Título: Os Objetos
Autor: Lygia Fagundes Telles
Onde encontrar: Antes do Baile Verde / Saraiva / Amazon
Ano de publicação no Brasil: 1970
Número de páginas: 7
Nota: 4/5
O conto tem uma narrativa diferente, confusa, mas muito rica. Um homem está falando com sua esposa, mas todas as falas são coisas bem aleatórias e muitas vezes desconexas, chegando a ser comentários sobre coisas que nem mesmo fazem parte da nossa realidade.
"- Cuidado, querido, você vai quebrar os dentes!
Ele rolou o globo até a face e sorriu.
- Aí eu compraria uma ponte de dentes verdes como o mar com seus peixinhos ou azuis como o céu com suas estrelas, não tinha uma história assim? Que é que era verde como o mar com seus peixinhos?
- O vestido que a princesa mandou fazer para a festa."
Em boa parte do conto o homem vai falando sobre o fato de os objetos serem vazios de sentidos, eles apenas possuem algum sentido quando tocamos nelas e atribuíamos à eles algum significado. Um terço sem significado religioso é apenas um colar, mas a partir do momento em que atribuímos à ele um significado de benção, ele se torna um terço, um símbolo religioso com sentido.
Essa é uma ótima reflexão, pois muitas vezes damos valor demais a objetos que na realidade são vazios de sentido, apenas por apego ou por achar esteticamente bonito, quando na verdade não nos servem para nada, não nos liga a nada, não nos trás nada de bom.
Recomendo à todos que gostam da escrita da Lygia. Esse foi, em ordem cronológica, o último conto escrito por ela para esse livro, e é o conto que abre o Antes do Baile Verde. Recomendo fortemente o livro inteiro, todos os contos são bons, alguns mais que outros, e esse especificamente é um dos meus preferidos por causa da reflexão que nos leva a fazer, e por causa da forma estranha que a narrativa tem. Recomendo também aos que se sentiram instigados com esta resenha.
"- Cuidado, querido, você vai quebrar os dentes!
Ele rolou o globo até a face e sorriu.
- Aí eu compraria uma ponte de dentes verdes como o mar com seus peixinhos ou azuis como o céu com suas estrelas, não tinha uma história assim? Que é que era verde como o mar com seus peixinhos?
- O vestido que a princesa mandou fazer para a festa."
Em boa parte do conto o homem vai falando sobre o fato de os objetos serem vazios de sentidos, eles apenas possuem algum sentido quando tocamos nelas e atribuíamos à eles algum significado. Um terço sem significado religioso é apenas um colar, mas a partir do momento em que atribuímos à ele um significado de benção, ele se torna um terço, um símbolo religioso com sentido.
Essa é uma ótima reflexão, pois muitas vezes damos valor demais a objetos que na realidade são vazios de sentido, apenas por apego ou por achar esteticamente bonito, quando na verdade não nos servem para nada, não nos liga a nada, não nos trás nada de bom.
Recomendo à todos que gostam da escrita da Lygia. Esse foi, em ordem cronológica, o último conto escrito por ela para esse livro, e é o conto que abre o Antes do Baile Verde. Recomendo fortemente o livro inteiro, todos os contos são bons, alguns mais que outros, e esse especificamente é um dos meus preferidos por causa da reflexão que nos leva a fazer, e por causa da forma estranha que a narrativa tem. Recomendo também aos que se sentiram instigados com esta resenha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário