quinta-feira, 21 de março de 2019

Resenha: A Solidão Sente Fome de William Barter





























Título: A Solidão Sente Fome
Autor: William Barter
Editora: Publicação Independente
Ano de publicação no Brasil: 2018
Número de páginas: 59
Onde encontrar: Amazon
Nota: 3 / 5



A Solidão Sente Fome é um livro curto de poesia curtas. Como o título do livro diz, boa parte dos poemas têm como tema a solidão, e o amor, então é sim um livro mais melancólico, triste, o que não torna a leitura algo pesado. A melancolia do livro, ao meu ver, não é forte o suficiente para fazer o leitor senti-la, o que pode ser visto como uma qualidade caso você queira apenas uma leitura rápida e não refletir sobre o quão sozinhos estamos no mundo, ou pode ser um defeito caso você seja a pessoa que gosta de sentir todos os sentimentos junto com o autor ou com os personagens.

"É tão bom poder vê-la por dentro. 
Você tem uma estrela na boca e,
no mais íntimo do teu coração, há um céu" Guardião do Teu Amor, fragmento.

Existem sim alguns poemas específicos que me tocaram bastante e que me levaram à uma reflexão, mas boa parte deles são apenas poemas bonitos de ler. Acho que ser bonito de ler já é o bastante. Mas quero dizer com isso que, pelo menos para mim, boa parte dos poemas não foram marcantes. Achei lindo na hora que li, fiz marcações em alguns, e foi isso, uma semana depois já havia me esquecido da maioria deles. O que não significa de forma alguma que o livro seja ruim, mas não foi um livro que me marcou.

"A eternidade é um piscar de olhos
e quem olha para mim, nesse silêncio?" Efeito Borboleta, fragmento.

Eu gostei muito de vários pomas que estão na primeira metade do livro, marquei uns 6 ou 7 poemas de 25, o que é bastante, mas na segunda metade o número acabou caindo. Creio que a explicação mais lógica para isso seja o fato de que os poemas da primeira metade são menores, e a maioria deles têm mais drama, algo que eu amo. Gosto de poemas curtinhos cheio de drama, e esses são os poemas dos quais consigo me lembrar. Já os poemas da segunda metade são maiores e senti que perderam o drama todo do início. Isso seria facilmente resolvido apenas colocando os poemas numa ordem diferente para intercalar os mais sentimentais com os menos sentimentais e deixar o livro mais uniforme.






























Gostei muito da escrita do autor, que em alguns termos é bem parecida com a minha, já que ele utiliza, na maioria das vezes, poucas palavras em cada linha, e várias linhas num poema. Há quebras de frase, como podem ver em todas as citações que coloquei aqui na resenha, e é um recurso que eu utilizo bastante nos poemas que escrevo. E até mesmo quando estou escrevendo em prosa eu gosto dessa quebra, e coloco vários pontos finais, algo que vocês podem até mesmo ver nas minhas resenhas, se repararem bastante. O leitor tem muitos momentos para respirar, a narrativa não fica tão corrida e ao meu ver fica até mais leve.

"Sou um pouco
de tudo aquilo que vi e ouvi.
Sou a metade
daquilo que ainda serei.
Uma parte de mim
anda vagando pelo mundo,
querendo ser metade" Uma parte de mim, fragmento.


Recomendo o ebook para os que gostam de poesia e querem ler algo mais rápido, já que o livro é bem curtinho. Claro que o tempo da leitura depende mais de você do que do livro, afinal, algumas pessoas gostam de ler poesia fazendo pausas e anotando coisas, outras gostam de ler tudo de uma vez e fazer as anotações apenas no final da leitura. De qualquer forma, como é um livro curto, creio que todos conseguirão lê-lo até mesmo em apenas um dia. E é um livro fácil de gostar.



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