domingo, 11 de fevereiro de 2018

Resenha: O Confronto dos Imortais de Jefferson Andrade





























Título: O Confronto dos Imortais
Autor: Jefferson Soares
Editora: Editora Coerência
Ano de publicação: 2017
Número de páginas: 362
Preço: R$ 40,00
Nota: 4/5



Vamos primeiro à alguns avisos: Esse livro foi cortesia da Editora Coerência, e esse fato não muda em nada minhas opiniões. Esse livro é o segundo de uma série. O primeiro livro foi publicado, segundo a editora chefe da Editora Coerência, APENAS no Wattpad, e como não sou usuária dessa rede, não li o primeiro e inclusive a editora chefe me disse que não era necessário. Creio que não ter lido o primeiro livro não afetou minha leitura, pois a todo momento o narrador nos lembra e nos explica os fatos acontecidos anteriormente. Agora, vamos à resenha. Edit: O livro está disponível na Amazon, e não no Wattpad, a Editora Coerência me passou informação ERRADA!

Primeiro gostaria de explicar a mitologia utilizada no livro, para que a compreensão da resenha seja mais fácil. O livro fala da Mitologia Nórdica, ou seja, os deuses principais são Odin, Thor e Loki. No livro, o mundo que conhecemos, com seres humanos, é chamado de Midgard, que seria a nossa terra. O mundo em que os outros seres, dos quais já vou falar, se chama Asgard. Nesse mundo vivem elfos da luz e elfos negros, anões, goblins e trolls. Os dois grandes povos desse mundo são anões e elfos, tanto que eles têm líderes, que seria algo como o Rei do povo.

Existem 12 reinos élficos, portanto, 12 reis, mas um desses reis é o que realmente manda em tudo, pois ele tem mais autoridade que os outros reis, apesar de não interferir nas decisões que eles tomam. Vemos aqui uma organização parecida com o Presidente, que "manda" no país, e os Prefeitos, que "mandam" nas cidades, mas obedecem ordens do Presidente. Ou seja, a organização desse mundo, é bem parecida com o nosso.

Gregory, em Midgard, era um soldado dos Estados Unidos. De alguma forma ele foi parar em Asgard, e lá conheceu elfos e anões que se tornaram seus melhores amigos. Gregory descobriu ter o sangue dos três grandes deuses, e agora vem a parte em que a mitologia vem forte. Ragnarok é o termo usado para falar sobre uma guerra, entre os deuses nórdicos, que resultaria na morte de todos eles. No livro, já prevendo isso, os deuses "distribuíram" seu sangue entre os povos, para que de alguma forma eles pudesse continuar vivos em cada uma das pessoas. O sangue dos deuses faz com que os receptores e seus descendentes se tornem imortais, no sentindo de que eles não morreram de velhice, apenas podem morrer em batalhas ou em decorrência de ferimentos graves.

Agora vamos ao enredo do livro. Logo no início sabemos que um ser muito poderoso, que por algum motivo está separado de seu corpo, ou seja, esse ser apenas controla sua alma e precisa de ajuda para recuperar seu corpo. Entre os elfos negros, existe um comandante, chamado Gorvak. Acho que pelo fato de ele ser um elfo negro já dá para ter uma ideia de que ele não é o melhor elfo. Gorvak quer poder, quer ser o melhor em tudo, quer comandar Asgard inteira, e para isso ele precisa derrotar os reis dos Doze Reinos élficos. Esse ser sabe disso, e oferece ajuda, dizendo que isso será bom para os dois. Gorvak aceita. Não sabemos quem é esse ser, apenas que ele não tem força suficiente para "aparecer" por muito tempo, e que sei objetivo é fazer com que uma nova Grande Guerra aconteça. Ele precisa de sangue sendo derramado.

Gorvak reúne um exército enorme, os elfos ficam sabendo e o rei, Gefion, manda Gregory, Irghimund, que também é humano, porém é de Asgard, Gerdall, um anão, e Aldhine, elfo, filho do rei Gefion. Nossos partem em uma missão para encontrar o Ancião dos anões, que é basicamente, o anão que receber o sangue diretamente dos deuses. Gefion é o Ancião dos elfos, além de ser o rei principal. Eles precisam encontrar o ancião dos anões, pois segundo Gefion, a ajuda do exército dos anões é o que vai definir o destino dos elfos.


























Agora vamos às minhas opiniões. Fazia bastante tempo que eu não lia uma fantasia assim. Esse ano eu já li sim uma história com elfos, inclusive foi uma leitura incrível, mas O Confronto dos Imortais tem elementos que me fizeram amar a história. Primeiramente já gostei muito de o a série falar sobre mitologia nórdica, pois é algo que eu não vejo todo dia. Sou bem mais familiarizada com a mitologia grega, principalmente por ter passado boa parte da infância e adolescência jogando God of War, e essa foi a primeira vez que tive contato com algo da mitologia nórdica. E não, não vejo os filmes do Thor, pois nos filmes ele é bem mais um super-herói do que um deus de fato, e não curto super-heróis. Inclusive gostaria de dizer que esse ano vai ser lançado mais um jogo da franquia God of War, agora com deuses da mitologia nórdica!

Voltando ao livro. É uma fantasia mais pesada, com guerras, muitas e muitas batalhas, pessoas quase morrendo a todo momento, pessoas realmente mortas participando da história de formas macabras. Quando digo "pessoas", considerem que estou falando de todos os seres que são personagens do livro, é que ainda é estranho para mim o fato de somente dois humanos aparecerem sempre no livro.

A história do livro me sugou, eu consegui visualizar todos os cenários, o que também se deve ao fato de o autor descrever muito bem as cenas, consegui me sentir parte da história, apenas como se estivesse observando, mas consegui sentir que eu estava no meio de todo aquele caos. O livro nos faz sentir os sentimentos juntos com os personagens, seja raiva ou alegria, o que é ótimo, pois o envolvimento com a história faz com que o leitor curta ao máximo a experiência de leitura, e consequentemente goste mais do livro.

Algo que gostei muito no livro, e gostaria de deixar escrito aqui, é que vamos descobrindo aquele mundo junto com Gregory. Ele chega em Asgard sem saber o que é aquele mundo, sem saber quem ele é de verdade, tentando descobrir quem são seus verdadeiros pais, pois ele sabe que foi adotado. Chega sem saber o que a magia daqueles povos é capaz de fazer, sem saber como eles lutam e sem saber nada sobre os costumes deles. Sempre que ele vê algo novo, ele pergunta, então conseguimos ficar sabendo de tudo junto com ele, uma descoberta conjunta. Isso é ótimo, por que faz com que nós consigamos realmente nos sentir parte da história, faz com que o sentimento de que nós estamos sendo respondidos pelos personagens seja mais real.

Claro que livros onde todos os personagens já estão familiarizados com o ambiente e que apenas nós, leitores, vamos descobrindo, são ótimos. Acho que cada livro funciona bem para cada tipo de leitor. Eu, particularmente, consigo me sentir mais parte da história quando eu vou descobrindo junto com os personagens, me dá a sensação de não ser a única boiando na história. O outro livro de fantasia que li esse ano traz todos os personagens já familiarizados, então as descobertas acabam sendo apenas nossas, e apesar de ter achado o livro ótimo, 5 estrelas, não tive o mesmo sentimento de estar fazendo parte daquilo tudo.

Eu acho legal livros de fantasia que mesmo trazendo um universo totalmente diferente do nosso, conseguem nos fazer sentir parte daquilo. É realmente um mundo inteiro, novo, para explorarmos, e fica mais fácil quando temos a ajuda de outra pessoa que também está explorando conosco. Aqui, exploramos junto com Gregory.

Sobre o livro enquanto objeto. Não posso falar muito pois o li em ebook, mas creio que a versão física não seja tão diferente. Vou começar falando pela capa, que eu achei linda. Me lembrou um pouco Assassin's Creed, como se algo misterioso e poderoso estivesse por vir, e é realmente o que acontece. A diagramação está ótima, as letras não são grandes, nem pequenas e o espaçamento está bom. Em cada início de capítulo há uma efeitinho meio cinzento na página, como se fosse fumaça, e a primeira palavra tem a primeira letra bem grande. E a cada novo ciclo do livro há uma página preta com um guerreiro desenhado em branco. Ou seja, capricharam no visual.

Porém, contudo, entretanto, a revisão do livro está bem ruim. O que me deixou bem triste, por que o livro é ótimo e merece sim uma edição bonita aos olhos, mas merece mais ainda uma edição revisada corretamente. Se não tivessem colocado o nome da revisora na ficha catalográfica do livro, eu juraria que não teve revisão nenhuma. Espero que a editora veja isso e que faça uma nova tiragem, um livrão desses merece uma revisão sem erros.

Como é uma série, algumas coisas ainda serão resolvidas em livros posteriores, e eu espero ter a chance de lê-los. Recomendo muitíssimo à todos os fãs de fantasia, aos que amam mitologias, principalmente a nórdica, aos que gostam de se sentir sugados pelo livro de forma a conseguirem sentir o que os personagens sentem. Também recomendo aos que gostam de livros onde o personagem vai aos poucos descobrindo quem ele é. E claro, à todos que querem uma boa leitura, leitura de fôlego, que vai te prender e te entreter durante toda a leitura.



2 comentários:

  1. Oi Isabela, adorei sua resenha.
    Parabéns!
    Só uma pequena observação, o primeiro volume da série está sim disponível no site da Amazon em ebook, e ha uma versão fisica da primeira edição, que pode ser adquirida diretamente com o escritor Jefferson Andrade em seu email andrade.jeff@gmail.com, ou ainda em seu instagram ou página do Facebook.

    Beijos, sucessos com o blog.

    www.detudopouco.com.br

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    1. Sim, o Jefferson mesmo me disse isso, mas como eu disse na resenha, foi a Lilian, Editora Chefe quem me deu essa informação, então eu vou mantê-la no texto, como um lembrete para a própria Editora de que é melhor passar as informações corretas para os parceiros.

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