quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Resenha: O Passado, o Presente e o Futuro da Literatura de Machado de Assis



























Título: O Passado, o Presente e o Futuro da Literatura
Autor: Machado de Assis
Ano de publicação: ??
Número de páginas: 5
Nota: 3/5


A primeira crítica literária de Machado de Assis é exatamente isso, uma crítica à literatura nacional. Como o título já diz, ele faz críticas sobre o passado, presente e futuro da literatura brasileira. O texto é curto, tem apenas 5 páginas e está disponível gratuitamente no site das Obras Completas do Machado de Assis.


Vou falar um pouco, bem pouco, sobre as ideias que ele passa no texto, e falar minha opinião sobre elas. Quando ele fala do passado, algo que me chamou a atenção, é que ele diz que apenas os índios faziam poesia - já que os portugueses estavam ocupados com outras coisas, não é mesmo? - e logo após diz que aquilo não era poesia nacional, pois não representava o povo. Eu não sei se essa é realmente a opinião dele, ou se foi ironia, já que a ironia está presente em outras partes do texto, mas essa parte me incomodou MUITO.

Na parte do presente ele fala muito sobre política, já que Machado viveu o período de independência do país. Ele fala bastante disso, de que precisamos alcançar a independência literária, parar de "fazer cópias" de livros franceses e portugueses, pois temos História e temos muito sobre o que escrever aqui no Brasil, com temas que representam o país e sua cultura.

Quando ele fala sobre o futuro da literatura, ele fala muito sobre o teatro, que obviamente está diretamente ligado à literatura, já que boa parte das peças acabam virando livros. Ou até mesmo são lançadas primeiro como livros. E também fala que precisamos evoluir muito, pois o que temos aqui nem pode ser chamado de teatro, os atores não são bem preparados e nem se compara ao teatro francês, o que eu achei contraditório, já que ele diz que precisamos declarar independência da literatura francesa e começar a produzir a nossa própria.

"A literatura escravizava-se, em vez de criar um estilo seu."

Enfim, eu achei esse texto algo bem estranho. Com críticas válidas, como o fato de precisarmos produzir coisas que sejam a cara do Brasil. Não precisa conter fatos históricos, nem políticos, como ele diz no texto, mas precisamos de histórias que assim que lemos a primeira página nós sabemos que se passa aqui.

Uma das coisas que mais me dá raiva em livros nacionais é ver um monte de nomes norte-americanos, principalmente quando a história se passa no Brasil. Vamos ser sinceros, temos muitos nomes brasileiros que são lindos, e alguns nomes que sim são de origem estrangeira, vários deles são de origem hebraica e francesa, mas temos que concordar que ler "Vítor" em um livro parece mais brasileiro do que ler "Bryan", entendem?

Sei que assim como vários autores gostam de escrever sobre outros países, os brasileiros também têm esse direito, mas fico incomodada com a quantidade de autores que simplesmente não abrem os olhos para a riqueza brasileira, para a riqueza cultural do pais, que permite que várias histórias sejam formadas a partir das nossas festas regiões e das que são celebradas no país inteiro, da nossa mitologia tão rica que é o folclore brasileiro, e principalmente da riqueza de lugares lindos que temos aqui. Nada contra São Paulo e Rio de Janeiro, mas o Brasil é mais do que isso. Eu quero ver todos os povos, dentro do Brasil, sendo representados em livros, e quando isso acontece, o livro acaba não tenho muito alcance. Espero que isso mude, e que possamos abrir os olhos e olhar mais para a riqueza e variedade de coisas que temos aqui, e que não precisemos olhar tanto para fora para conseguir inspiração para escrever.


Um comentário:

  1. Me resumiu nesse texto, é como se o Brasil fosse o nosso corpo, primeiro vc olha p ele e o cuida e, dps vc olha o do seu proximo.

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