Título: Psicopata Americano
Autor: Bret Easton Ellis
Editora: Editora Rocco
Ano de publicação desta edição: 1992
Número de páginas: 480
Onde encontrar: Skoob
Nota: 5 / 5
O protagonista de Psicopata Americano se chama Patrick Bateman, um homem branco rico, que trabalha com um cargo alto em uma das empresas que mais lucra no estado, e que tem amigos igualmente ricos e igualmente em posição de poder. Como já é de se esperar desse tipo de pessoa, Patrick e seus amigos são homofóbicos, racistas, machistas, gastam fortuna em coisas triviais, como gravatas de grife e vinhos que eles nem sequer irão tomar, e uma da diversão do grupo é caçoar dos mendigos, fingindo que vão ajudar, e batendo na pessoa no final.
Patrick é extremamente vaidoso, de forma doentia mesmo. Porém não se preocupa muito com sua saúde, o que é até estranho, visto que ele passa horas malhando. Ele diz que homens brancos não pegam AIDS, então não precisam usar camisinha.
Para além de toda essa bizarrice, Patrick tem uma paixão estranha por serial killers, e ama ficar vendo e ouvindo noticiários sobre o assunto. E é aí que ele realmente fica estranho de fato. Um de seus primeiros crimes no livro, é esfaquear um mendigo, sem motivo algum. E ele faz isso de uma forma tão cruel, com uma brutalidade tão grande e desnecessária, que quase me fez passar mal. E entendam, eu amo histórias de serial killers, eu inclusive almoço vendo esse tipo de história, e esse livro em específico fez meu estômago revirar.
A vida dele é basicamente ser rico e idiota, quando está perto dos amigos, e ser um verdadeiro psicopata quando está sozinho, ou com suas vítimas. Se você tem estômago fraco, é sensível à tortura e estupro, não recomendo que leia esse livro, pois pode te fazer mal. Tem necrofilia e até canibalismo, então veja bem se você consegue aguentar o tranco.
Eu li Psicopata Americano em português, e estou colocando isso como informação aqui, pois esse livro ficou por mais de 4 anos na minha lista de livros pra ler, nos desafios anuais, e eu nunca lia justamente por que enfiei na cabeça que queria lê-lo em inglês. Só que eu percebi que eu não estava nada a vibe de ler esse tipo de livro em inglês, e aí li em português mesmo.
É um livro extremamente desconfortável de ler, até pra mim que amo o tema. Se você já leu Quando os Adams Saíram de Férias, e lembra das última cena de tortura, é tipo aquilo, só que no livro todo. Claro, nas partes de tortura e morte. Boa parte do livro é só um homem extremamente babaca sendo idiota com as pessoas, e tendo sua diversão em ver a desgraça de outras pessoas. Além do fato de ser um psicopata assassino, Patrick é muito mesquinho. Fala dos outros como se um terno mais ou menos caro que o dele revelasse algo podre ou brilhante dentro de alguém.
Geralmente quando eu leio ou vejo histórias de serial killers, ou até mesmo de uma pessoa que mata criando todo um plano por trás disso, eu sempre tento entrar na cabeça do assassino pra entender o motivo por trás de tudo. Mas em Psicopata Americano, para mim, foi simplesmente impossível fazer esse exercício de empatia. Já deixo claro que é um ótimo exercício para a gente deixar de sermos apenas "juízes" de crimes, e colocarmos na nossa cabeça que não são monstros que matam, são seres humanos, e inclusive seu pai ou seu filho pode ser um deles. Além da matança, eles têm vidas normais.
Patrick é doentio a um nível em que meu cérebro simplesmente não conseguia me colocar naquele lugar. Boa parte do que ele faz, para mim, não é nem humano, então eu realmente não consegui entrar na cabeça dele. O que talvez tenha levado ao fato de que eu ODIEI este personagem e todo o ciclo dele do início ao fim. Não há 01 personagem gostável no livro, pois todos são mesquinhos, racistas e homofóbicos. Então, vá ler já sabendo que provavelmente irá odiar todos os personagens. O que, de forma alguma, torna o livro ruim. O ciclo social do Patrick é detestável por que precisava ser assim dentro da narrativa que o autor criou.
É isto, minha gente. Psicopata Americano é um livro ótimo, com personagens detestáveis e uma narrativa que vai de lenta (no cotidiano) à frenética (nas torturas) em questões de parágrafos. Sugiro que tenha uma certa paciência, se caso você for lê-lo, pois a parte de ação só começa lá perto da página 100, mas depois as coisas acontecem com bastante frequência. Recomendo muito a leitura, porém somente para quem tem estômago forte e que tem realmente um interesse em histórias assim. Eu, pessoalmente, sei que só irei reler esse livro daqui uns 10 anos, pois é bem violento e gráfico, e não é sempre que a gente tá bem pra ficar lendo esse tipo de livro, né?
Inclusive, me conta aqui. Você lê livros violentos em que fase da vida? Eu sou a pessoa que lê quando estou muito interessada, mas evito ao máximo quando estou mal. Só que quando estou super bem, prefiro manter a vibe e ler livros mais leves, então por isso hoje eu leio poucos livros violentos. Preciso estar naquele meio entre estar mal e super bem para conseguir realmente aproveitar a leitura, haha!