sábado, 4 de novembro de 2017

Resenha: A Elite de Kiera Cass




Título: A Elite
Título original: The Elite
Autor: Kiera Cass
Editora: Editora Seguinte
Ano de publicação: 2012
Ano de publicação no Brasil: 2013
Número de páginas: 360
Preço: R$ 15,90 até R$ 37,90
Paguei: R$00,00
Nota: 5/5


Essa resenha é sobre o segundo livro de uma trilogia, caso esteja procurando a resenha do primeiro livro, A Seleção, clique aqui.


A Seleção, que tem como objetivo encontrar a nova princesa de Illea, começou com 35 garotas. Várias foram embora nos primeiros dias, algumas desistiram depois dos ataques rebeldes, e outras foram mandadas para casa. Agora restam apenas seis meninas, todas elas têm um motivo político para estar ali. Temos a menina que é adorada pelo público, a que é influente em sua casta, a que tem parentes da Nova Ásia etc, e temos America, que ela ali apenas por que Maxon a quer ali. Ela não tem nenhum contato importante, e nem é querida pelo público, mas Maxon precisa dela ali.


America sabe que sente algo por Maxon, mas também sabe que sente algo sobre Aspen, e ela ama a companhia dos dois, então como ela poderia escolher apenas um? Maxon percebe que ela está com dúvidas, mas ele pensa que ela está com dúvidas por causa das outras meninas, acha que ela se sente diminuída pelas outras, e resolve fazer pequenas coisas, que significam bastante, para os dois, e para o país em geral.


Maxon leva America à uma biblioteca "secreta", que poucas pessoas sabem que existe, e acaba deixando America dar uma lida rápida em alguns livros, e lendo um livro específico, America vê uma menção ao Halloween, lê o que o livro diz sobre o dia festivo, e diz à Maxon que seria incrível se o Halloween ainda fosse comemorado, pois uma festa com várias pessoas fantasiadas com toda certeza seria incrível. E como Maxon quer fazer com que America tenha a certeza de que ele gosta dela, ele faz com que o Halloween volte.


Todos ficam muito animados com a volta da festa, mas o motivo da volta da festividade não é explicado à ninguém, então apenas Maxon, America e a realeza sabem o motivo real, apesar de a realeza não saber que America tem envolvimento nisso. A festa não foi somente para celebrar um "feriado" que há muito tempo não era comemorado, mas também por que Maxon precisava eliminar alguém, e queria que a festa fosse a última lembrança da menina que fosse embora, apesar de America ter achado cruel uma eliminação depois da festa, depois de um momento ótimo em que elas estavam se divertindo.


Além da eliminação de uma das garotas, algo terrível acontece depois da festa do Halloween, algo que apesar de ser repulsivo e burro, é televisionado, para que toda a população de Illea entenda que mexer com o rei não é algo que fica sem punições, mas que a desobediência não seja direta, ou seja, descumprir ordens, seja lá quem ordenou, é crime. Um livro cheio de romance, de dúvidas, de festas, mas principalmente um livro recheado de questões políticas, um livro que nos faz ver o que realmente é o poder e o que o poder pode fazer. Um livro onde podemos notar claramente toda a injustiça de uma sociedade dividida em castas.



Como toda continuação de algo, A Elite começa nos lembrando dos últimos acontecimentos de A Seleção. Eu tenho um problema bem sério com continuações que dedicam muitas páginas à relembrar o leitor onde o livro anterior terminou, o que não aconteceu aqui. Em duas, três páginas, America faz o resumo que precisava fazer para que o leitor se lembre de tudo o que aconteceu, e já começamos a acompanhar o dia-a-dia dela no palácio novamente.


America gosta de Maxon quando está com ele, mas ela também gosta de Aspen quando ele está por perto. Como eu prefiro o Aspen, eu queria muito que ela ficasse com ele, mas depois de alguns acontecimentos eu fui percebendo o quão errado isso poderia dar. Ela era uma Selecionada, a preferida do príncipe, se ela fosse pega com Aspen algum dia, com certeza algo ruim iria acontecer com eles.


Meri sempre pede tempo, à Maxon e à Aspen, e isso foi algo que no início não me incomodou, mas com o desenrolar do livro, ver que ela continuava com dúvidas tão bestas, começou a me incomodar. Imagina que há um jardim pegando fogo, e que America só se preocupa em salvar uma única rosa, só se foca nela, é isso que acontece. O reino está cheio de coisas podres, ataques rebeldes, as outras Selecionadas fazendo de tudo para serem notadas e até mesmo fazendo coisas que vão contra as regras para ficarem por cima, e America a todo momento fala sobre a dúvida que ela tem entre um e outro.


Mas algo que me agradou muito foi ver que quando se trata de política, mesmo não sendo expert no assunto, mesmo não tendo realmente estudado para trabalhar naquela área, e na maioria das vezes seguindo seu coração, foram as atitudes da America diante das injustiças, diante das coisas que ela foi descobrindo sobre Gregory Illea, o homem que "fundou" o país. Sobre como Gregory conseguiu chegar ao poder, como o poder foi passado para a família Schreave e como Clarkson Schreave, o rei e pai de Maxon administra o país. Ela escolheu fazer o que achava certo, e mesmo tendo algumas dúvidas, ela sempre tentou fazer o melhor pelo país, não apenas por si mesma.


Os ataques rebeldes foram bem fortes, e como o momento já era de tensão, pelo menos para a America, cada ataque era mais tenso. O leitor consegue sentir a tensão de ficar no abrigo sem saber o que está acontecendo lá fora, sobre não saber quando vai poder sair do abrigo, e principalmente sobre o que vai fazer enquanto está no abrigo. Algumas conseguem dormir ou conversar, mas todas estão nervosas, algumas chegam a passar mal. As pessoas que já estão no palácio há mais tempo estão mais calmas, mas é possível ver a tensão delas quando os ataques começam.


O livro trás alguns alívios, capítulos em que a questão política do país, e nem o romance de America com Aspen ou Maxon é a questão principal, e isso é ótimo, pois não deixa o leitor tenso, e faz com que a gente consiga relaxar. Como é um livro sobre ser uma princesa, é claro que há páginas dedicadas ao dia-a-dia das meninas no Salão das Mulheres, aos vestidos que as criadas estão fazendo, e sinceramente eu não consigo entender como apenas três mulheres conseguem fazer tantos vestidos por semana. Há páginas dedicadas às intrigas entre as Selecionadas, e essas partes são minhas preferidas. E também há páginas dedicadas à amizade entre as Selecionadas, que não é algo fácil, mas à medida em que o tempo vai passando, elas aprender a se verem como amigas, não somente como rivais.


O que mais me cativou nesse livro foi mesmo a questão política, mas adorei as quebras, e apesar de ter achado a Meri muito confusa, gostei dos momentos que ela teve com o Maxon, e principalmente dos momentos que ela teve com o Aspen. Foram momentos doces, e apesar de nem todos esses momentos terem sido bons do início ao fim, foram momentos que fizeram com que coisas importantes acontecessem depois. Também gostei muito de conhecer mais as outras meninas da Elite, e saber realmente o motivo de cada uma delas ainda estar ali.


Agora vamos falar sobre a parte física do livro. A capa é linda, com uma menina ruiva, num vestido vermelho, e vários espelhos atrás. Uma coisa que eu só reparei nessa capa, mas que está presente em todas elas, é que os espelhos estão molhados, dá um efeito super legal, por que o reflexo não fica nítido. Eu amei a cor do vestido, apesar de preferir o vestido azul, acho que combinou muito com o livro, que é bem tenso. Um detalhe que gosto bastante nas capas é a coroa que fica acima do título do livro, acho fofo.


A diagramação do livro é incrível. Letra de um tamanho legal, espaçamento duplo e páginas amarelas, então ler esse livro durante a noite não vai ser um problema. A coroa que aparece na capa aparece em todos os início de capítulos, o que eu também acho incrível. Gosto de livros que tem um desenho marcante, um desenho que você olha e sabe que é de tal livro, e nessa trilogia, a marca é a coroa.


Livro super recomendado se tu gostou do primeiro livro. A Seleção é uma trilogia que vale mesmo a pena ser lida inteira, e se você realmente gostar da história, Kiera Cass escreveu outros livros, que não fazem parte da trilogia, mas que iniciam uma série nova, e alguns extras sobre A Seleção, que eu não li, mas já dei uma olhada, e se você quer conhecer melhor os outros personagens, são livros que tu tem que ler! Não sei se já disse isso na resenha anterior, mas a trilogia é narrada em primeira pessoa, então sempre ficamos sabendo apenas sobre as opiniões da America, e com o livro Felizes Para Sempre é possível conhecer melhor alguns outros personagens.




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