quinta-feira, 30 de maio de 2019

Resenha: Veronika Decide Morrer de Paulo Coelho



Título: Veronika Decide Morrer
Autor: Paulo Coelho
Editora: Editora Planeta
Ano de publicação no Brasil: 2006
Número de páginas: 224
Onde encontrar: Skoob / Amazon
Nota: 5 / 5

O livro começa com Veronika dizendo que decidiu se suicidar. Ela fala sobre as várias formas possíveis de suicídio e por que ela descarta uma por uma, até chegar na única forma que ela acha conveniente: se entupir de soníferos. Depois de tomar os remédios, Veronika começa a ler uma revista para passar o tempo, e se depara com uma matéria feita sobre o seu país, Yugoslávia, porém parece que quem escreveu simplesmente não sabe que o país existe ou qualquer informação útil sobre o país.

"Numa fração de segundo - entendeu o que havia acontecido. Tentara o suicídio, e alguém chegara a tempo de salvá-la".

Indignada, Veronika decide que sua última carta será ao editor da revista, falando sobre a grandiosidade de seu pais. Veronika desmaia e é encontrada pelas freiras do convento onde mora, que a levam para um hospital psiquiátrico. Lá, após três semanas de borrões, descobre que os remédios que tomou fizeram um grande estrago, e infelizmente irá morrer dentro de cinco ou seis dias.

Inicialmente ela não se importa com isso, afinal seu objetivo era justamente a morte, e saber que irá realmente morrer não lhe causa medo, mas lhe causa uma certa aflição por que vai demorar mais do que ela queria. Porém como ela percebe que ali dentro do hospital não irá conseguir acelerar o processo, começa a viver a rotina normal de um interno, e começa a descobrir os motivos que a levaram à tentativa de suicídio, e ressignifica sua vida até então.



Gostei muito do livro, foi meu primeiro contato com a escrita do Paulo Coelho e me surpreendi! Muitos falam mal do autor, então eu estava esperando uma escrita ruim, ou uma história ruim que fosse condizente com o que algumas pessoas falam dele, mas encontrei uma escrita muito boa e uma história incrível!

Além de falar sobre a rotina de um interno de hospital psiquiátrico, e de, consequentemente, denunciar algumas coisas horríveis que comumente acontecem nesses locais, o autor fala muito sobre a vida de alguns pacientes que foram importantes para Veronika naqueles dias. Ler sobre a trajetória de cada um é emocionante. Veronika se relaciona com uma depressiva, uma mulher curada da síndrome de pânico e um esquizofrênico, e os mostram à Veronika coisas da vida que ela nunca experimentou, e isso é muito legal!

"Sacrificara muitos de seus desejos, para que seus pais a continuassem amando como a amavam quando criança, embora sabendo que o verdadeiro amor se modifica com o tempo, e cresce, e descobre novas maneiras de se expressar".

Sim, a leitura em certas partes é agoniante, principalmente por que logo que Veronika chega no hospital ela já recebe a notícia de que tem poucos dias de vida, e acompanhar ela nessa jornada rumo à morte é definitivamente agoniante, mas afinal, não estamos todos numa jornada rumo à morte? Essa é uma reflexão que o livro faz. Passamos a viver de forma diferente quando descobrimos que iremos morrer em breve, pelo menos a maioria das pessoas reage dessa forma, mas não nos damos conta de que todo dia é um milagre, por que não sabemos quando iremos morrer. Você pode ter câncer e morrer daqui cinco anos, ou ser totalmente saudável e morrer daqui dois dias, atropelado. Então por que valorizar a vida apenas quando sabemos abertamente que iremos deixá-la em breve?

O livro tem um tom bem melancólico, não apenas pela parte da Veronika, mas por que todos os personagens recorrentes no livro passaram por traumas enormes, têm muitos problemas e todos estão ali, longe de suas famílias e do "mundo real". Em alguns momentos o livro é bem pesado, mas não achei nada forçado. Li Holocausto Brasileiro há pouco tempo e sei o quão difícil pode ser a rotina de quem está num hospital psiquiátrico.

"Certas pessoas, no afã de querer construir um mundo onde nenhuma ameaça externa pudesse penetrar, aumentam exageradamente suas defesas contra o exterior - gente estranha, novos lugares, experiências diferentes - e deixam o interior desguarnecido. É a partir daí que a Amargura começa a causar danos irreversíveis".

Li parte deste livro num momento bem difícil da vida: minha vizinha havia se suicidado. Me lembro de estar lendo este livro e receber a notícia do suicídio. Foi bem impactante, e obviamente isso fez com que a minha relação com o livro fosse diferente, fosse mais intensa. Eu realmente gostei muito da experiência de leitura deste livro. Recomendo a todos que gostam de drama, a todos que se interessaram por esteja resenha, e a todos que já tiveram alguma relação com suicídio, seja uma tentativa ou a perda de alguém importante. É um livro forte, e não recomendo que você leia em momentos de fraqueza, fique bem primeiro para lê-lo, mas com certeza ele irá mudar um pouco a sua visão das coisas! Fique bem, se precisar, fale comigo!









domingo, 26 de maio de 2019

Resenha: De Volta à Cabana de C. Baxter Kruger


























Título: De Volta à Cabana
Autor: C. Baxter Kruger
Editora: Editora Sextante
Ano de publicação no Brasil: 2011
Número de páginas: 240 páginas
Onde encontrar: Skoob
Nota: 5 / 5


De Volta à Cabana é um livro teológico sobre o livro A Cabana, de William Paul Young. Neste livro temos uma reunião de teorias e pensamentos de Baxter sobre quais são as mensagens principais de A Cabana, além de algumas explicações que vieram do próprio William. O livro começa justamente com algumas contextualizações sobre a vida de William Paul Young, falando sobre eventos que levam o autor a escrever o livro. Paul sempre teve uma vida "miserável" em questões emocionais e espirituais, muito por causa dele mesmo, mas muitas vezes ele culpava outras pessoas. A Cabana é como uma síntese do que Paul viveu com Deus ao longo de uma década. Gostei disso por que mostra que cada um vai ter um tempo para processar as coisas, até mesmo o autor do livro demorou dez anos para conseguir chegar onde Mackenzie (personagem principal de A Cabana) chegou em um final de semana.

"Paul Young não diz que Deus É uma mulher negra, muito menos Jesus afirma que Deus É um patriarca judeu. Mas os dois se valem de uma história empolgante para nos ajudar a conhecer a verdade autêntica sobre o Pai de Jesus e a verdade sobre quem nós somos" _ Página 45.

Baxter também fala sobre como teve acesso à história, e de como ele e Paul se tornaram amigos, e como a partir dessa amizade nasceu uma parceria. Eles começaram a dar palestras de teologia juntos em vários países. E ainda na questão teológica, Baxter dedica várias páginas a falar sobre a influência que C. S. Lewis têm em A Cabana, mostrando essas influências com trechos escritos pelos dois autores. Para os que estudam teologia, ou possuem um interesse em saber sobre essas influências, ou até mesmo que querem dicas de livros que falam sobre o cristianismo, é uma leitura super recomendada!

























Baxter também utiliza histórias pessoais para ilustrar os argumentos que ele dá para o que acontece em A Cabana, fazendo com que a compreensão seja muito fácil e rápida. Além disso, fala sobre como (pelo menos na América do Norte) as pessoas têm uma visão muito deturpada de Deus, pensando que Ele é um ditador, e que nos dá regras impossíveis de cumprir por que quer que todos sejamos condenados. Segundo o autor, o que acontece na realidade é que nós mesmos colocamos regras difíceis, afinal, Jesus morreu para que nós não fôssemos mais condenados por nossos pecados. O nosso perdão veio pela graça, não por merecimento. Então pecarmos ou não, não altera o que Deus sente pro nós, nem o propósito Dele para a nossa vida.

"Em nenhum ponto o evangelho diz que podemos aceitar Jesus em nossa vida. O evangelho afirma que Jesus nos aceitou na vida dele" _ Página 121.

Outra coisa que me chocou bastante, e que eu nunca havia pensando, e pelo jeito que o autor coloca é um pensamento comum no país onde ele mora, é que as pessoas pensam que Deus Pai abandonou Jesus no momento da crucificação. É simplesmente uma coisa que eu nunca havia pensado, horrível demais para ter passado pela minha cabeça. Em A Cabana, Papai faz questão de mostrar que as feridas de Jesus também estão no corpo dela, algo simplesmente incrível e verdadeiro! E algo que eu não sabia, é que a frase que Jesus diz antes de morrer na cruz, é na verdade o início de um salmo, que termina com alegria e vitórias! Deus nunca abandonou Jesus, e Jesus nunca sentiu esse abandono, Jesus sabia que a vitória estava próxima.

"Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido?
-
Chegarão e anunciarão a sua justiça ao povo que nascer, porquanto ele o fez." _ Salmo 22:1 / 22:31.

O autor dedica um capítulo ao Espírito Santo que é muito bom, fala sobre a natureza do Espírito Santo, sobre como tivemos o acesso à Ele, e principalmente sobre como Ele se relaciona com o Filho e com o Pai. E vemos em A Cabana, que nós devemos nos relacionar com Deus da mesma forma que os três se relacionam entre si: com um amor puro e sem hierarquias.

"Jesus se senta agora, como um ser humano, à direita do Pai, unido ao Pai na comunhão do Espírito" _ Página 117.

Baxter também fala sobre várias vertentes de pensamentos sobre vários assuntos diferentes ao longo do livro, principalmente na segunda metade. Dá exemplo de pensadores religiosos que vieram antes de Cristo, os que viveram com Cristo e os que vieram logo após de Cristo, e claro, dos atuais, sempre fazendo comparações, mostrando que ao longo do tempo a ideia que os seres humanos têm de Cristo vai se modificando, mas na maioria das vezes mantendo a mesma essência.



























Este livro me fez passar por experiências maravilhosas com Deus, principalmente por que lendo-o eu conheci mais de Deus, descobri coisas sobre Deus que eu nunca havia imaginado. Aos que realmente querem saber mais sobre A Cabana, e querem conhecer mais de Deus sem religiosidade é um livro super recomendado. Não é preciso ler A Cabana para ler este livro, já que sempre que ele vai falar algo específico de A Cabana, o autor cita os trechos, porém caso você queira se aprofundar (e não pegar spoilers) recomendo que leia A Cabana primeiro.

Não é um livro indispensável, no sentido de que se você leu A Cabana e quiser parar por aí, você pode, afinal, este livro não é uma continuação de A Cabana, e sim um estudo teológico sobre A Cabana. Estudantes de teologia, pastores e padres: leiam. Para quem está inserido de alguma forma dentro da igreja trabalhando, é um livro que eu considero indispensáveis. A igreja do Brasil seria muito mais feliz se lesse este livro, com toda certeza! A igreja do Brasil, infelizmente, se concentra muito em julgar e odiar as pessoas, se fingindo de santos, pensando que irão para o céu, quando na verdade Jesus nem os conhecem.

"Quem está perdido não são os pecadores que ouvem Jesus, mas as pessoas religiosas que se consideram sem problemas" _ Página 42.

Relacionamento com Deus não é fazer uma lista de pedidos todo dia antes de dormir, é viver com Deus da forma como você vive com seus melhores amigos. Caso você queira saber sobre como ter um bom relacionamento com Deus, por favor, leia este livro! Recomendo À todos, mas principalmente aos que citei, e aos que leram esta resenha e sentiram que precisam ler o livro.



sábado, 25 de maio de 2019

Leitura todo dia #101



Início de outra semana do Leitura todo dia! O projeto foi criado pela Nine Stecanella, e tem o objetivo de fazer com que os participantes criem o hábito de leitura. Apesar de sempre colocar metas, eu tento ao máximo ler o que eu tenho vontade de ler, e não apenas o que eu "preciso" ler. A meta para esse ano é ler 35 páginas por dia, como essa semana começa na quinta-feira (16/05) e termina na outra quinta-feira (23/05), a meta é ler 280 páginas nessa semana. Já faz um tempo que não consigo bater as metas de leitura, mas estou confiante de que nessa semana vai dar tudo certo! Abaixo está a lista de livros que quero dar andamento.


Mandalas Mágicas: Magia com Cores e Mandalas - 42 páginas restantes
Os Trabalhadores do Mar - 215 páginas restantes
Redoma de Vidro - 280 páginas restantes












No dia dezesseis eu li 42 páginas de Mandalas Mágicas: Magia com Cores e Mandalas e concluí a leitura do livro. É um ebook pequeno, com 83 páginas no total, e fala sobre o significado das mandalas e sobre cromoterapia, que é o uso das cores para efeitos terapêuticos, o que achei bem interessante.


No dia dezessete eu li 10 páginas (sete capítulos) de Os Trabalhadores do Mar. Apesar de não estar super empolgada com a história, está sendo interessante, e melhor do que eu pensei que seria quando comecei a ler.



No dia dezoito eu li 41 páginas (dezesseis capítulos) de Os Trabalhadores do Mar e gostei bastante do que eu li! A história começou a me ganhar de verdade agora e estou realmente gostando do que estou lendo. Começou a ter um romance proibido, matança e mistério, e são coisas que eu amo! Já falei aqui no blog algumas vezes que eu não curto muito histórias que se passam no mar, principalmente aquelas que falam muitos termos técnicos sobre o navio, e no início acontece isso nesse livro. Fico feliz por que agora está se distanciando disso, mesmo que o cenário ainda seja o mar.

Nesse dia eu também li 22 páginas de Os Argonautas do Pacífico Ocidental (Bronisław Malinowski), um texto que precisei ler para fazer uma prova de Antropologia e Educação, e também para essa prova eu li 11 páginas de Raça e História (Lévi-Strauss) e 10 páginas de A Interpretação das Culturas (Clifford Geertz). Li bastante nesse dia e fiquei bem feliz por isso!



No dia dezenove eu li 184 páginas do livro Pensamentos e concluí a leitura do livro. O livro é bem curto, cada página tem poucas frases, a maioria tem uma frase só, inclusive. A leitura é bem rápida, e eu li por que precisava de algo diferente pra ler. Já faz um certo tempo que estou lendo Os Trabalhadores do Mar, e ainda estar com ele me dá uma afliçãozinha, então gosto de terminar outras coisas enquanto o livro "principal" do momento não é finalizado.

Li também 33 páginas de O "pessimismo sentimental" e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um "objeto" em via de extinção - parte I ( Marshall Sahlins), para a prova de Antropologia e Educação, e também li 6 páginas de Raça e História.



No dia vinte eu li 13 páginas de Construindo a sustentabilidade: biodiversidade em paisagens agrícolas e a contribuição da etnobiologia. É o capítulo de um livro, que tive que ler para o meu projeto, Saberes do Quintal, dentro do Kaipora - Laboratório de Estudos Bioculturais.



No dia vinte e um eu li 31 páginas de Raça e História e terminei a leitura desse texto. É um texto que recomendo muitíssimo, bem rico e fala sobre muitos aspectos que todos devemos pensar. Querendo ou não, raça ainda é uma coisa que atrapalha as pessoas não-brancas (racismo), então ler sobre isso sempre é bom.

Li também 10 páginas de As técnicas do corpo (Marcel Mauss), também para a prova de Antropologia e Educação.



Nos dias vinte e dois e vinte e três eu não li nada. Tive dois cursos de curta duração na faculdade durante a noite, cheguei em casa e só quis dormir, então não houve leitura.




Nessa semana eu consegui ler 413 páginas, o que dá uma média de 51,6 páginas por dia! É uma média bem alta, principalmente se formos comparar com as semanas anteriores, mas mesmo lendo muitas páginas, não consegui ler os livros que estavam na meta. A próxima semana vai ser a última de maio, e vou me esforçar ao máximo para conseguir ler os livros da meta! Espero que a semana de vocês tenha sido ótimas!


Mandalas Mágicas: Magia com Cores e Mandalas - 42 páginas lidas Concluído
Pensamentos - 184 páginas lidas Concluído
Os Trabalhadores do Mar - 51 páginas lidas
Os Argonautas do Pacífico Ocidental - 22 páginas lidas Concluído
Raça e História - 48 páginas lidas Concluído
A Interpretação das Culturas - 10 páginas lidas Concluído
O "pessimismo sentimental" e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um "objeto" em via de extinção (parte I) - 33 páginas lidas Concluído
As Técnicas do Corpo - 10 páginas lidas Concluído
Construindo a sustentabilidade: biodiversidade em paisagens agrícolas e a contribuição da etnobiologia - 13 páginas lidas Concluído







quinta-feira, 23 de maio de 2019

Resenha: As Crônicas Marcianas de Ray Bradbury



























Título: As Crônicas Marcianas
Autor: Ray Bradbury
Editora: Editora Globo de Bolso
Ano de publicação no Brasil: 2007 (a edição de bolso)
Número de páginas: 304
Onde encontrar: Amazon / Submarino / Skoob
Nota: 5 / 5



As Crônicas Marcianas é uma coletânea de contos sobre a colonização de Marte, e pode ser resumida apenas como isto, mas é muito mais do que apenas uma coletânea. Os contos foram publicadas separadamente em revistas de ficção-científica na década de 1950, e posteriormente foram reunidas para compôr este maravilhoso livro. Ray Bradbury, também autor de Fahrenheit 451, escreve de maneira genial sobre um tema pouco abordado na época, trazendo reflexões super importantes. Quero dizer também que apesar de os contos estarem dispostas no livro de maneira cronológica, você pode ler na ordem que preferir. Eu recomendo que leia na ordem cronológica apenas para não correr o risco de ficar perdido.

Não vou falar a história de todas os contos aqui, e nem vou falar a história completa de nenhuma delas, pois creio que o legal é ir descobrindo o que vai acontecer. É uma resenha difícil de fazer, por que ao mesmo tempo que as crônicas estão dispostas em ordem cronológica por que os acontecimentos são contínuos, cada uma delas também pode ser lida de forma separada.

O livro começa com contos falando sobre expedições à Marte. Os terráqueos tentaram por várias vezes irem à Marte, para colonizar o planeta, mas por algum motivo nunca voltam. Os que estão na Terra acreditam que o foguete se perdeu e todos os que estavam dentro dela estavam perdidos no espaço ou haviam morrido pela falta de mantimentos, oxigênio ou mal funcionamento do foguete. A cada período de tempo um novo foguete é lançado, até que um finalmente consegue voltar com alguém vivo para dizer o que aconteceu em Marte e como o planeta é.

"Por mais que nos aproximemos de Marte, nunca o tocaremos. E ficaremos bravos por isso, e o senhor sabe o que vamos fazer? Vamos despedaçá-lo, arrancar sua pele e transformá-lo à nossa imagem e semelhança" _ Página 97.

Nos primeiros contos, o que fez eu me apaixonar pelo livro logo de cara, é que em uma delas a narrativa é feita pela perspectiva de uma mulher marciana. E aí podemos traçar vários paralelos à nossa realidade, inclusive em questões de hierarquias sociais, ciúme, o que é feio ou não.

O fato é que os terráqueos conseguem ir para Marte em dado momento. Primeiro vão chegando os mais ricos, os que vão "construir" um novo planeta ali, pessoas poderosas, e aos poucos as outras pessoas vão chegando ao planeta. Marte tem uma atmosfera bem mais rarefeita do que a da Terra, o que significa que as pessoas têm dificuldades para respirar, mas nem essa parte mais difícil da adaptação impede as pessoas de começarem um novo mundo.

"Foi um dia puxado - disse o capitão. - Estou atordoado e cansado. Hoje aconteceu coisa demais. Sinto-me como se tivesse passado quarenta e oito horas embaixo de uma chuva torrencial sem guarda-chuva nem capa. Estou encharcado até os ossos de tanta emoção" _ Página 83.

Enquanto isso na Terra as coisas começam a entrar em colapso. Em um conto específico, escravos negros se juntam para fugir da Terra e conseguirem ser livres, é um contos ótima por que fala muito sobre questões sociais e como o negro é visto por pessoas gananciosas que os vêem apenas como fonte de dinheiro escrava. Também há um trecho maravilhoso sobre rompimento de barragens, que é com certeza a minha parte favorita do livro. Li este livro bem na época do rompimento da barragem por causa da Vale, e esse trecho descreve uma realidade muito sofrida, e claro, como eu estou do lado de tudo o que aconteceu, pra mim foi extremamente doloroso ler isso enquanto acompanhava (e sigo acompanhando) os resgates.






























No livro há um conts que se difere muito dos outros, tanto em questão de narrativa quanto de enredo mesmo. Ela faz parte da cronologia da história inteira, e é uma parte super importante, mas é muito diferente de tudo, e seria uma ótima crônica para ser lida em outubro, para os projetinhos de horror, e se chama Usher II. O contos tem inspiração e citação de Edgar Allan Poe, mestre do horror, e não apenas à um conto dele, mas sim à toda a sua obra de horror, o que é muito interessante, pois se você conhece os contos do Poe, consegue ir fazendo os links com tudo que está acontecendo, pois neste conto, acontece em Marte, coisas que o Poe narrou acontecendo na Terra, só que uma coisa acontecendo atrás da outra sempre.

"A ignorância é fatal, Garrett" _ Página 196.

Também tem uma coisa muito legal em alguns contos mais pro final, que é o fato de que livros de ficção não serem permitidos. O governo apenas permite que livros de histórias reais sem escritos e vendidos, e tudo que é ficção é caçado e destruído, o que eu encarei como um "ensaio" para escrever Fahrenheit 451, em que acontece uma coisa parecida, já que As Crônicas Marcianas foram lançadas antes.

E aqui terminam meus comentários sobre os contos. Como eles possuem uma ordem cronológica de acontecimentos, acho que falar sobre as últimas crônicas seria dar spoilers, e não quero fazer isso. Já tem uns dois anos que eu simplesmente não leio mais sinopses de livros, estou sempre começando as leituras na total surpresa (quando não são livros famosos).

"Não basta terem estragado nosso planeta, precisam mesmo estragar outro? Será que precisam destruir a manjedoura de outras pessoas?" _ Página 113.

Amei muito a escrita do autor, por que um tipo de escrita fácil, leve e rápida. Meu medo com livros de ficção-científica é justamente que a linguagem do livro seja difícil demais para que eu entenda, mas a linguagem que o autor usa é super acessível, mesmo sendo um livro com mais de meio século de idade. Este livro é um prato cheio para os que gostam de ficção-científica, para os que gostam de livros que se passam em ambientes totalmente diferentes e para todos os que amam narrativas que sempre tem várias críticas à sociedade. E as críticas que o autor fez há mais de 50 anos ainda servem para a sociedade atual. É um livro incrível e merece muito ser lido!



domingo, 19 de maio de 2019

Resenha: A Cabana de William P. Young


Título: A Cabana
Autor: William P. Young
Editora: Editora Arqueiro
Ano de publicação no Brasil: 2008
Número de páginas: 174
Onde encontrar: Amazon / Americanas / Submarino / Skoob
Nota: 5 / 5



A Cabana é uma ficção, baseada em experiências reais que o autor do livro teve ao longo de mais de uma década com Deus e a religião. O protagonista da história é Mackenzie, um homem não muito em forma, quase careca, com mais de 50 anos. Mora com sua esposa, Nan, e seus três filhos mais novos, sendo que os dois filhos mais velhos já saíram de casa. Mack decide ir acampar com as crianças, enquanto Nan está fora de casa.

Eles ficam alguns dias no acampamento, sempre fazendo coisas divertidas, até que um dia Josh e Kate, seus filhos do meio, entram num barco, Kate se levanta para fazer pose para o pai, e o barco vira. Kate consegue sair rapidamente da água, porém Josh fica preso no barco, e Mackenzie precisa largar tudo para salvar a vida do filho. Quando tudo passa e os ânimos se acalmam, Mackenzie percebe que sua filha caçula, Missy, não está mais ali. Passam dias procurando pela menina, até que os policiais acham, em uma cabana, o vestido de Missy e uma poça de sangue. Ela havia sido brutalmente assassinada. E o corpo nunca foi encontrado.

A vida de toda a família foi assombrada pela Grande Tristeza a partir daí. E em um dia de muita neve, quando Mack está sozinho em casa, ele vai até a caixa de correios e encontra um bilhete vindo de Deus.

"Mackenzie... Já faz um tempo. Senti sua falta. Estarei na cabana no final de semana que vem, se você quiser me encontrar. Ass.: Papai."

Mack sabe que veio de Deus por que apenas sua esposa chama Deus de Papai, é algo íntimo demais para que outras pessoas saibam. Então Mack resolve voltar à cabana, ao ponto mais alto de sua dor. Volta com raiva, cheio de incertezas. Quando percebe que a cabana está vazia, Mackenzie surta, começa a quebrar tudo, xingar Deus e até mesmo pensa em suicídio. Mack começa a ir embora, mas percebe que enquanto anda, o gelo da nevasca vai derretendo, então ele olha para trás e vê a cabana, porém como se fosse nova, fica curioso e vai até ela novamente.

"- Não sei, Willie. Acho que parte de mim gostaria de acreditar que Deus se importa o suficiente comigo para me mandar um bilhete" _ Página 45.

Quem abre é Elousia, uma mulher negra e gorda, se mostra extremamente feliz por Mackenzie estar ali. É Deus. Logo depois aparecem Jesus e Sarayu, o Espírito Santo. Sim, Mack está frente à frente com a Santíssima Trindade, e apesar de racionalmente saber que aquilo não faz sentido, ele acredita desde o primeiro momento em que Elousia diz ser Papai. A partir daí Mackenzie vive um final de semana incrível na presença do Pai, do Filho e do Espírito, aprendendo tudo que o tempo permite, amando e perdoando segundo a vontade de Deus.




























Eu espero que meu resumo da história tenha feito jus ao livro. É simplesmente uma história incrível! Eu não tenho palavras para descrever o amor que sinto por este livro, ou o quanto ele é importante para mim. Vou contar rapidamente o que este livro fez comigo. Em 2010 meu irmão foi assassinado, sabíamos quem eram os assassinos, mas eles nunca foram presos. Li A Cabana no início de 2013, gostei muito do livro inteiro (tanto por leituras sobre Deus, além da Bíblia, serem novidades pra mim, quanto por escrever sobre Deus sem usar da religiosidade), mas a parte que mais me impactou foi a parte do grande perdão. Não vou descrever quando isso acontece no livro, por que seria spoiler, mas através do perdão de Mack eu aprendi a perdoar as duas pessoas que mais me fizeram mal na vida.

Minha vida melhorou bastante depois disso. Não carregar raiva e ódio me fizeram super bem. Ainda demorei mais uns dois ou três anos para viver bem com o fato de que meu irmão morreu, mas o momento do perdão foi a porta de entrada para toda a cura que veio depois. E entendi que eu não precisava morrer de amores por essas pessoas, mas simplesmente não odiá-los mais.

"O perdão não estabelece um relacionamento" _ Página 152.

Agora falando especificamente sobre as minhas impressões de leitura. Eu fiz várias marcações no livro, por que vários trechos me impactaram de maneiras únicas, me mostrando um Deus sem religião e sem religiosidade. Jesus não é cristão! Em nenhum momento da Bíblia dizem que Jesus é cristão, por que Ele simplesmente nunca quis criar uma religião, e sim que as pessoas acreditassem que Ele é o filho de Deus Pai. Algo que fica bem frisado em A Cabana é que não importa a sua religião, se você crer que Jesus é o Filho de Deus e que Ele morreu para que nós não fôssemos condenados, você está salvo.

"- Isso significa que todas as estradas levam a você?
- De eito nenhum - sorriu Jesus enquanto estendia a mão para  aporta da oficina. - A maioria das estradas não leva a lugar nenhum. O que isso significa é que eu viajarei por qualquer estrada para encontrar vocês" _ Página 122.

Vale muito mais viver todos os dias da sua vida amando, fazendo o bem e conversando com Deus como se Ele fosse seu melhor amigo (por que Ele deve ser!), do que ir à igreja todos os domingos, ser considerada uma pessoa sem pecados, e nunca desenvolver um relacionamento com Deus. O relacionamento de Mack com a Trindade era algo totalmente mecânico, ia aos cultos, orava nos cultos, orava antes de dormir, mas nunca fazia isso com a real intensão de conversar com Deus. Na maioria das vezes era apenas uma lista de pedidos, e não uma conversa sincera.



























"- Esse é um dos motivos pelos quais é tao difícil para vocês experimentar o verdadeiro relacionamento - acrescentou Jesus.- Assim que montam uma hierarquia, vocês precisam de regras para protegê-la e administrá-la, e então precisam de leis e da aplicação das leis, e acabam criado algum tipo de cadeira de comendo que destrói o relacionamento, em vez de promovê-lo. Raramente vocês vivem o relacionamento fora do poder. A hierarquia impõe leis e regras e vocês acabam perdendo a maravilha do relacionamento que nós pretendemos para vocês" _ Página 80.

A mensagem que fica ao final do livro é: se relacione de verdade com Deus. Não precisamos ser perfeitos para começarmos a nos relacionar com Ele, mas precisamos entender que quando amamos de verdade a pessoa com quem estamos nos relacionando, escolhemos não fazer coisas que deixe a pessoa mal. Por exemplo, se sua mãe não quer que você use drogas, mesmo que você queira muito, não use por amor à ela. Então se Deus quer te afastar de algo, por amor a Ele, se afaste. E da mesma forma, por amor a você (e não por que você pediu), Deus vai lhe abençoar.

Devo falar agora sobre algo que reparei sobre a história de Mack. Como eu disse, Mack tem cinco filhos, mas apenas três aparecem no livro. Os dois filhos mais velhos não aparecem em momento algum, então acho meio desnecessário existirem esses personagens, já que eles não alteram nada no andamento da história. Os outros filhos de Mack, e sua esposa, são curados através do que Mack viveu, mostrando que um relacionamento bom com Deus cura não somente a pessoa, mais todos que estão ao redor dela.

Papai é uma figura maravilhosa, e totalmente fora dos padrões em que colocamos Deus. Ela é engraçada e divertida, e muito amorosa, mesmo que para mostrar o amor ela precise ser dura. Jesus é incrível! Por ser o elo que nos liga ao Pai, Jesus é o que mais se parece com Mack. Jesus é um homem de sorriso fácil, que gosta de desafiar Mack para que ele ultrapasse seus próprios limites. Sarayu é muito misteriosa, sempre em movimento, indo para onde Deus quer que ela vá, e sempre nos ajudando a entender melhor o que Deus quer.

"- Mas eu não tenho o direito de...
- De terminar uma frase sem ser interrompido? Não, não tem. Na realidade, não. Mas, enquanto você achar que tem, certamente ficará irritado quando alguém o interromper, mesmo que seja Deus" _ Página 90.

Recomendo este livro à todas as pessoas, inclusive àquelas que não são religiosas ou não possuem uma religião. Esse livro não fala de religião, fala de Deus, pura e simplesmente. E claro que também recomendo aos que têm religião, principalmente que são de religiões que cultuam Jesus ou que reconhecem Seu poder. Tenho a certeza de que essa história é capaz de curar muitas pessoas, e que através dela começaremos todos a construir um relacionamento firme e forte com Deus. Compre o livro, e se você gostar, passe o livro para algum amigo ou parente, mas não deixe esse livro parado na estante! Faça com que mais e mais pessoas também possam ser curadas pelo poder de Deus.



sexta-feira, 17 de maio de 2019

Leitura todo dia #100



Outra semana belíssima de Leitura todo dia, projeto criado pela Nine Stecanella. Minha meta para 2019 é ler 35 páginas por dia, como essa semana começa no dia 08/05 (quarta-feira) e vai até o dia 15/05 (quarta-feira), a meta é ler 280 páginas. Como é a semana 100, eu quero muito ler o máximo que eu puder, mas já aviso que tudo bem se eu não conseguir ler muito. Estou em tratamento psiquiátrico e o remédio me dá muito sono, e como o meu costume é ler antes de dormir, nem sempre eu consigo ler muito, e às vezes nem consigo ler. Vamos orar para que dê tudo certo! Segue abaixo a lista de livros que quero ler nessa semana, lembrando que não tenho a pretensão de concluir todos, apenas de dar um bom andamento nas leituras.

Encontre Deus na Cabana - 145 páginas restantes
Os Trabalhadores do Mar - 247 páginas restantes












No dia oito eu li 7 páginas (dois temas) de Encontre Deus na Cabana. Como havia dito no leitura todo dia anterior, não está sendo bem o que eu esperava, mas não está sendo uma leitura ruim. No dia nove não houve leitura.



No dia dez eu li 21 páginas (cinco temas do segundo capítulo) de Encontre Deus na Cabana, e o livro levantou algumas questões interessantes, mas que pelo menos pra mim já são meio óbvias. O autor rebate algumas críticas que dizem que A Cabana representa a trindade de uma forma errada, então o autor fala sobre o que a Bíblia afirma que a trindade é, e como a representação de A Cabana se encaixa perfeitamente. É bem interessante, mas é algo que, para mim, poderia ter sido mais resumido. Acho que pra quem quer realmente estudar a Bíblia é um livro ótimo, por que sempre tem as referências de onde o autor tirou os versículos e isso ajuda muito. Mas como eu li "De Volta a Cabana" há pouco tempo, muitas coisas neste livro não são novidade pra mim, e acabam se tornando meio repetitivas.



No dia onze eu li 25 páginas (cinco temas do terceiro capítulo) de Encontre Deus na Cabana e gostei bastante do capítulo que li. Confesso que ainda não estou amando o livro. O autor expõe várias teorias, o que é ótimo pra quem estuda teologia, mas creio que uma pessoa comum ficaria bem confusa lendo o livro. Ele tem informação demais pra que uma pessoa leiga consiga aproveitá-lo 100%. Ele expõe as teorias sem dizer com qual ele concorda mais, e sempre coloca perguntas para que o leitor consiga pensar por si próprio, o que é bem legal, mas novamente, acho que pode acabar sendo informação demais.

Li também 14 páginas (quatro capítulos e meio) de Os Trabalhadores do Mar, do Victor Hugo. O que acontece é que este livro normalmente tem por volta de 500 páginas, e na edição que eu tenho, ele é bem menor, o que significa que as letras são minúsculas. Então eu até que li bastante da história, mas acabei lendo poucas páginas. Ainda estou bem no início, mas estou gostando. Está falando sobre um homem que aparentemente é bruxo.



No dia doze eu li 30 páginas (sete temas do quarto capítulo) de Encontre Deus na Cabana. Estou gostando bem mais do livro agora, por que parou de exibir várias teorias teológicas e está falando mais focadamente, apesar de ainda expôr vários pensamentos e alguns serem contraditórios. Estou gostando muito da leitura, mas recomendo apenas para os que querem estudar a teologia por trás de A Cabana.

E também li 9 páginas (cinco capítulos e meio) de Os trabalhadores do Mar. Não estou apaixonada pela história, e sinceramente só estou lendo por que faz parte do Projeto Machado de Assis, mas por enquanto, além do fato de envolver o mar e eu não gostar muito desse tipo de histórias, nada me incomoda. Tenho uma dificuldade para gostar de histórias que se passam no mar, ou que falem muito da vida dos marinheiros.



Nos dias treze e quatorze eu não li nada. No dia quinze eu tentei tirar um pouco o atraso das leituras e li 62 páginas (dezoito temas dos capítulos cinco, seis e extras) de Encontre Deus na Cabana e concluí a leitura do livro! Foi uma leitura incrível! Só não dou a nota total por que realmente acho que o livro acaba atrapalhando um pouco por trazer muitas teorias e pelo fato de que todas são facilmente falseáveis. Foi uma boa experiência de leitura.

Li 9 páginas (nove capítulos) de Os Trabalhadores do Mar. Continuo não amando o livro, mas consigo terminá-lo sem problemas, acho. E por fim, li 41 páginas de Mandalas Mágicas: Magia com Cores e Mandalas. Gosto muito de mandalas, e como tenho um livro de colorir com mandalas, achei que seria super válido ler um pouco sobre elas.



Na segunda semana de maio eu consegui ler 218 páginas, o que dá 27,2 páginas por dia em média. Não é uma média ruim, mas está abaixo da minha meta, e passei alguns dias sem ler. Na próxima semana eu terei que ler vários textos para a faculdade, então sei que terei várias leituras, mas não sei se conseguirei dar andamento à todas as leituras de lazer e de projetos. Espero que seja uma semana ótima para todos!



Encontre Deus na Cabana - 145 páginas lidas Concluído
Os Trabalhadores do Mar - 32 páginas lidas
Mandalas Mágicas: Magia com Cores e Mandalas - 41 páginas lidas
















quarta-feira, 15 de maio de 2019

Autoconhecimento é uma jornada

Hoje em dia muito se fala sobre a importância do autoconhecimento, afinal, você saber do que você gosta é muito importante para estabelecer prioridades na sua vida, mas pouco se fala do fato de que autoconhecimento não é um ponto de chegada, e sim a jornada. Autoconhecimento é algo que precisa ser praticado todo os dias, afinal mudamos um pouco a cada novo dia que passa. Também é sempre bom lembrar que autoconhecimento é algo que vem aos poucos, e que passa por todas as áreas da nossa vida.

Como eu disse, nós mudamos todo dia, então está tudo bem mudar nossos objetivos quando percebemos que o objetivo anterior não nos representa  mais, mas é importante nos esforçarmos para concluirmos tudo que começarmos e que for bom para nós.

Ao longo deste post irei ir colocando algumas perguntas e falar sobre a importância de saber a resposta. Claro, você não precisa acabar de ler e automaticamente saber a resposta para todas as perguntas, mas anote-as, e vá pensando nelas ao longo da semana. Qual é o seu objetivo de vida? É importante entendermos a nossa missão no mundo, entender para onde queremos ir. O meu objetivo, por exemplo, é ensinar. Comecei ensinando na igreja, já ensinei inglês, e hoje estou fazendo licenciatura em ciências biológicas. Vou sempre continuar ensinando, por que é o meu objetivo de vida.

Quem são as pessoas realmente importantes na sua vida? É importante que saibamos que são as nossas prioridades, quem são as pessoas com quem podemos contar de verdade e quem são as pessoas para quem estaremos sempre disponíveis e ajudaremos em tudo que pudermos. Podem ser seus pais, seu marido, seus filhos, mas entenda quem são as pessoas mais importantes. Leve em consideração também quem te faz feliz, e deixe que permaneça em sua vida apenas as pessoas que te trazem felicidade.

O que te deixa triste e o que te deixa feliz? É importante entender isso, para que você consiga evitar o que te deixa triste, e consiga fazer mais vezes o que te deixa feliz. Por exemplo, ser improdutiva me deixa triste, então eu sempre anoto algumas coisas para fazer no dia, e vou seguindo a lista. E algo que sempre me deixa feliz é ver filmes e séries que eu gosto, então sempre tendo tirar um tempo para fazer isso.

Com as respostas dessas três perguntas você já vai perceber que as cosias vão começar a mudar. Recomendo que faça uma grande lista de coisas que te deixam triste e coisas que te deixam feliz, faça uma lista de prioridades do mês, prioridades da semana, prioridades do dia. Quando for se vestir, se pergunte qual roupa te deixaria feliz hoje, e faça isso com tudo no seu dia-a-dia. Claro, lembre-se de que além de viver o dia de hoje intensamento, precisamos nos lembrar que para ter um futuro bom, precisamos cuidar da nossa saúde física e mental, então não faça nada que for te machucar ou te faça passar mal!

Se conheça todos os dias. Não precisa ter certeza de tudo na sua vida, mas se esforce para ter um norte, por que assim você não irá se perder! Se conheça, saiba o que te faz bem e perceba o quão bom é viver uma vida sabendo quais são os seus objetivos de vida, objetivos mensais, objetivos semanais e objetivos diários! Não se cobre demais, você tem toda a sua vida para se conhecer, mas escolha começar hoje essa jornada de autoconhecimento. Você consegue! 









domingo, 12 de maio de 2019

Resenha: O Amor Tudo Crê de Crys Carvalho





























Título: O Amor Tudo Crê
Autor: Crys Carvalho
Editora: Publicação Independente
Ano de publicação no Brasil: 2017
Número de páginas: 25 páginas
Onde encontrar: Amazon / Skoob
Nota: 4 / 5

O Amor Tudo Crê é um conto narrado pelo ponto de vista da Mia, uma criança que tem por volta os seis anos. Mia está na escola, na época do Natal, e quando sua professora pergunta o que cada um da turma quer ganhar no natal, ela começa a pensar no que ela realmente quer. Como o conto é narrado por uma criança, e ela nem sempre entende tudo que está acontecendo, as coisas ficam bem subententidas. 

Por exemplo, sabemos que Mia não vê sua mãe há um tempo, e que elas estão longe uma da outra por que sua mãe está fazendo um tratamento contra algum tipo de câncer. E sabemos disso por que Mia diz que ela está no hospital, que está bem fraca, e que usa lenços. O pai de Mia é médico, e está cuidando de sua mãe em tempo integral, por isso ela mora com os avós paternos.

"Acabei o desenho e coloquei o nome deles. Meu pai tem o nome daqueles homens das novelas que a vovó vê na televisão, ele chama Álvaro e minha mãe tem um nome delicado - foi a vovó que me disse-, ela se chama Taís.

Eles dão muito amor à menina, e fazem o possível para que ela esteja sempre feliz, mesmo estando longe dos pais e não entendendo muito bem a gravidade das coisas. Mia ainda não entende o que é a morte, então não consegue ter medo disso, mas sabe que é algo ruim, por que houve seus avós falando do medo constante da morte e chorando. O pedido que Mia faz ao Papai Noel é que seus pais estejam com a família para comemorar o natal, e ela sabe que só precisa ter fé para que o desejo se realize.





























Eu gostei bastante do conto, principalmente por causa da ingenuidade de Mia em não saber coisas que eu, como adulta, considero básicas, mas sei que quando eu era criança também não entendia. Mia não entende muito da vida, mas já entende muito de fé, e é a fé dela que vai levá-la à certos lugares durante o conto. 

Gostei desse aspecto religioso, da família de Mia ser religiosa, e gostei muito por não ter notado nenhum tipo de preconceito (algo que infelizmente acaba sendo esperado de pessoas religiosas muito tradicionais). Mas algo que com certeza me fez não amar o conto foi o fato de que Mia é uma criança que nem sequer sabe o que é morte, mas prega (faz pregações) como uma adulta. Entendo que as palavras que ela usa podem vir do fato de ela ouvir o avô pregando, mas continua sendo muito irreal uma criança tão pequena usar palavras difíceis numa pregação, principalmente devido à ingenuidade que ela apresenta no conto até então.

Recomendo bastante a leitura aos que querem ler algo fofo e emocionante nesse dia das mães, principalmente àqueles que tem fé e creem que a fé é a base pra tudo na vida. Creio que todos que procuram uma história que aquece o coração vão gostar desse conto, e claro, pessoas que gostam de drama vão amá-lo! Também recomendo para que a gente consiga entender a importância de ter nossas mães (e pais) conosco, e do quão especiais nós somos por termos os pais que temos!




sexta-feira, 10 de maio de 2019

Leitura todo dia #99




Mais uma semana de Leitura todo dia. O projeto foi criado pela Nine Stecanella, com o objetivo de fazer com que os participantes criem o hábito de leitura. Minha meta para 2019 é ler 35 páginas por dia, como essa semana começa no dia 01/05 (quarta-feira) e termina no dia 07/05 (terça-feira), a minha meta é ler pelo menos 245 páginas! Nessa semana eu terei um pouco mais de tempo pra ler no final de semana, então espero conseguir adiantar um pouco as leituras. 

Abaixo estão listados os livros que quero ler, lembrando que não tenho a pretensão de realmente finalizar todas essas leituras, mas quero dar uma boa adiantada nelas.


Lira dos Vinte Anos - 130 páginas restantes
Encontre Deus na Cabana - 176 páginas restantes
O Amor Tudo Crê - 25 páginas restantes


No dia primeiro eu li 23 páginas (quinze poemas) de Lira dos Vinte Anos e estou gostando bastante do livro. Ele é bem dramático, o autor fala muito sobre morte de uma forma meu glamourizada, como se a morte fosse o objetivo de vida dele (o que é contraditório e estranho), e tudo isso ligado ao fato de que ele perdeu sua amada. Nos poemas parece que a mulher faleceu, isso por que em alguns deles ele diz que irão se encontrar na morte/pós-morte. Até agora o livro todo tem tido essa vibe bem pesada e triste, mas é, de certa forma, bonito.

Li também 25 páginas do livro infantil Eu Amo Comer Frutas e Legumes, da Shelley Admont. É um livro recomendado para crianças de até 6 anos, e eu achei bem fofinho, e claro, mostra a importância de uma alimentação saudável.












No dia dois eu li 23 páginas (cinco poemas) de Lira dos Vinte Anos, e agora comecei a segunda parte do livro, que possui vários cantos, ou seja, histórias longas narradas com estrutura de poema. As histórias são legais, mas eu estava gostando mais do livro na parte dos poemas.


No dia três eu li 25 páginas (dois capítulos) de Lira dos Vinte Anos, e apesar de continuar gostando, ainda prefiro a parte dos poemas. Os cantos tem assuntos muito variados, e não tem tando a vibe triste e dramática dos poemas, que era o que eu mais estava gostando.

E li também 18 páginas (um tema do primeiro capítulo) de Encontre Deus na Cabana. Li bem pouco pra conseguir falar se gosto ou não do livro, mas achei bem interessante algumas pontuações que o autor fez já no primeiro capítulo.


No dia quatro eu não li nada, pois passei a tarde no Encontro da articulação de raizeiras, benzedeiras e parteiras da região metropolitana de BH. No dia cinco eu li 59 páginas (quarenta e oito poemas) de Lira dos Vinte Anos e concluí a leitura do livro. Foi uma leitura muito boa, e o final voltou a me animar, por que tem mais poemas na última parte do livro. E claro, o livro do início ao fim é bem melancólico e dramático.

E li também 13 páginas (três temas do primeiro capítulo) de Encontre Deus na Cabana. Estou gostando do livro, mas não vi nenhuma novidade até onde eu li. 


No dia seis eu não li nada, e no dia sete eu li 25 páginas (o conto inteiro) de O Amor Tudo Crê, conto que li para fazer resenha neste domingo, dia das mães. Gostei do conto, mas encontrei algumas incoerências que fazem ele não ser um dos melhores contos do mundo. É bom, mas não passa disso.



Na primeira semana de maio eu consegui ler 211 páginas, o que dá 30,1 páginas por dia. Sim, fiquei abaixo da minha meta, e obviamente não estou satisfeita com a quantidade de páginas que li, mas consegui concluir algumas leituras, e no geral foi uma semana boa, então tudo bem.



Lira dos Vinte Anos - 130 páginas lidas Concluído
O Amor Tudo Crê - 25 páginas lidas Concluído
Eu Amo Comer Frutas e Legumes - 25 páginas lidas Concluído
Encontre Deus na Cabana - 31 páginas lidas








quinta-feira, 9 de maio de 2019

Resenha: Inspirações do Claustro de Junqueira Freire



























Título: Inspirações do Claustro
Autor: Junqueira Freire
Editora: Domínio Público
Ano de publicação no Brasil: 1866
Número de páginas: 249 páginas
Onde encontrar: Machado de Assis (MEC)
Nota: 3 / 5


Inspirações do Claustro é um livro de poemas, que, assim como o nome sugere, são inspirados na religião. Segundo o Wikipedia, Claustro é "Um claustro é uma parte da arquitetura religiosa de mosteiros, conventos, catedrais e abadias", e sabendo o significado desta palavra, compreendemos então que o livro inteiro possui uma inspiração religiosa. Foi uma leitura feita para o Projeto Machado de Assis, para saber mais sobre o projeto, clique aqui.

Sabendo disso, encontramos exatamente vários poemas escritos sobre figuras religiosas e sobre a vida religiosa em si. O livro está recheado de opiniões e sentimentos do autor sobre a religião, então quem gosta de poesia e também gosta de ler sobre pessoas falando sobre suas experiências pessoais com a religião e com o sagrado (neste caso, cristão), vai adorar o livro.

"Cantarei o céu, o inferno,
O mundo, - o que me aprouver
Cantarei a Deus, o homem,
Os amores da mulher:
Cantarei, enquanto vivo,
Porque Deus assim o quer!" _ Porque canto?, fragmento.

O autor faz várias críticas à visão religiosa excludente, principalmente aquela visão de que os servos de Deus devem matar, por que, para ele, o correto seria levar o amor às pessoas. Mas em vários poemas ele mesmo diz odiar certos homens, o que mostra de forma bem nítida essa luta entre o que ele acha certo e o que ele realmente faz.

"Os homens odeio,
Com ódio profundo,
Com ódio, que o mundo
Não pôde entender.
Então, quanto quero
Derramo do peito
O fel, que, desfeito,
Não posso conter." _ Lupercio Gahagem Champloni, fragmento.

Foi uma experiência bem diferente ler esses poemas, porque mesmo já tendo lido alguns poemas dedicados à religião ou a Deus no Projeto Machado de Assis, não havia lido um livro inteiro com esse tema. Eu gostei, mas confesso que em certo ponto as coisas se tornam repetitivas. Entendo que para o autor, escrever esses poemas deve ter sido uma experiência incrível, pois eles me pareceram bem sinceros, alguns são quase como uma oração, mas para quem está lendo, não se torna algo empolgante por causa da quantidade de ideias repetidas.

A repetição me fez não gostar tanto da leitura, por que me desanimou a continuar lendo, e só concluí a leitura por que faz parte do Projeto Machado de Assis, caso contrário, teria deixado o livro de lado lá pela metade. Não estou dizendo que a segunda metade do livro é ruim, apenas que ela contém muitas repetições, apesar de também conter poemas muito bons.

"É mentira. Essa lei violenta
Não foi feita por Nosso Senhor.
Nosso Deus não nos prende com ferros,
Mas com laços de dócil amor." Meu filho no Clastro, Canção materna, fragmento.

Recomendo aos que leram os fragmentos aqui disponibilizados e sentiram vontade de ler, e aos religiosos que querem ler poemas sobre o assunto. Lembrando que século XIX, aqui no Brasil, quem mandava era o catolicismo, então o livro foi escrito baseado nessa religião. É um livro bom, mas vai agradar um nicho bem específico.




sexta-feira, 3 de maio de 2019

Do mês / Abril 2019

Frase do mês
"vokerê". É uma palavra que eu e minhas amigas falamos muito.

Música do mês
Abaixa que é tiro. Sim, amo essa música e foi a música que ouvi mais vezes em abril.


Canal do mês
Bel Rodrigues. É um canal que sou inscrita há anos no canal da Bel, acompanhava ela no início, fiquei uns dois anos assistindo um vídeo ou outro, mas voltei a assistir vários vídeos dela neste mês, principalmente os que são relacionados a livros ou documentários envolvendo crimes. A Bel está fazendo pós-graduação em crimonologia, então ouvir a opinião de um profissional sobre os casos sempre é muito enriquecedor.

Livro do mês
Holocausto Brasileiro. É um livro de não-ficção sobre a matança que ocorreu dentro do hospital psiquiátrico chamado Colônia, em Barbacena, Minas Gerais. Recomendo à todos.

Look do mês
Como look do mês vou deixar aqui meu jaleco, por que com certeza foi o que eu mais usei. Inclusive, perdi meu jaleco em algum lugar da minha casa e não consigo achar. Estou usando o do meu namorado, mas é sempre bom reforçar que compartilhar jalecos não é higiênico. É como compartilhar escovas de dente, então não faça isso com qualquer pessoa! Estou segurando uma lâmina com leveduras na foto!



























Acessório do mês
Turbante. Não usei sempre, mas usei.



























Inspiração do mês
Professores. Eu curso licenciatura em Ciências Biológicas, e o cenário atual da educação não é muito promissor. Espero que todos os professores de bom coração, e que são bons profissionais, tenham o reconhecimento que merecem, e que o salário seja tão bom quanto o reconhecimento.


Unhas do mês
Fiquei com as unhas da mão e do pé pintadas de roxo. Gostei muito da cor, e ela fica bem sozinha. Minha unha está curtinha por que estou tendo Microbiologia neste semestre, e o risco de contaminação com a unha curta é menor.





















Comida do mês
Ovo de colher da Comadre's Cake!




































Foto do mês
Na Serra do Rola-Moça.