quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Resenha: Falenas de Machado de Assis



























Título: Falenas
Autor: Machado de Assis
Editora: Domínio Público
Ano de publicação no Brasil: 1870
Número de páginas: 69
Onde encontrar: Machado de Assis (MEC)
Nota: 3 / 5

Falenas é uma coletânea de poemas de Machado de Assis, e a característica que une todos os vinte e oito poemas reunidos neste livro, é que eles são mais realistas, apesar de ainda fazer parte da época romântica.

"Eu conheço a mais bela flor;
És tu, rosa da mocidade,
Nascida, aberta para o amor." Página 2, Flor da mocidade, fragmento.

Os poemas possuem temas diversos, mas todos de alguma forma falam de amor, principalmente do amor entre duas pessoas romanticamente falando. Também tem um canto, com personagens e falas, bem grande. Quem acompanha o blog há mais tempo sabe que eu não curto muito cantos, e o único livro de cantos que realmente gostei foi Divina Comédia, e mesmo assim eu levei dois anos e meio para concluir a leitura.

O livro tem alguns poemas curtos, com menos de uma página, mas também tem alguns enormes, com cerca de dez páginas, e sendo bem sincera, eu tenho muita preguiça de poemas muito longos. Não vou dizer que todo poema longo é ruim, até eu mesma já escrevi poemas longos, mas creio que um bom poeta não precisa gastar dez páginas pra se expressar. E claro, a poesia atualmente mudou muito, e poemas curtos fazem muito mais sentido e muito mais sucesso, e como eu prefiro as poesias atuais, foi bem difícil gostar das poesias de Falenas.

"Musa dos olhos verdes, musa alada,
Ó divina esperança,
Consolo do ancião no extremo alento,
E sonho da criança" Página 8, Musa dos olhos verdes, fragmento.

Quem acompanha as resenhas do Projeto Machado de Assis aqui no blog sabe que não curto muito o Machado de Assis como poeta, e não apenas ele como poeta, mas as poesias que ele gostava no geral. Para os que não acompanham o projeto, vou explicar. No projeto eu leio tanto os livros escritos pelo Machado de Assis, quanto boa parte dos livros que ele fazia crítica nos jornais. E querendo ou não, quando a gente consome muito algum tipo de literatura, isso influencia a gente, e nossa escrita tenda a ir pelo mesmo caminho dos livros que gostamos. E com o Machado não foi diferente. Muitos dos livros de poesia que eu li para o projeto até agora tem coisas parecidas com os livros que o Machado escreveu.

"Abraçando-se à trêmula folhagem
Que se espelha na onda voluptuosa.
Ali a desditosa,
A triste Ofélia foi sentar-se um dia
Enchiam-lhe o regaço umas capelas" Página 67, A morte de Ofélia, fragmento.

Eu percebi que a linguagem da poesia, que é arcaica já que o livro tem séculos de idade, não me atrai nem um pouco, e que isso me faz ter uma certa preguiça pra ler. Tanto que quem acompanha o leitura todo dia sabe que eu demoro muito pra ler livros de poesia do projeto, sendo que normalmente eu leio livros de poesia bem rápido.

Não estou dizendo que o livro é ruim, e sim que eu não me identifico com o tipo de escrita, o que me faz não ter ânimo pra ler, e me leva a ler tudo com uma grande preguiça que não me permite realmente gostar dos poemas. Recomendo para quem gosta desse tipo de poesia, principalmente por que o livro fala muito de amor, e é sempre bom ler sobre amor. Quem gostou dos fragmentos que coloquei aqui provavelmente vai gostar de ler o livro inteiro, então recomendo.



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