Título: Meu Pai Não Mora Mais Aqui
Autor: Caio Riter
Editora: Editora Biruta
Ano de publicação no Brasil: 2008
Número de páginas: 200
Preço: R$ 52,00
Onde encontrar: Saraiva
Nota: 5/5
Uma professora de língua portuguesa pede aos alunos que escrevam diários. Nos diários os alunos poderão contar sobre tudo que se sentirem à vontade, e a única exigência é que tentem escrever sempre, para que não fique um longo espaço em branco ou uma grande lacuna no tempo. O diário deverá ser entregue à professora no final do ano, como sendo o trabalho final. São alunos do nono ano, oitava série, ou seja, do último ano do ensino fundamental. Adolescentes que estão se descobrindo e que também acham que tudo no mundo se resume aos seus sentimentos, ou seja, os diários acabam tendo aquelas coisas mais clichês sobre descobertas.
Acompanhamos os diários de dois alunos: Letícia e Tadeu. O diário de Letícia se chama Diário, e o diário de Tadeu se chama Chuck. Os pais de Letícia se separaram a pouco tempo e ela ainda não aceita bem a separação, muito menos a nova namorada do pai. Boa parte do diário de Letícia é dedicado à esse tema. Ela fala sobre como era a família antes e como está agora, sobre como os pais se tratam e principalmente como a mãe dela tem reagido à tudo isso. Letícia usa o Diário como forma de externar tudo que sente e assim conseguir entender tudo que está acontecendo, e ao longo da escrita do diário ela vai amadurecer bastante.
Tadeu usa o diário também para falar de seus dia-a-dia, mas principalmente para falar das meninas do colégio. Não de forma maldosa. Ele está na época em que quer namorar, achar o amor da vida dele, e ele vai atrás disso, e nem sempre o nosso amor é a primeira pessoa que encontramos, então ele vai ter aí várias tentativas. Tadeu também fala sobre seus amigos da turma, dos encontros com ele e às vezes fala sobre o relacionamento dos pais. Sua mãe é dona de casa, mas seu pai trabalha viajando, o que faz com que ele o veja por uns 5 dias durante o mês inteiro, ou seja, eles perderam a proximidade e a intimidade.
Esses dois adolescentes vão falar sobre como é crescer com pais que não estão com eles em todo momento, cada um por um motivo diferente, mas todos os motivos são super válidos, e são todos bem reais. Como são diários, o livro é narrado inteiro em primeira pessoa, o que dá um tom íntimo e faz parecer que realmente estamos lendo diários de dois adolescentes.
Eu amei esse livro. Foi bem mais do que eu esperava, e espero de verdade que as pessoas passem à lê-lo. É o segundo livro do Caio Riter que eu leio, e espero poder ler outros, por que até agora, gostei bastante da obra dele. O enredo é relativamente simples, não acontecem grandes coisas, afinal, é sobre a vida de dois adolescentes, seus amigos e suas famílias. Várias das coisas que são narradas no livro acontecem com a maioria dos adolescentes, então creio que o público infanto-juvenil vai adorar ler o livro, mas também sei que muitos jovens-adultos também vão gostar.
O livro aborda muitas questões importantes e creio que é uma boa forma de abrir caminho para certos assuntos com as crianças e pré-adolescentes, como namoro, amizades, vícios e dramas familiares. É bom passar desde cedo uma visão mais realista do amor, e ensinar que o fim de um relacionamento não é o fim da vida a menos que a gente queira e se deixe levar pela tristeza causada pelo término. O melhor mesmo é sair de casa, tentar se divertir. Nós devemos fazer com que seja eterno enquanto dure, mas não podemos prender o outro em algo simplesmente por que queremos que seja para sempre.
Eu amei o fato de ser construído em forma de diário, por que assim eu conseguia sentir realmente tudo que os personagens estavam sentindo, fica bem mais íntimo e eu prefiro livros assim, que convidam o leitor a sentir o mesmo que os personagens. Além de ficarmos sabendo de tudo, o que também é um ponto super positivo. Não posso falar muito sobre os meus pontos preferidos, por que vai ser spoiler, mas creio que as informações já dadas conseguem fazer com que vocês sintam um pouco do que é o conteúdo do livro.
Gostaria de dizer que eu me apaixonei pelas vozes dos personagens. Cada personagem é bem diferente um do outro, e isso, num mesmo livro, principalmente sendo narrado em primeira pessoa, é algo incrível de se conseguir. A Letícia é mais fofinha, mas também sabe brigar e fica nervosa com facilidade. Tadeu é mais de boa, mais na dele, quer apenas descobrir seu amor e ficar bem com seus amigos.
Agora falando do livro enquanto objeto. É simplesmente incrível. A capa é feita naquele papel bem grosso, até mais grosso que papel cartão, o que é ótimo. As páginas do diário da Letícia são em branco, e as páginas do diário do Tadeu são em marrom, o que dá um toque super especial ao livro, e faz com que o leitor nunca se confunda. Entre alguns capítulos existem algumas imagens bem artísticas, como tesouras, riscos aleatórios e riscos ordenados. Eu achei isso muito lindo, e deixou o livro com cara de livro de arte, deixou o livro com cara de arte propriamente dita.
Recomendo o livro à todos que gostem de livros infanto-juvenil, à todos que gostam de dramas familiares e amores adolescentes, e à todos que gostem desse período de descobertas, onde muitas vezes pensamos que estamos sempre certos, e no final descobrimos que não era bem assim. É um livro ótimo, incrível, e super recomendo a leitura. Se a resenha te interessou, tenho certeza de que o livro vai te encantar.
É um livro muito bom de se ler. Ele incentiva vários adolescentes a se abrirem mais. Eu, que sou um adolescente, adorei o livro. A história conta a vida de dois adolescentes, Tadeu e Letícia, que escrevem um diário sobre como passam pela adolescência. Recomendo a leitura até para pessoas que sejam já maiores de idade.
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