quinta-feira, 22 de março de 2018

Resenha: Os Imortais de Machado de Assis



























Título: Os Imortais
Autor: Machado de Assis
Ano de publicação: 1859
Número de páginas: 3
Nota: 4/5



Os Imortais é um conto, uma miscelânea, ou seja, um conto que foi publicado em uma coletânea de contos. Aqui Machado fala de lendas. Eu sinceramente me surpreendi positivamente com esse conto, pois não esperava ver Machado escrevendo sobre fantasia. Ao que tudo indica, são realmente lendas reais, então eles não as escreveu, ele apenas escreveu sobre elas. Entendem a diferença?

Na primeira parte, somos apresentados à uma lenda alemã que fala sobre um cavaleiro do rei, muito mal, que não tinha empatia ou piedade, ria dos pobres e exaltava os ricos. Ia à igreja sem motivo, e se comportava lá dentro da mesma forma em que se comportava em um bar ou em qualquer outro lugar. Por ter colocado sua vida de cavaleiro acima de tudo, ele foi amaldiçoado e todas as noites, ele e seus cavaleiros entram em florestas escuras em busca de caça. Ou seja, a maldição faz com que ele, todas as noites, querendo ou não, cace sem descanso até o raiar do dia.

Isso me fez pensar que muitas vezes falamos que poderíamos fazer algo para sempre, mas que ser amaldiçoado para realmente fazer aquilo para sempre com toda certeza seria horrível. Eu, por exemplo, já disse que poderia ficar vendo a série Lucifer para sempre, pois já a assisti várias vezes, mas imagine o horror de não poder ver mais nada, não poder fazer mais nada, não poder sair com as pessoas que gosta ou ler um livro, de não poder ouvir uma música, simplesmente por que você colocou uma série como prioridade na sua vida e aquilo acabou se tornando a sua maldição. Isso me faz pensar em aproveitar melhor o tempo, e nunca dizer que quer que algo dure para sempre. Tudo precisa ter um fim, até mesmo as coisas boas.

Na segunda parte, ele começa falando sobre uma lenda batava que diz que um marinheiro, que obviamente amava muito o mar, é pego por um furacão, uma grande tempestade, e tenta a todo custo fazer com que o navio fique bem e obviamente, tenta sobreviver. Ele não cogita perder o barco, ou desistir de sair do furacão, e em um momento de coragem, ele diz que vai continuar tentando nem que tenha que fazer aquilo até o fim dos tempos, e essa foi sua maldição, continuar tentando até que tudo tenha um fim.

"Mas aí se mostra o grande povo; não quis a terra, que é a imensidade, como diz Lord Byron, quis o mar que é o infinito."

As duas lendas falam sobre ter cuidado com o que pensamos, desejamos e dizemos. É bom ter perseverança e não desistir dos nossos sonhos, mas também temos que ter cuidado com o que desejamos, pois pode se tornar realidade, e nem sempre a realidade dos sonhos é boa. Temos que correr atrás dos sonhos que podem se tornar uma realidade boa e dos quais sabemos que não vai nos prejudicar, ou prejudicar outra pessoa. Desistir de algo para dar atenção à sua família ou amigos é necessário às vezes, assim como em alguns momentos, precisamos dar prioridade aos estudos ou trabalho e passar menos tempo com a família e amigos. Saiba a prioridade de cada dia e tenha certeza de só desejar coisas boas, para si e para os outros.



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