Título: Crisálidas
Autor: Machado de Assis
Editora: Domínio Público
Ano de publicação no Brasil: 1864
Número de páginas: 48
Nota: 3/5
Crisálidas é um livro de poemas do Machado de Assis sobre temas diversos como amor romântico, política, família e amigos. Alguns dos contos foram adicionados depois, porém não há informações de quando eles foram adicionados, apenas a informação de que eles não estavam na primeira edição.
Vários poemas tem como tema a musa inspiradora de Machado de Assis, e me lembro de que em algum de seus textos ele diz que é algo necessário para se fazer bons poemas de amor. Acho interessante que ele pense assim, pois de fato seus poemas românticos tem inspiração em alguém, é algo nítido, tanto que vários dos poemas deixam explícito se tratarem da musa.
Achei muito interessante alguns poemas que tem como tema os elementos ar e água. São poemas curtos, e no meio deles, há um poema sobre luz. Na ordem temos "As brisas", "A luz" e "As águas", que me agradaram muito, principalmente o segundo, por ser simples, mas a escrita dar um poder ao poema.
"Eu sou a luz fecunda, alma da natureza;
Sou o vivo alimento à viva criação.
Deus lançou-me no espaço. A minha realeza
Vai até onde vai meu vívido clarão" _ A luz
Há um poema que me chamou a atenção por falar de um tema religioso, "O dilúvio", que como o nome diz, fala sobre o dilúvio, sobre a raiva que levou Deus a inundar o mundo, sobre as águas abaixando e sobre o pássaro que voltou com um ramo de oliveira. Religião é algo que no geral está bem presente na obra do Machado, pelo menos no que eu li até agora. E "Poesias dispersas", um compilado de poemas, conta com vários poemas religiosos, falando de Maria e de Jesus, e em Crisálidas é algo que ocorre menos.
"As orações dos homens
Subam eternamente aos teus ouvidos;
Eternamente aos teus ouvidos soem
Os cânticos da terra." _ Fé
Sentimentos bons são temas recorrentes em seus poemas, e pessoas que despertam esses sentimentos também, afinal, sentimentos não nascem sozinhos. Existem sim poemas em que sentimentos ruins são descritos, por exemplo, amores que trouxeram tristeza, algo que aparece mais de uma vez.
"Vês? Lá ao fundo o vale árido e seco
Abre-se, como um leito mortuário;
Espera-te o silêncio da planície,
Como um frio sudário" _ Última folha
É um bom livro, mas não foi um leitura que me cativou. Alguns poemas são muito longos. Eu leio a obra do Machado de Assis pelos pdf's que o Ministério de Educação disponibiliza gratuitamente, e no pdf, por a letra ser pequena, cabem muitas palavras em uma única página. Poemas que no pdf tem duas ou três páginas teriam cerca de 5 páginas se fossem impressos, e isso acaba sendo cansativo. Não apenas pelo tamanho, mas por que nem sempre os versos se conectam, e principalmente por causa da linguagem arcaica.
"Estávamos a sós e pensativos.
Eu contemplava-a. Da canção saudosa
Como que em nós estremecia um eco" _ Lúcia
Sim, são poemas escritos há séculos (literalmente!) então é óbvio que eles teriam uma linguagem bem antiga, mas não é apenas isso, e sim o fato de que, quando está escrevendo poemas, Machado de Assis prefere usar palavras mais rebuscadas. E se hoje em dia palavras rebuscadas já podem deixar uma leitura mais lenta e menos prazerosa, imagina ler palavras rebuscadas do século XIX.
Gostei sim de alguns poemas, que são os que selecionei para colocar alguns fragmentos aqui na resenha, mas no geral eu achei o livro apenas "ok". É inegável a qualidade da escrita, mas em alguns momentos me pareceram palavras simplesmente jogadas, ou difíceis demais para a minha compreensão, então eu acabei não ficando tão animada com a leitura, e essa falta de animação obviamente influenciou no que eu achei do livro ao final.
Recomendo aos que tem interesse em ler Machado de Assis como poeta, aos que gostam de poemas mais antigos que com certeza vão amar os poemas do Machado de Assis, não apenas os desse livro, mas de toda a obra dele. Também recomendo aos que leram aqui os fragmentos e se interessaram. Porém, aos que não querem encarar uma leitura difícil por agora, esperem um pouco.
Crisálidas é um livro de poemas do Machado de Assis sobre temas diversos como amor romântico, política, família e amigos. Alguns dos contos foram adicionados depois, porém não há informações de quando eles foram adicionados, apenas a informação de que eles não estavam na primeira edição.
Vários poemas tem como tema a musa inspiradora de Machado de Assis, e me lembro de que em algum de seus textos ele diz que é algo necessário para se fazer bons poemas de amor. Acho interessante que ele pense assim, pois de fato seus poemas românticos tem inspiração em alguém, é algo nítido, tanto que vários dos poemas deixam explícito se tratarem da musa.
Achei muito interessante alguns poemas que tem como tema os elementos ar e água. São poemas curtos, e no meio deles, há um poema sobre luz. Na ordem temos "As brisas", "A luz" e "As águas", que me agradaram muito, principalmente o segundo, por ser simples, mas a escrita dar um poder ao poema.
"Eu sou a luz fecunda, alma da natureza;
Sou o vivo alimento à viva criação.
Deus lançou-me no espaço. A minha realeza
Vai até onde vai meu vívido clarão" _ A luz
Há um poema que me chamou a atenção por falar de um tema religioso, "O dilúvio", que como o nome diz, fala sobre o dilúvio, sobre a raiva que levou Deus a inundar o mundo, sobre as águas abaixando e sobre o pássaro que voltou com um ramo de oliveira. Religião é algo que no geral está bem presente na obra do Machado, pelo menos no que eu li até agora. E "Poesias dispersas", um compilado de poemas, conta com vários poemas religiosos, falando de Maria e de Jesus, e em Crisálidas é algo que ocorre menos.
"As orações dos homens
Subam eternamente aos teus ouvidos;
Eternamente aos teus ouvidos soem
Os cânticos da terra." _ Fé
Sentimentos bons são temas recorrentes em seus poemas, e pessoas que despertam esses sentimentos também, afinal, sentimentos não nascem sozinhos. Existem sim poemas em que sentimentos ruins são descritos, por exemplo, amores que trouxeram tristeza, algo que aparece mais de uma vez.
"Vês? Lá ao fundo o vale árido e seco
Abre-se, como um leito mortuário;
Espera-te o silêncio da planície,
Como um frio sudário" _ Última folha
É um bom livro, mas não foi um leitura que me cativou. Alguns poemas são muito longos. Eu leio a obra do Machado de Assis pelos pdf's que o Ministério de Educação disponibiliza gratuitamente, e no pdf, por a letra ser pequena, cabem muitas palavras em uma única página. Poemas que no pdf tem duas ou três páginas teriam cerca de 5 páginas se fossem impressos, e isso acaba sendo cansativo. Não apenas pelo tamanho, mas por que nem sempre os versos se conectam, e principalmente por causa da linguagem arcaica.
"Estávamos a sós e pensativos.
Eu contemplava-a. Da canção saudosa
Como que em nós estremecia um eco" _ Lúcia
Sim, são poemas escritos há séculos (literalmente!) então é óbvio que eles teriam uma linguagem bem antiga, mas não é apenas isso, e sim o fato de que, quando está escrevendo poemas, Machado de Assis prefere usar palavras mais rebuscadas. E se hoje em dia palavras rebuscadas já podem deixar uma leitura mais lenta e menos prazerosa, imagina ler palavras rebuscadas do século XIX.
Gostei sim de alguns poemas, que são os que selecionei para colocar alguns fragmentos aqui na resenha, mas no geral eu achei o livro apenas "ok". É inegável a qualidade da escrita, mas em alguns momentos me pareceram palavras simplesmente jogadas, ou difíceis demais para a minha compreensão, então eu acabei não ficando tão animada com a leitura, e essa falta de animação obviamente influenciou no que eu achei do livro ao final.
Recomendo aos que tem interesse em ler Machado de Assis como poeta, aos que gostam de poemas mais antigos que com certeza vão amar os poemas do Machado de Assis, não apenas os desse livro, mas de toda a obra dele. Também recomendo aos que leram aqui os fragmentos e se interessaram. Porém, aos que não querem encarar uma leitura difícil por agora, esperem um pouco.
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