adoração e louvor são coisas diferentes, e ele mesmo diz no livro que podemos adorar fazendo várias coisas, ou seja, temos uma contradição bem feia aqui.

Tirando essas reclamações, é um livro bom, por isso dei uma nota alta para ele. Recomendo apenas para as pessoas que realmente quererem ler algo que anime seu espírito a adorar a Deus, não recomendo apenas para curiosos, pois o livro tem tom de pregação, e não tom de texto teórico. Inclusive esse livro poderia muito bem ser uma pregação, pois a linguagem é realmente as que os pastores usam enquanto pregam, por isso apenas recomendo para quem procura esse tipo de conteúdo.

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