quinta-feira, 25 de abril de 2019

Resenha: Anabel de Nana Barcellos




























Título: Anabel
Autor: Nana Barcellos
Editora: Publicação Independente / Amazon BR
Ano de publicação no Brasil: 2018
Número de páginas: 28 páginas
Onde encontrar: Amazon / Skoob
Nota: 4 / 5


Anabel é uma releitura moderna de A Pequena Sereia. Anabel é um conto epistolar, o que significa que ele é contato em forma de cartas. Anabel recebe uma carta de sua mãe, contando tudo o que aconteceu com sua tia Ariel. Ariel tinha mais outras duas irmãs, vivia com elas e seu pai, cuidando do restaurante da família, que era um dos melhores restaurantes da cidade. A família, apesar de não estar na miséria, não tinha muito dinheiro, e tirava todo o sustento do restaurante.

Do outro lado da cidade, bem perto do mar, haviam mansões enormes e luxuosas, e como as três irmãs não tinham aquilo, gostavam de ir até essas casas e ficar observando. Às vezes até acontecia de entrarem no quintal e fingirem que moravam ali. E sempre faziam isso na companhia do melhor amigo delas, que era basicamente a única pessoa com quem elas tinham contato, já que o pai era um homem super protetor, e não queria que suas filhas tivessem muito contato com outras pessoas.

O acontecimento principal da narrativa acontece depois que elas conhecem um jovem rico que mora em uma das casas mais belas (e grandes) da região, e eles as convida para uma festa que irá acontecer em sua casa. Ariel fica super animada, pois já na primeira vez que vê o rapaz, se encanta por ele, e convence suas irmãs à ir com ela à tal festa. A partir daí suas vidas mudam.






























Eu gostei muito do conto, principalmente da forma como ele foi construído. Eu não esperava que a autora escolhesse narrar a história como se estivesse escrevendo uma carta. Algo que achei super interessante é que mesmo sendo uma carta, os personagens têm falas e pensamentos, e em vários momentos a mãe de Anabel dá sua opinião sobre os acontecimentos do passado, o que torna a narrativa super dinâmica. Confesso que uma narrativa assim corre o risco de ficar confusa, mas isso não acontece em Anabel.

A releitura possui alguns elementos da história da Disney, como um pai autoritário e super protetor, irmãs e uma jovem que quer ser livre para fazer o que quiser, mas também é bem diferente, por que está inserido num contexto mais atual, e tudo se passa no mundo "dos humanos". A tática que a autora utilizou para criar "dois mundos" na história, foi colocar a família de Ariel no "mundo dos pobres" e colocar outras pessoas no "mundo dos ricos", criando assim uma dualidade que mais pra frente vai ser motivo de intrigas e discussões.

Gostei muito por que foi uma história bem diferente, uma releitura feita de uma forma como eu não esperava. Apesar de não ter nada muito surpreendente ao longo da narrativa, é tudo muito bem narrado, e ao final nós entendemos o motivo de a mãe de Anabel estar escrevendo a carta falando sobre a irmã. Recomendo muitos aos que gostem de histórias curtas e bem escritas, aos que gostam de drama e aos que possuem interesse em ler releituras de histórias já produzidas pela Disney. E claro, à todos que se sentiram instigados por esta resenha.


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