quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Do mês / Janeiro 2019



Frase do mês
"Deus é bom o tempo todo. O tempo todo Deus é bom". Essa frase literalmente me salvou de uma crise de depressão. Perdi uma pessoa em janeiro, e repetir essa frase no meu coração como um mantra, além de outras coisinhas, me manteve sã.


Música do mês
Ousado amor. É incrível o fato de eu sempre ter escutado essa música por aí, mas só ter parado para ouvi-la de verdade agora. Muito boa para os dias em que você só quer dançar uma música linda com Jesus do seu lado.



Filme do mês
Bird Box. Assisti esse filme após chegar em casa de um passeio no Inhotim com meu amorzinho, meu irmão e minha cunhada. Foi um dia muito lindo, e para fechar, esse filmão! Quero muito ler o livro, mas não sei quando isso vai acontecer.
Créditos à Cinepop



Canal do mês
Maju Souza. É uma preta que dança e é leitora voraz! Foi incrível descobrir o canal dela. Eu precisava ver diários de leituras para me inspirar a ler, e encontrei o canal dela assim. Foi uma ótima descoberta.


Livro do mês
Bom, foi um mês cheio de leituras incríveis! Quero destacar dois livros aqui, Divã e Crônicas Marcianas, que me proporcionaram reflexões profundas sobre a vida. Caso queiram acompanhar minhas leituras, procure por "Leitura todo dia" aqui no blog, e veja os posts que saem semanalmente em que conto sobre o que estou lendo.


Look do mês
Gosto dessa foto por que estou na praia, foi minha primeira vez visitando o mar e foi uma experiência incrível, mesmo eu tendo talassofobia (fobia de mar), já que as crises de pânico foram bem menores do que eu pensei, menos fortes, e as crises ruins mesmo só aconteciam quando as ondas eram bem grandes. Eu ficava paralisada e basicamente meu namorado tinha que me segurar, mas foi incrível, principalmente por eu estar em uma viagem com ele. E esse cabelo maravilhoso estava com água do mar e sem pentear por um dia inteiro!



Acessório do mês
Usei bastante esses brinquinhos mais pro final do mês, são simples, mas gosto de brincos assim pro dia a dia.























Inspiração do mês
Todas as pessoas que perderam algo ou alguém e que mesmo assim não desistiram. Força às famílias de Brumadinho, que estão tão pertinho de mim. Força aos que dependem do Paraopeba. Ver a esperança no olhar dessas pessoas, e a felicidade no olhar dos que conseguiram sobreviver me enche de esperança também. Perder pessoas e coisas pelas quais temos apego não é fácil, e quem consegue passar por isso e continuar bem e feliz são inspirações, não apenas para mim, mas para todos.


Unhas do mês
Me perdoem pela foto com as unhas ainda borradas, mas é que não tirei outras fotos antes de arrancar as bolinhas de agonia. Unha com alto relevo, principalmente tão alto assim, não é para a minha pessoa.
























Comida do mês
Achamos um lugar ótimo para comer açaí (o creme) bem na frente da Praia do Moror, em Guarapari. Custou 25 reais, e nós podíamos colocar o que quiséssemos nele e o preço continuaria o mesmo! Tem um litro






























Foto do mês



segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Leitura todo dia #85

Mais uma semana de Leitura todo dia! O projeto foi criado pela Nine, com o objetivo de fazer com que os participantes criem o hábito de leitura. O projeto deu super certo pra mim em 2017 e em 2018, então eu vou seguir com ele. Não há metas pré estipuladas pelo projeto, porém eu gosto de sempre colocar metas, para que eu tenha um norte para me orientar.


A Noite dos Quatro Furacões - 90 páginas restantes
Entre o Amor e a Magia - 181 páginas restantes
O Poder do Agora - 224 páginas restantes
Tocaia - 82 páginas restantes


Meu objetivos mesmo são os três primeiros, e se sobrar um tempinho durante a semana, começo a ler Tocaia.















No dia dezesseis não teve leitura, passei o dia no Inhotim, vi Bird Box quando cheguei em casa e só quis dormir depois. No dia dezessete eu li 21 páginas (seis capítulos) de A Noite dos Quatro Furacões e estou gostando muito da leitura. É um livro leve, por ser infantojuvenil, mas tem questões sérias sendo trabalhadas. Sinto que será um livro cinco estrelas, espero não me decepcionar.



No dia dezoito eu li 69 páginas (dezoito capítulos) de A Noite dos Quatro Furacões, concluí a leitura do livro e amei! Gente, sério, leiam esse livro. É uma história leve, gostosa de ser lida. Apesar de abordar assuntos sérios em alguns momentos, tudo é feito para parecer bem leve. É uma ótima história para quando estamos naqueles momentos de querer algo rápido para ler, que não vai nos exigir tanto.

E li também 20 páginas do livro O Poder do Agora, que é um livro de autoajuda, voltado para que os leitores consigam se focar no que está acontecendo no momento presente e se desconectar do passado e do futuro. A premissa é boa, mas pelo menos no início, o autor fica muito em cima da questão de pararmos de pensar e de utilizar a mente como se fosse algo totalmente fácil. O autor fala isso de uma forma que, pelo menos para mim, não parece que vai conseguir ajudar alguém, por que simplesmente dizer "pare de usar sua mente", é algo muito vago.



No diz dezenove não houve leitura. Eu acabei ficando boa parte do dia com meu  namorado, então não tive um tempo separado para ler. Já no dia vinte eu li 36 páginas de O Poder do Agora. Tive que ficar no hospital, e aproveitei para ler um pouco. Teria lido mais, mas meu celular estava sem bateria, e como eu tive que ficar do lado de fora (só pode entrar um acompanhante), e precisava manter contato com quem estava do lado de dentro, eu preferi poupar minha bateria. Sinceramente, como já são dois dias de leitura, e nos dias que eu li, eu acabei lendo relativamente pouco, não sei se vou conseguir ler tudo que coloquei na meta, mas vou me esforçar ao máximo pra conseguir.



No dia vinte e um eu li 18 páginas de O Poder do Agora, e estou gostando da leitura e ao mesmo tempo odiando. As dicas são muito válidas, mas o livro faz parecer que é tudo muito fácil, e isso me irrita. Você não alcança a iluminação de um dia para o outro, e o autor do livro parece que pensa isso. Como se iluminação espiritual fosse apenas uma questão de querer, e não de realmente fazer algo.

E li 47 páginas (seis capítulos) de Entre o Amor e a Magia. Estou gostando muito do livro, é bem leve, enredo gostoso de ler e bem adolescente, algo que eu estou amando ler e realmente preciso de livros mais leves entre leituras mais pesadas. Apesar de estar realmente amando a experiência de leitura eu devo admitir que o livro não tem muita qualidade. Há muitos erros na escrita, tanto gramaticais quanto ortográficos, erros de coesão e continuação, e isso é algo muito grave. Estou conseguindo aproveitar o livro mesmo assim, tanto que li relativamente muito nesse primeiro contato com o livro.



No dia vinte e dois eu li 45 páginas de O Poder do Agora. Estou entrando numa relação de amor e ódio com o livro. O autor está usando várias passagens bíblicas fora do contexto de uma maneira extremamente errada, além de que várias vezes fala as coisas como se dependessem apenas da nossa força de vontade, quando na realidade também envolve nossas reações fisiológicas, e infelizmente não temos controle sobre isso. O autor fala muitas verdades, que podem ser duras de ler, mas que são verdades, e é ótimo ler coisas assim de vez em quando, por que cair na real é uma coisa necessária. As dicas que são aplicáveis são realmente boas e já estou usando elas na minha vida, mas a quantidade de informações erradas está me deixando agoniada e me fazendo odiar o livro, apesar de estar amando a parte realmente útil.

E li também 13 páginas (dois capítulos) de Entre o Amor e a Magia enquanto estava no hospital, dessa vez com meu sogro. Obviamente meu namorado era o acompanhante, eu fiquei no carro, lendo e orando.



No dia vinte e três não houve leitura. Meu sogro faleceu. Como disse anteriormente, eu estava no hospital quando tudo aconteceu, estive envolvida no processo de organizar o velório, já que os filhos estavam tão abalados que não conseguiam pensar nas coisas. Foi um dia incrivelmente triste, obviamente não consegui me concentrar. Quase não dormi e nem comi por causa da quantidade de coisas pra fazer, e ler era algo fora de cogitação, infelizmente.



Bom, nessa semana eu consegui ler 269 páginas, o que dá 33,6 páginas por dia. É uma média abaixo do que eu esperava, sendo bem sincera, mas levando em consideração que eu passei duas noites no hospital e em um dia eu realmente não tinha condições de ler, creio que foi uma média boa. Inclusive a demora para esse post sair se deve ao fato de que eu não estava com cabeça para terminá-lo antes, me desculpem. Espero que na próxima semana eu consiga ler um pouco mais, para conseguir concluir pelo menos mais três leituras.


A Noite dos Quatro Furacões - 90 páginas lidas Concluído
Entre o Amor e a Magia - 60 páginas lidas
O Poder do Agora - 119 páginas lidas









domingo, 27 de janeiro de 2019

Resenha: Eu acho que você é meio doido, sim da Nath Araújo




























Título: Eu Acho Que Você é Meio Doido, Sim
Autor: Nath Araújo
Editora: Editora Planeta
Ano de publicação no Brasil: 2018
Número de páginas: 160
Onde encontrar: Skoob / Submarino / SaraivaAmazon / Americanas
Onde encontrar a autora: Instagram / Twitter / Youtube
Nota: 5/5


Eu acho que você é meio doido, sim, é um livro da ilustradora Nath Araújo, catalogado como autoajuda e autoconhecimento. Se você é daquelas pessoas que odeiam autoajuda e acha que são livros inúteis, peço que leia a resenha até o final e me diga se continua com a mesma opinião sobre este livro.

Aqui temos uma mescla de várias coisas: listas interativas, desenhos para colorir, a história da Nath e conselhos. Gostaria de falar sobre as coisas na ordem em que elas aparecem. Nath vai contando sua trajetória de forma incrivelmente bem humorada, falando algumas coisas de sua infância, como o pensamento dela foi mudando, como ela lida com tudo que acontece na vida dela atualmente, e até mesmo alguns planos pro futuro. A sensação que tive ao ler o livro é que ele é como um diário da Nath. E claro, no meio disso tudo ela vai dando alguns conselhos sobre o que funcionou com ela e ela acredita que vá funcionar com o leitor também.

Ela dá alguns conselhos sobre autoestima, sobre se aceitar da forma que somos, sobre aceitar que temos gostos duvidosos e até mesmo estranhos, e que não devemos ter vergonha disso, afinal, o que gostamos diz muito sobre quem somos. E podemos até conhecer outras pessoas que gostam das mesmas coisas e fazer novas amizades.

O livro contém vários desenhos, que você pode colorir, lembrando sempre de usar uma folha branca entre a folha que você irá colorir e a folha de trás para não manchar. A gramatura é 90, então está ok colorir com lápis e com marcadores a base de água, porém marcadores a base de álcool e tinta não são muito recomendados por que podem deixar a folha meio enrugada. Os desenhos aparecem de acordo com o tema que está sendo abordado, alguns ocupam até duas páginas e outros ocupam um pequeno espaço da página.





























Ela fala sobre filmes, músicas (e teorias sobre músicas), moda e tudo que ela representa, fala sobre ET's, sobre gatos e animais de estimação, entre várias outras coisas, e todos os temas citados, e tantos outros, possuem desenhos lindos para ilustrar melhor o que ela quis dizer, e claro, para que o leitor possa construir a história junto com a Nath, colorindo os desenhos. Digo construir pois sabemos que cores possuem significados, tanto universais quanto pessoais, e cada cor utilizada nos desenhos pode (ou não) significar algo, então o livro acaba sendo um diário seu também, onde, por cores, você conta como você está naquele dia.





























O livro também é recheado de listas interativas. E o bom é que não é apenas o leitor que completa a lista. Antes de abrir o espaço para o leitor completar com suas peculiaridades e séries favoritas, a própria Nath Araújo faz a lista dela, então fica bem mais fácil para o leitor entender qual foi a ideia da autora quando ela criou aquelas listas. E já ter um exemplo de como fazer acaba nos dando coragem.



É muito comum leitores que realmente possuem um hábito de comprar livros e ler com frequência terem dó, pena de rabiscar seus livros. Destrua esse diário foi um livro que conseguiu fazer com que a gente começasse a refletir sobre o fato de livro ser apenas algo material, o que importa mesmo é a história, e se ainda der pra ler a história, o estado geral do livro não importa muito. Então nesse livro, é bom que você colora mesmo, preencha as listas e faça tudo que te der vontade, claro, se o livro for seu.

Eu amei esse livro, me fez super bem. Eu sou super fã da Nath Araújo, e confesso que cheguei a chorar quando o livro chegou na minha casa, mas também me comprometo a sempre trazer uma resenha de qualidade pra vocês, uma resenha real. Realmente acredito que é um livro que muitas pessoas vão gostar, justamente por ter várias formas de interação.

O livro é muito engraçado e divertido, então com certeza vai ser uma leitura leve e gostosa de se fazer, e claro, se você é fã da Nath e consegue entender todas as referências que ela usa no livro, vai ser ainda mais especial. Eu me senti conversando com ela pessoalmente, por que a forma como ela escreve no livro é bem a forma como ela fala nos vídeos do canal dela.

Sobre a parte gráfica do livro só tenho elogios. A diagramação tá incrível, as letras são grandes então a leitura acaba sendo bem rápida mesmo. A impressão dos desenhos estão impecáveis e particularmente acho eles muito bonitos. E claro, as listas estão muito lindinhas. E gente, até eu que não gosto muito de rosa amei o livro com páginas rosas, capa rosa, detalhes rosa, listas rosa, rosa em todo canto. É a cor preferida da autora, por isso tem tanto rosa no livro.






























Recomendo muitíssimo para pessoas que tenham depressão e ansiedade, por que colorir e fazer listas de forma descontraída é um ótimo exercício para ficar bem logo, só não se empolgue demais e faça tudo no mesmo dia. Faça uma coisa por dia pra conseguir aproveitar por mais tempo. Mas depois que acabar, incorpore isso na sua rotina, comece e desenhar e fazer listas de coisas que gosta. Recomendo à todos que gostam de desenhos, aos que gostam de biografias, ao que gostam de autoajuda e livros sobre autoestima. E aos que gostam de pessoas com várias referências pop dos anos 2000 e 2010, por que tem muito disso no livro.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Resenha: Jonas (Bíblia)


























Título: Jonas
Autor: Jonas
Editora: Editora Luz e Vida
Ano de publicação no Brasil: 1998
Número de páginas: 2 páginas
Onde encontrarBíblia Online
Nota: 5/5


Esse post é uma resenha, portanto, não tem a menor pretensão de te trazer elevação, confortou ou aprendizados espirituais. Caso queira ver um post falando sobre isso, porém de força espiritual, acompanhe o blog Meus dias com Jesus. Aqui falarei sobre o enredo e minhas impressões de leitura.

Jonas é um livro bíblico que conta a história de Jonas. Deus pediu a ele que fosse à Nínive para pregar o arrependimento, pois a cidade estava coberta de pecados, e se não se arrependesse, todos seriam mortos sem salvação. Mas Jonas decide não ouvir a voz de Deus e pega um navio para o lado oposto, atual Espanha, para fugir de sua obrigação. 

"Jonas se aprontou, mas fugiu do Senhor, indo na direção contrária" Capítulo 1, verso 3.

Porém Deus se irrita com isso, e faz com que o navio onde ele está pegue um tempestade enorme, que simplesmente não passa, mesmo com todos orando aos seus deuses. Jonas sabe que isso é culpa dele, então ele pede para que o joguem no mar. Ele é engolido por um grande peixe, comumente tratado como uma baleia nos dias de hoje, e fica dentro dela por 3 dias. Ele passa esses dias orando à Deus, pedindo perdão. E então, após esse período, o peixe o vomita em Nínive, e Jonas começa seu trabalho.

"Quando senti que estava morrendo,
eu lembrei de ti, ó Senhor,
e a minha oração chegou a ti,
no teu santo Templo" _ Capítulo 2, verso 

O que acontece no final, é que quando o povo se arrepende, Jonas fica com raiva de Deus. Sim, Jonas fica com raiva de Deus por ter perdoado o povo. Naquela época existia um patriotismo excludente, em que os judeus, israelitas, pensavam que apenas eles deveriam ter as bençãos e o perdão de Deus, e que todos os outros povos deveriam adorar seus próprios deuses. O que em momento algum foi bom, pois sempre tiveram um preconceito enorme contra quaisquer religiões, e eram xenofóbicos, acreditando que apenas o seu povo poderia conhecer Deus.






























O livro contém vários outros detalhes, e por isso recomendo que leiam, mas contei o geral da história. Confesso que quando li não entendi por que Jonas havia ficado com raiva, achei sem sentido, e fui procurar vídeos na internet sobre esse livro, e encontrei um vídeo incrível, bem longo, que fala justamente sobre o capítulo 4, último capítulo do livro, que é onde a raiva de Jonas vem à tona. E perceber que Jonas estava com raiva por que Deus é bom e perdoa foi algo chocante para mim. Confesso que no momento eu repudiei Jonas totalmente, como se ele fosse o pior dos homens, mas parei para me analisar e percebi que infelizmente eu também sou como ele.

Dias antes eu havia visto um vídeo sobre o caso Guilherme de Pádua, que assassinou brutalmente Daniella Perez atriz da Globo, há alguns anos, e quando fiquei sabendo que ele havia se tornado um pastor, eu fiquei muito nervosa. Ele ficou vários anos preso por isso, saiu, e como já havia se convertido ainda estando preso, assim que saiu começou a estudar para se tornar um pastor e até se casou novamente. Eu fiquei nervosa por ele ter se tornado um pastor, por que, naquele momento, eu pensei que se ele havia cometido um crime tão horrível, ele não deveria poder orientar ninguém na direção de Cristo. 

Mas quantos santos e heróis bíblicos já não foram assim? Fizeram algo ruim, se arrependeram, e fizeram o Reino de Deus crescer? Sim, o que ele fez foi horrível, mas quem sou eu para julgá-lo? Sei que Paulo deixa como ordem que os líderes religiosos sejam homens sem escândalos, e posso sim não gostar da ideia de o ver como pastor por causa disso, mas não por ele ter se arrependido e achar que ele pode orientar alguém para perto de Jesus. 

Como eu disse, eu realmente não concordo em deixar alguém envolvido em escândalos, principalmente um tão forte, liderar uma igreja ou um grupo, não por que a pessoa não seja digna, mas por que Paulo deixou isso como orientação para que o nome de Deus não seja manchado pelo escândalo do líder. Mas não posso me sentir no direito de, como Jonas, julgar alguém por ter se arrependido e ter se entregado a Deus.

Recomendo a leitura do livro, principalmente pela reflexão que ele me trouxe e que compartilhei aqui com vocês. Creio que você mesmo ler o livro, e não apenas acreditar no que as pessoas dizem que o livro conta, é essencial, pois só lendo é que conhecemos a real história do livro, e cada história vai nos impactar de uma forma diferente. Que possamos ser tolerantes, mas firmes no que acreditamos e no que o nosso sagrado nos ensina.

domingo, 20 de janeiro de 2019

Resenha: A Paixão Segundo GH de Clarice Lispector



























Título: A Paixão Segundo GH
Autor: Clarice Lispector
Editora: Editora Rocco
Ano de publicação no Brasil: 1964
Número de páginas: 180
Onde encontrar: Skoob / Amazon / Saraiva
Nota: 4/5


A Paixão Segundo GH foi meu primeiro contato com Clarice, e um dos meus poucos contatos com fluxo de consciência. Resumindo bastante, GH narra um episódio em que, por estar sem uma empregada doméstica, ela foi limpar a casa, e decidiu começar justamente pelo quarto que a empregada ocupava. Ela se depara com um quarto extremamente sem graça, onde as únicas coisa que chamam a atenção são pinturas na parede com o contorno de corpos humanos, porém desproporcionais.

"Eu recuava dentro de mim até a parede onde eu me incrustava no desenho da mulher. Eu recuara até a medula de meus ossos, meu último reduto. Onde, na parede, eu estava tão nua que não fazia sombra."

GH começa a andar pelo quarto para avaliá-lo e resolve abrir o guarda-roupas, que está vazio, por exceção de uma barata no fundo. O que acontece é que GH tem pânico, fobia de baratas, e esse acontecimento vai levá-la a pensar sobre várias coisas em sua vida.

"Eu não quero as outras espécies! só quero as pessoas"

Não vou contar mais sobre o enredo, por que creio que muita parte da piração e das viagens malucas que GH faz dentro da própria cabeça são a graça do livro e o que o fazem valer a pena, já que o enredo em si é bem simples. 

"Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar"

Então o que acontece aqui, é que cada um dos mínimos eventos que acontecem levam a personagem a fazer reflexões bem sérias. Então do momento em que ela entra no quarto, até de fato ver a barata, se vão aí umas 60 páginas (pelo menos na edição que eu li). No início tudo me encantava, fiz inúmeras marcações nas 100 primeiras páginas do livro, estava achando tudo incrivelmente encantador, estava super imersa na história e achava tudo inovador.

Devo dizer que continuo achando a escrita da Clarice uma coisa incrível, inovadora e sei que dificilmente lerei algo tão belo quanto o que ela escreve. Ela consegue fazer o menor acontecimento do mundo virar algo incrível só pela forma como ela o descreve. Relendo minhas marcações no livro para colocar alguns trechos aqui eu me vejo novamente encantada com a escrita da Clarice, com a sensibilidade que ela tem ao escrever, e como tudo parece mágico, e ao mesmo tempo extremamente real nas palavras dela.

"A vida é tão contínua que nós a dividimos em etapas, e a uma delas chamamos de morte"

Eu me emocionei, de verdade, várias vezes ao longo das primeiras 100 páginas. Lia certas frases e precisava parar pra pensar sobre aquilo e sobre o quão real era o que ela estava falando. As reflexões que ela faz, pelo menos nas primeiras páginas, são muito aplicáveis à nossa vida, e me fez pensar mesmo sobre várias questões, sobre pessoas e sobre situações.























Durante as primeiras páginas, as reflexões, apesar de irem se distanciando do objeto que levou à reflexão, eram reflexões que de alguma forma faziam total sentido. A maioria usando metáforas para falar da vida, utilizando a barata como uma metáfora para quaisquer coisas que nos mete medo, ou nojo, ou aversão. E justamente por seres mais próximas do objeto, e mesmo assim serem coisas mais viajadas mesmo, mais místicas e existenciais. Só que algo que me fez não gostar tanto da leitura, foi o fato de que nas últimas 80 páginas, as reflexões começaram a ficar estranhas, pelo menos pra mim.

"E ia para essa loucura promissora. Mas meu medo não era o de quem estivesse indo para a loucura, e sim para uma verdade - meu medo era o de ter uma verdade que eu viesse a não querer, uma verdade infamante que me fizesse rastejar e ser do nível da barata. Meus primeiros contatos com as verdades sempre me difamaram"

Sabe quando você começa a stalkear um perfil, e vai entrando em vários outros e no final nem se lembra como foi parar ali? É mais ou menos isso que acontece, e isso me irritou bastante. Sei que por ser fluxo de consciência nem tudo terá uma linha cronológica perfeita e que alguns pensamentos serão mais aleatórios mesmo, mas eu simplesmente não conseguia ver a conexão da reflexão com o objeto que provocou a reflexão.

E aí, como eu já estava incomodada com isso, eu acabei ficando incomodada também com a demora para as coisas acontecerem. No início, ela ia contando o que estava acontecendo, ficava duas ou três páginas refletindo sobre, e depois já falava outro acontecimento. E sim, eram acontecimentos pequenos de cada vez, mas algo acontecia. E depois o que foi acontecendo é que cada vez mais ficamos imersos na mente da personagem e ela vai demorando mais e mais pra falar aconteceu, já que o livro narra um episódio de um passado bem próximo.

Como vocês viram, o enredo é bem simples. Depois que ela vê a barata, ela basicamente tem apenas umas três ações no máximo, e todo o resto são as divagações da personagem. E depois que começou essa parte que pra mim foi mais arrastada, eu estava achando tudo meio desnecessário, coisa pra encher linguiça mesmo. Sim, é tudo extremamente poético e bonito de ser lido, mas pra mim não fazia sentido com o contexto do livro e com o que estava acontecendo.

"Tudo se resumia ferozmente em nunca dar um primeiro grito - um primeiro grito desencadeia todos os outros, o primeiro grito ao nascer desencadeia uma vida, se eu gritasse acordaria milhares de seres gritantes que iniciariam pelos telhados um coro de gritos e horror. Se eu gritasse desencadearia a existência - a existência de quê? a existência do mundo. Com reverência eu temia a existência do mundo para mim"

O que aconteceu com essa leitura é que a partir da página 100, uma coisa me incomodou, e essa coisa me levou a outra incomodação e assim por diante. E o que aconteceu é que li as últimas páginas bem rápido apenas para terminar o livro logo e me ver livre dele.

Também há o fato de que eu já sabia qual seria o acontecimento final do livro, e chegou numa parte em que ele simplesmente não acontecia, e quando aconteceu foi uma coisa tão mixuruca em comparação ao que eu estava esperando pelo que as pessoas haviam me dito, então isso me deixo bem decepcionada. E sei que o fato de já saber qual seria o final, e estar muito ansiosa por ele afetou minha experiência, mas não tinha como eu simplesmente apagar o final da história da cabeça antes de começar a ler de fato, por que foi o fato de eu já saber o final que me fez querer ler o livro.

Reconheço que é um livro incrível, a escrita da Clarice é algo de outro mundo, emocionante, bonita, extremamente sensível e poética. O livro, como um todo, é bem construído, mas infelizmente eu achei muito enrolado em algumas partes, e achei as reflexões mais pro final too much, sabe? Desnecessárias. Mas, justamente por reconhecer o quão grandiosa é a obra, dei quatro estrelas pro livro.

Há algo muito bom no livro que é o fato de GH conversar com quem está lendo, ela se dirige ao leitor, pede nossa ajuda para atravessar a jornada que é relembrar o que havia acontecido naquele dia, e nos pede para segurar sua mão enquanto ela conta tudo. O que é fantástico!

"Por te falar eu te assustarei e te perderei? mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia"

Recomendo muito que leiam, principalmente por que creio que será uma experiência diferente e incrível para todos. Recomendo para os que gostam de fluxo de consciência, lembrando que normalmente são livros com uma narrativa não cronológica e que não segue muito uma lógica, pois estamos literalmente acompanhando todos os pensamentos do personagem. Recomendo aos que gostam de poesia em prosa, por que tudo que ela escreve é poesia, dá vontade de fazer quadros e espalhar pela casa. E recomendo aos que querem uma leitura diferente.


sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Leitura todo dia #84


Mais uma semana do incrível projeto Leitura todo dia, criado pela Nine Stecanella, para fazer com que os participantes adquiram o hábito da leitura. O projeto em si não tem uma meta fixa, mas eu sempre gosto de colocar uma meta, pra ter um norte, mesmo que não seja sempre. Colocarei metas nessa semana, por que realmente são livros que quero muito ler e acho que, pelo menos nessa semana, colocar uma meta vai me ajudar.

Quero deixar claro que a minha contagem de semanas não é de 7 dias sempre certinho. Eu sempre fecho o mês como um todo, então eu divido o mês em 4 semanas, e nem sempre a semana fica realmente com 7 dias, pode acontecer de ficar com 8, ou seja, começar e terminar no mesmo dia da semana. Exemplo, essa semana começou no dia oito e termina no dia 15, ambos são uma terça-feira.

Iracema - 31 páginas restantes
Divã - 133 páginas restantes
O Cupido e a Psiquê - 74 páginas restantes
A Noite dos Quatro Furacões - 144 páginas restantes

Meu objetivo é realmente concluir essas quatro leituras. Principalmente por que são livros mais curtos, então creio que serão leituras mais rápidas. Posso estar enganada? Sim, mas se tudo der certo, conseguirei ler esses livros.













No dia oito eu li 31 páginas (onze capítulos) de Iracema e concluí o livro. Gostei muito da leitura, achei algo bem diferente, representativo até, e aborda a questão da miscigenação, algo que muito me interessa. Eu sou contra a miscigenação, por que, para os que não sabem, foi algo incentivado pelo governo brasileiro desde que os portugueses chegaram aqui, pra que os indígenas e africanos trazidos, ao longo dos séculos, se tornassem brancos. Ou seja, eles queriam ir diluindo a cor das pessoas. Iracema, personagem principal do livro, é uma índia, e se casa com um homem branco. Bem parecido com Pocahontas inclusive, já que nas duas histórias o homem branco muitas vezes é visto como o salvador da pátria quando na verdade não é nada disso. Tenho tendência a não gostar disso, mas em Iracema não foi algo que me incomodou. Tipo, foi algo que aconteceu e eu não gostei, mas não chegou a me incomodar. Recomendo muitíssimo a leitura.

E li também 25 páginas (oito capítulos) de Divã e estou completamente apaixonada pelo livro. A escrita da Martha Medeiros é muito boa, e o fato o livro acontecer em sessões de terapia é algo novo pra mim e que me agrada bastante.



No dia nove eu li 36 páginas (treze capítulos) de Divã e sigo amando o livro. É incrível. Estou fazendo várias marcações e já acho que será um livro favorito. Recomendo muito que leiam, a vida da Mercedes, personagem principal é bem comum, normal, e isso faz com que qualquer leitor, principalmente mulheres, se identifiquem muito com o que ela diz.

E comecei a ler O Cupido e a Psiquê, que é um livro de contos folclóricos/mitológicos. Li 26 páginas, dois contos, Midas, a história do Rei Midas; e Cupido e a Psiquê, que é um conto muito interessante. Descobri que Cupido é um Deus, o que talvez seja bem óbvio para algumas pessoas, mas eu nunca havia lido essa informação, ou não me lembrava de ter lido. Gostei bastante dos dois contos lidos.



No dia dez eu li 72 páginas (vinte e três capítulos) de Divã e concluí a leitura de um livro favoritado! Gente, sério mesmo, recomendo que todos leiam esse livro. É maravilhoso, bem mais do que eu esperava. A autora coloca questões muito do nosso dia a dia e isso faz tudo ser incrível, por que a identificação é automática, e as inúmeras reflexões feitas são coisas muito reais e presentes na nossa vida. Eu simplesmente amei!



No dia onze eu li 13 páginas (três contos) de O Cupido e a Psiquê. Li Como a noite apareceu, História do Guaraná e A onça e o bode. Gostei muito do primeiro, e são todos contos de histórias indígenas do Brasil.  Obviamente são todos bem fantasiosos, e apesar de serem narrativas brasileiras, foram todas novas para mim. O segundo também é muito bom, e bem triste.



No dia doze eu li 35 páginas (dez capítulos) de O Cupido e a Psiquê e concluí a leitura do livro. Li dois contos populares brasileiros: O bicho manjaléu e A festa no céu. Dois contos populares portugueses: A riqueza e a sorte e Comadre Morte. Gostei bastante de Comadre Morte, tem um tom sarcástico muito bom.  E uma mesma fábula, O lobo e o cordeiro, contada por vários autores diferentes.

E comecei a leitura do livro 10 passos simples para eliminar o seu estresse. Li 29 páginas e estou gostando. Não estou amando, não achei o livro nada de muito inovador, mas até agora está ok.



No dia treze eu li 17 páginas de 10 passos simples para eliminar o seu estresse. Comecei a ficar irritada com os erros. Há muitos erros ortográficos, gramaticais, e erros de concordância mesmo. Na capa do ebook diz que o escritor é Diego Mangabeira, um coach, mas parece muito que o texto inteiro foi traduzido no google tradutor e que ficou tudo errado por que não houve revisão.



No dia quatorze eu li 22 páginas de 10 passos simples para eliminar o seu estresse e concluí a leitura do livro. Achei um livro interessante, com dicas válidas e que podem ser aplicadas em vários locais e momentos da vida, como por exemplo, fazer uma lista de coisas que te dão ansiedade pra você ir aprendendo como lidar com cada uma das coisas; fazer uma lista com coisas que você pode fazer quando a ansiedade vier; e dá dicas de tipos de respirações diferentes pra fazer e se acalmar nas crises, além de dicas de visualizações. Eu achei as partes das dicas bem úteis e boas, mas as coisas que pretendiam ser mais técnicas eu achei bem chatas por que simplesmente não tem fontes. E fora que existem vários erros, como já disse anteriormente. Dei 3 estrelas por que é um livro útil, mas foi bem mal escrito.



No dia quinze eu li 52 páginas (dez capítulos) de A Noite dos Quatro Furacões, um livro da coleção Vaga-Lume, que é uma coleção de livros, se não me engano todos escritos por escritores brasileiros, quem tem livros incríveis! Já li alguns livros dessa coleção quanto era mais nova e ainda não tinha blog, e quero ler vários livros dela. São livros infanto juvenil. Li essas páginas num tempo bem curto até, para os meus padrões. Até agora, o personagem principal, que tem uma banda, está tentando reunir os membros, por que toda vez que ele marca um ensaio alguém desmarca. Eles precisam ensaiar para vencer seus rivais num concurso de bandas de rock para crianças de até 15 anos. Está sendo bem legal.



Bom, nessa semana eu consegui ler 358 páginas, o que dá 44,7 páginas por dia! Eu fiquei bem perto de cumprir a minha meta, e sei que se eu tivesse lido em todos os dias eu teria conseguido, mas como alguns de vocês sabem, eu não me forço à ler. Leio quando quero, ou sinto que devo, mas sem a obrigação de ler. Estou  muito feliz com o resultado dessa semana por que apesar de não ter concluído o último livro da meta, eu li um outro livro, e consegui ler bastante! Espero que a próxima semana seja igualmente proveitosa, e eu eu consiga até ler mais, e chegar às 50 páginas diárias. Vamos que vamos!


Iracema - 31 páginas lidas Concluído
Divã - 133 páginas lidas Concluído
O Cupido e a Psiquê - 74 páginas lidas Concluído
10 passos simples para eliminar o seu estresse - 68 páginas lidas Concluído
A Noite dos Quatro Furacões - 52 páginas lidas


quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Resenha: Suplício de Uma Mulher




























Título: Suplício de Uma Mulher
Autores: Emile de Gerardin e Alexandre Dumas Filho
Editora: Domínio Público
Ano de publicação no Brasil: 1865
Número de páginas: 29
Nota: 4/5


Suplício de Uma Mulher é uma peça de teatro em três atos traduzida pelo Machado de Assis, e por esse motivo faz parte do Projeto Machado de Assis (e por isso a foto dele ali em cima). O enredo parece bem simples de primeira, mas ao longo da leitura as coisas vão de aprofundando. Vou falar aqui apenas sobre o primeiro ato da peça.

Dumont e Mathilde têm uma filha chamada Joana. É aniversário da menina e nas primeiras cenas Dumont lhe dá uma boneca como presente. Ela fica muito feliz e vai brincar na parte de fora da casa com a boneca. Sua mãe, Mathilde, aparece bem abatida, e para lhe deixar feliz Dumont propõe uma viagem à Europa, para passarem dois ou três meses em lugares gelados e ela poder ficar feliz novamente com novos ares.

"Quando a gente gasta um dia inteiro em negócios, é um raio de sol o sorriso de uma criança"

Apesar de trabalhar no Brasil, Dumont diz que o trabalho não será problema, e que faria tudo para ver Mathilde feliz. A viagem acaba chegando aos ouvidos de Alvarez, sócio de Dumont e padrinho de Joana, que não fica nada feliz e vai tirar satisfações com Mathilde. Há quase uma década Alvarez salvou Dumont, emprestando-lhe o dinheiro que este usou para não falir, mas parece que o preço cobrado por isso foi caro demais.

É um drama muito bom, e todos os atos são ótimos, coisa que nem sempre acontece nas peças de teatro. Eu gostei muito da forma como a história termina, por não ter sido um final tão injusto com as partes femininas. Concordo que sim, duas mulheres sofreram um pouco por que foram separadas, mas dos males o menor. Eu gostei também dos personagens, por que são todos completos, não foram apenas jogados ali. Confesso que sim, alguns personagens de apoio aparecem uma vez só e pronto, mas os personagens principais são bem completinhos.

O Machado foi tradutor dessa peça aqui no Brasil, então não vou levar tanto em consideração a crítica que ele fez, por que eu acho que ele não falaria mal de um trabalho que o envolve. De qualquer forma, ele traz informações muito legais para os leitores. Por exemplo, Gerardin havia escrito a peça e todos odiaram, e ela precisou passar por inúmeras adaptações para conseguir ser aceita pelo teatro francês.

Recomendo muitíssimo à todos que gostam de drama, é uma coisa bem casos de família e creio que a maioria que ler vai gostar. Também recomendo aos que querem uma leitura rápida, já que é uma peça bem curta e construída por diálogos quase sempre bem curtos de apenas uma frase.





domingo, 13 de janeiro de 2019

Resenha: Tito (Bíblia)



























Título: Tito
Autor: Paulo
Editora: Editora Luz e Vida
Ano de publicação no Brasil: 1998
Número de páginas: 3 páginas
Onde encontrarBíblia Online
Nota: 5/5


Quero deixar bem claro desde já que esta resenha não possui fins religiosos, ou a mera obrigação de acrescentar algo, espiritualmente falando, aos leitores. São apenas minhas impressões pessoais de leitura enquanto leitora comum, porém cristã.

Tito é uma carta escrita pelo apóstolo Paulo, endereçada à Tito para que ele saiba como ajudar os novos cristãos, ou seja, é uma carta super recomendada aos que se converteram à pouco tempo. Como sempre, começa com saudações e desejos de paz, assim como todas as outras cartas de Paulo. Nos primeiros versos Paulo fala sobre a promessa da vida que teremos quando Jesus voltar, e que nossa esperança deve se basear nisso.

E então começa uma parte extremamente importante: sobre os dirigentes da igreja. Os dirigentes são os pastores, presbíteros e quaisquer outros obreiros que tenham uma certa autoridade dentro da igreja. Nessa parte Paulo fala sobre como devem ser essas pessoas, já que a escolha dessas pessoas é importante por que se forem pessoas ruins, a congregação não vai pra frente e mancha o nome de Jesus. Gostei especialmente dessa parte por que consegui ver a quantidade de coisas erradas dentro das igrejas atuais. Como por exemplo, é dito que não podem haver dirigentes que estejam envolvidos com coisas erradas e/ou escândalos, e infelizmente vemos muito disso atualmente.

"O presbítero deve ser um homem que ninguém possa culpar por nada; deve ter somente uma esposa; os seus filhos devem ser cristãos e não ter fama de maus ou desobedientes" _ 1:6

























Paulo também fala sobre evitarmos discussões tolas, algo que realmente concordo, mas também sei que é difícil, por que algo que é tolo pra mim pode ser extremamente importante para outras pessoas. Mas creio que devemos evitar sim brigar com as pessoas, por que isso acaba fazendo mal pra gente mesmo. Então acho que devemos colocar na balança se aquela discussão fervorosa vai nos fazer mal no final, e se o peso do mal que vai nos fazer for maior que o bem, é melhor deixar de lado. A menos que seja algo necessário, como defender os direitos humanos, denunciar crueldades e coisas do tipo.

Também fala sobre pessoas que causam brigas e divisões, e diz que precisamos ajudar essas pessoas uma ou duas vezes, por a vontade de provocar brigas pode estar vindo de algo que ela está sofrendo, mas se a pessoa não ouvir os conselhos, devemos simplesmente sair de perto dela.

"Se uma pessoa causar divisões entre os irmãos na fé, aconselhe essa pessoa uma ou duas vezes; mas depois disso não tenha nada mais a ver com ela" _ 3:10

É uma carta bem curtinha, mas que eu acho muito necessária para todos que estão inseridos no mundo cristão e principalmente para os que estão dentro das congregações dirigindo algo. Se você diz seguir a Bíblia, é importante que coloque em sua congregação obreiros que estejam de acordo com as recomendações bíblicas, até por que assim ninguém terá nada de mal para falar da congregação. Recomendo que todos os cristãos leiam.



quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Resenha: Quase Ministro de Machado de Assis


























Título: Quase Ministro
Autor: Machado de Assis
Editora: Domínio Público
Ano de publicação no Brasil: 1864
Número de páginas: 27
Nota: 4/5



Quase Ministro é uma peça de teatro em que o personagem principal, Luciano Martins, que é deputado, está numa situação de ser quase ministro. Isso por que o ministro anterior acabou de falecer, e todos já sabem que ele é o favorito para ocupar o cargo. E justamente por todos saberem, aos poucos vão aparecendo vários outros personagens para lhe dar os parabéns, antes mesmo de ser nomeado ministro, e sem saber se ele de fato será nomeado.

Aparecem puxa-sacos de todos os tipos, oferecendo jantarem luxuosos e convidando várias pessoas importantes, convidando Martins para ser padrinho de um filho, oferecendo poemas e dizendo que darão total apoio ao novo ministro.

Esse é o enredo da peça, que é até bem simples, mas achei interessante por que mostra um outro lado da política, que, principalmente aqui no Brasil, é lembrada como tempo em que os candidatos vão até as comunidades mais pobres para comprar votos. Existe também o lado de as pessoas, já influentes e com algum poder, irem até o político pedir por favores, utilizando as desculpas mais engenhosas do mundo. E não por amizade ou por realmente apoiar as ideias do político, mas pela simples luta pelo poder.

O povo se esquece as vezes que não são os políticos que devem mandar em nós, e sim o contrário, já que eles literalmente são nossos empregados, já que o salário deles somos nós quem pagamos. Mas devemos exigir direitos e que as coisas no país funcione bem, e não exigir lugares de poder por ser amigo ou ter apoiado a pessoa.

Isso só nos mostra que a política no Brasil já nasceu meio estragada, pois desde aquele tempo a preocupação das pessoas era o poder, e não necessariamente as boas obras que poderiam vir com o poder. No geral, desde aquele tempo até hoje, quem consegue poder através de outras pessoas poderosas, usam isso apenas para benefício próprio.

Enfim, fica aqui a forte recomendação que leiam essa peça! É bem curtinha e está disponível gratuitamente pelo Ministério da Educação, então aproveite isso e leia. Não é uma peça divertida ou dramática, mas nos faz refletir e ver alguns lados ruins dos seres humanos. Como peças de teatros são compostas de diálogos, e normalmente são frases rápidas, é uma leitura ótima para os que querem uma leitura rápida.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Lidos em 2019


♥ = Livros Preferidos





  1. Hebreus (Bíblia)
  2. Iracema de José de Alencar
  3. Divã de Martha Medeiros 
  4. O Cupido e a Psiquê de Paulo Sérgio Vasconcellos (selecionador) 
  5. 10 Passos Simples Para Eliminar Seu Estresse de Diego Mangabeira
  6. A Noite dos Quatro Furacões de Raul Drewnick
  7. O Poder do Agora de Eckhart Tolle
  8. Entre o Amor e a Magia Suzana Chaves
  9. As Crônicas Marcianas de Ray Bradbury 
  10. Sonata em Punk Rock de Babi Dewet 
  11. Colombo de Manoel de Araújo Porto-Alegre
  12. Deuses de Casaca de Machado de Assis
  13. Ao Acaso de Machado de Assis
  14. Cebolinha Volume 35 de Maurício de Souza
  15. O Curioso Canto do Pássaro de Adalclê (conto)
  16. 50 Curiosidades Sobre o Corpo Humano
  17. A Solidão Sente Fome de William Barter
  18. A Cabana de William P. Young 
  19. Doutor Safado I de Diana LoBite (conto)
  20. Amor de Carnaval de Shay Nuran (conto)
  21. Tempo de Imperfeição de Lilian Vaccaro
  22. Anabel de Nana Barcellos (conto)
  23. De Volta à Cabana de Baxter Kruger
  24. Plenitude do Ser de Davidson Renato
  25. Jonathan de Nana Barcellos (conto)
  26. Os Garotos do Apartamento ao Lado de Yasmin M. Amarante (conto)
  27. Inspirações do Claustro de Junqueira Freire
  28. 139 Lugares Para Transar de Editora Seduccion
  29. O Culto do Dever de Joaquim Manuel de Macedo 
  30. Dez Argumentos Para Deletar Agora Suas Redes Sociais de Jaron Lanier
  31. Ninguém de Karen Alvares
  32. A, B, C Erótico de Flavia Kalpurnia
  33. Holocausto Brasileiro de Daniela Arbex 
  34. Veronika Decide Morrer de Paulo Coelho 
  35. Cantos e Fantasias de Fagundes Varela
  36. Críticas Teatrais de Machado de Assis (texto)
  37. Eu Amo Dormir em Minha Própria Cama de Shelley Admont
  38. Eu Amo Comer Frutas e Legumes de Shelley Admont
  39. Lira dos Vinte Anos de Álvares de Azevedo
  40. O Amor Tudo Crê de Crys Carvalho (conto)
  41. Encontre Deus na Cabana de Randal Rauser
  42. Mandalas Mágicas: Magia com Cores e Mandalas de Lady Betwixt
  43. Pensamentos de Gustavo Capanema
  44. A Redoma de Vidro de Sylvia Plath 
  45. Quando o Destino nos Surpreende de Renata Melo
  46. Diário de Uma Paixão de Nicholas Sparks 
  47. Os Trabalhadores do Mar de Victor Hugo
  48. Falcão: Mulheres e o Tráfico de Celso Athayde e MV Bill 
  49. Na Cama com meu Amigo de Mr. Seven
  50. Ester (Bíblia)
  51. Contos Fluminenses de Machados de Assis
  52. Falenas de Machado de Assis
  53. Cartas Para Você de Duda Razzera
  54. Luana de Flaviana Rangel e Ronaldo Santana
  55. Não Pare de Lutar de Adelino de Carvalho
  56. Oliver Twist de Charles Dickens
  57. Outros Jeitos de Usar a Boca de Rupi Kaur
  58. Histórias da Meia-Noite de Machado de Assis
  59. O Conto da Aia de Margaret Atwood 
  60. Tartarugas Até Lá Embaixo de John Green 
  61. Ancestralidades de Karine Bassi (organizadora)
  62. A Cada Passo da Vida de Clara Alves
  63. Ressurreição de Machado de Assis
  64. A Mão e a Luva de Machado de Assis 
  65. Noites de Terça
  66. Americanas de Machado de Assis
  67. Por Que Uns e Não Outros? de Jailson de Souza e Silva
  68. Aquele Com o Festival de Verão de Denise Flaibam
  69. Helena de Machado de Assis  
  70. 4 Perguntas Para Organizar Sua Vida Financeira de Lúcio Santos Carvalho
  71. Instinto de Nacionalidade de Machado de Assis (texto)
  72. Contos Eróticos Volume 2 de Angie Oliveira
  73. O Ratinho Godofredo Onofre e o Cocô Que Queria Visitar os Amigos de Cícero Alaor e Laura Mocelin
  74. O Fotógrafo Safado: O Sonho Erótico de Isabella Leifert
  75. Meu Policial: A Viagem em que me Vinguei do Meu ex de Emily Viana
  76. Cartas Terapêuticas de Gabriele Ribas 
  77. 14 Dias de Terror de Eduardo da Costa Mendes 
  78. Os Estabelecidos e os Outsiders de Norbert Elias e John L. Scotson
  79. Teach me de Scarlet Alasandra
  80. Eu amo falar a verdade de Shelley Admont
  81. 50 Tons de BDSM de Sky Corgan
  82. Bedtime Stories for Kids de Uncle Amon
  83. História de Quinze Dias de Machado de Assis
  84. Como Nasce um Cafajeste de J. F Rozzo
  85. Entrevista Com o Vampiro de Anne Rice 
  86. O Mundo Místico do Tarot de iQuilíbrio
  87. O Manual dos Cristais de Cristais Aquarius
  88. O Iluminado de Stephen King 
  89. A Cor Púrpura de Alice Walker 
  90. História de Tinta Dias de Machado de Assis
  91. Iaiá Garcia de Machado de Assis
  92. Notas Semanais de Machado de Assis
  93. Quincas Borba de Machado de Assis
  94. A Christmas Carol de Charles Dickens 
  95. Skeleton Flower de Kim Jonghyun 
  96. Pra Sempre Natal de Gleice Couto 
  97. Programa Institucional de Extensão - Ações Afirmativas e Relações Étnico-raciais
  98. A Cabana - Reflexões Para Cada Dia do ano de William Paul Young 

Balance de livros lidos em 2018


Esse post é para mostrar a todos a diversidade - ou não - do que eu leio. Separei os livros em categorias e vou mostrar aqui, em gráficos, quais foram os tipos de livros que mais li. Primeiramente gostaria de dizer que em 2018 eu li 12.832 páginas, o que, se formos dividir pelos 365 dias do ano, significa que li em média 35 páginas por dia. Se quiser saber quais foram os títulos lidos em 2018, clique aqui. Não fiz como no balance de leituras de 2017 em que coloquei todos os dados em porcentagem, preferi colocar os números crus aqui, por que achei que assim vocês conseguiriam visualizar melhor.

Aos que estão visualizando o post por celular, recomendo que clique nas imagens para uma melhor visualização, ou que veja o post em modo de computador, algo que consegue configurar, indo até a parte mais baixa da página.

Fiz os gráficos neste site.


A primeira categoria é de livros que estão ou não em desafios. E como podem ver, eu li mais os livros que estavam fora dos desafios do que livros que estavam dentro no geral. Só nos desafios de 2018, que foram feitos especificamente para esse ano, eu coloquei mais de 30 livros e li menos da metade. Li vários do concurso que a Editora Coerência fez no início do ano para publicar um livro de maneira tradicional, ou seja, totalmente gratuita para o autor, e li vários do projeto Machado de Assis.



A segunda categoria é de idiomas. Como podem ver, quase todos os livros que li em 2018 foram em português. Ao longo do ano eu comecei a ler outros livros em inglês, mas não consegui concluí-los ainda em 2018.



































A terceira categoria é sobre o gênero dos autores de cada livro. Lembrando que contei por livro, e não por autor. Ou seja, se eu li 10 livros de um mesmo autor, conta como 10. Li mais homens do que mulheres se for contar por títulos de livros. Os de gênero não especificado são livros de coletâneas com vários autores ou livros de curiosidades, que nem sempre tem um autor específico.





































A quarta categoria ainda é sobre gêneros, porém desta vez contando por autor lido, e não por livros. Aqui a disparidade diminui um pouco, já que muitos dos livros que li, que foram escritos por homens, foram do Machado de Assis, como puderam ver no primeiro gráfico deste post.



































A quinta categoria é sobre nacionalidade. Como podem ver a maioria dos livros que li foram escritos por autores brasileiros, o que me deixa muito feliz. Espero continuar lendo muitos brasileiros e espero também conseguir ler, todos os anos, além de autores brasileiros, autores de mais 10 países pelo menos. Consegui isso em 2018.





































A sexta categoria é sobre o gênero literário de cada livro lido. Como podem ver, li mais livros com a narrativa de romance (ou seja, livros com narrativa em prosa, longa, numa sequência de tempo ampla), mas li vários outros gêneros também, o que me deixa muito feliz. Comecei a ler a Bíblia, fora da ordem cronológica, mas consegui ler vários livros dela e pretendo continuar sempre. Daqui pra frente quero me dedicar a ler mais novelas (como um romance, porém mais curto, narrativa em prosa que tem uma sequência de tempo média ou pequena).




































E a sétima categoria é sobre o subgênero literário, que são os livros de romance romântico ou terror, e por aí vai. O subgênero mais lido foi romance, seguido de fantasia, algo que aconteceu graças ao concurso da Editora Coerência, que contou com inúmeros livros de fantasia. Por ter lido muitos livros da Bíblia, eu acabei lendo muitos livros religiosos. Li vários contos eróticos também, e tive meu primeiro contato com fluxo de consciência. Coloquei como "ficção" livros que são realmente histórias não-reais, mas que eu não consegui encaixar em nenhuma outra categoria.






























Em comparação com o ano anterior eu:

  • Li mais homens do que mulheres, isso por que comecei a ler mais livros clássicos, e infelizmente são poucas as mulheres que são consideradas clássicas. Vou dar o meu melhor em 2019 para tentar deixar menos diferente esse número.
  • Li mais brasileiros, algo que eu considero super positivo e espero conseguir manter por muitos anos.
  • Li mais de todos os subgêneros literários, em partes isso aconteceu por que em 2018 em li mais do que o dobro de 2017.



Espero que tenham gostado do post e que ele lhe inspire a analisar suas leituras também e mudar o que você achar que precisa mudar.