domingo, 1 de dezembro de 2019

Resenha: Tartarugas Até lá Embaixo, de John Green





























Título: Tartarugas Até lá Embaixo
Autor: John Green
Editora: Editora Intrínseca
Ano de publicação no Brasil: 2017
Número de páginas: 272
Onde encontrar: Skoob
Nota: 5 / 5



Tartarugas Até lá Embaixo é um romance de John Green. Aza Holmes, a protagonista, tem ansiedade, que em alguns momentos se torna crises de pânico. Isso faz com que várias coisas na vida dela sejam diferentes, e com que ela evite várias coisas. Aza fica ansiosa principalmente quando o assunto são germes, ou seja, bactérias, vírus e fungos. 

Quando criança, machucou a ponta de um dos dedos, e nunca deixou o machucado cicatrizar, pois o alívio para a sua ansiedade é sempre ver que o machucado está novo. Com o machucado estando novo, o risco de ter bactérias lá dentro e, com a cicatrização, elas irem pelo corpo, é menor. Então Aza fica abrindo o machucado, diariamente, para ter certeza que nenhum germe está fechado em seu corpo. E para isso, sempre que abre o machucado, passa álcool e coloca um novo band-aid.

Sua melhor amiga, Daisy, é super fã de Star Wars, e escreve uma fanfic amorosa de Rey e Chewbacca.  Aza vive apenas com sua mãe, pois seu pai morreu quando ela era criança. Quando era criança, Aza conheceu um menino muito rico, que morava perto do rio que fica atrás da casa dela. E depois de ter crescido, ela percebe que precisa voltar a falar com o menino, Davis. Ele já foi um dos crushes de infância de Aza, e por isso, voltar a falar com ele, no início, é difícil, sabendo que muito da motivação é a recompensa em dinheiro.

"Ele: Tá por aí? Eu: Sim. Quer falar no FaceTime? Ele: A gente pode se ver no mundo real? Eu: Pode, mas não sou uma boa companhia no mundo real. Ele: Eu gosto de você no mundo real. Que tal agora? Eu: Ótimo. Ele: Traz o casaco. Está frio lá fora, e o céu está limpo"

Acontece que o pai desse menino foi descoberto pela polícia como um grande criminoso, e quem tiver qualquer informação relevante sobre ele, vai ganhar muito dinheiro como recompensa. Daisy quer o dinheiro, e como Aza conhece o filho desse homem, Daisy enfia Aza no meio dessa história, e juntas começam a investigar da maneira como podem.





























Algo que devo dizer é que esse livro me deu ansiedade. Eu já tenho ansiedade e síndrome do pânico, e mesmo não estando em época de fragilidade quando li esse livro, em alguns momentos eu fiquei bem incomodada. E pra piorar, durante a leitura, eu bati o dedo numa mesa na faculdade e cortei, e a todo momento que a Aza mexia no machucado do dedo dela, eu mexia no meu. Então não é um livro que recomendo pra todo mundo. Se você tem ansiedade e já está vivendo uma fase super ansiosa da sua vida, evite.

"O que eu quero saber é: existe um “eu” que não depende das circunstâncias?

Eu gostei muito do livro pelo fato de ele trazer uma personagem com ansiedade, e que mesmo com todas essas coisas que interferem na vida dela, como ela morrer de medo de hospital por causa das bactérias, ela tem uma vida normal. Ela frequenta a escola, ajuda a mãe em casa, tem paixonites, tem uma amiga que sempre tá junto, briga com a mãe e com a amiga (assim como todo adolescente) e está confusa com vários sentimentos. O que faz o livro ser tão lindo, são as aventuras que Aza vive, e viver a vida vai muito além de ter ansiedade ou não.

Aza é uma adolescente normal, que tem a peculiaridade de ter ansiedade. Ansiedade deve sim ser vista como algo sério, tem que ser tratado com tratamento psicológico, e se precisar, psiquiátrico, mas ansiedade não é um bicho de sete cabeças. Ficar perto da pessoa ansiosa não vai te tornar um ansioso, não vai piorar ou estragar a sua vida, e principalmente, o preconceito com essa pessoa só vai fazer mal.

"Fui passando de foto em foto, nos vendo rejuvenescer. Minha mãe num triciclo minúsculo segurando uma Aza pequenina nos ombros; eu tomando café da manhã, o rosto todo sujo de açúcar e canela. As únicas fotos em que meu pai aparecia eram selfies, mas os celulares da época não tinham câmera frontal, o que impedia um enquadramento preciso. As imagens inevitavelmente saíam tortas e cortavam algum pedaço do nosso rosto, mas pelo menos eu sempre saía, grudada na minha mãe — eu vivia agarrada com ela"

Se você é uma pessoa com ansiedade, procure algum tratamento. Procure tratamentos energéticos e espirituais, com certeza vai te fazer bem! Ou procure tratamentos convencionais mesmo. Se você convive com um ansioso, apoie ele, dê total apoio pra que ele corra atrás dos sonhos e projetos, e sempre repita para ele que tudo vai ficar bem. Essa simples frase clichê pode mudar o dia da pessoa. E sendo uma pessoa ansiosa, ou convivendo com uma, lembre-se sempre de que abraços resolvem muita coisa!

Recomendo super a leitura, é um livro incrível, principalmente para perceber que pessoas com transtornos psicomentais podem ter vidas muito boas. Apenas não recomendo para pessoas que tem gatilho com alguma das coisas descritas aqui. Se caso quiser ler, leia apenas em momentos bons, evite o livro em momentos de fragilidade. Aos demais, e aos que estão em momentos bons, leiam, com certeza você vai tirar algum ensinamento do livro!




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